Criação de Polo de Economia Criativa é discutida na Câmara

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Conceito de Polo de Economia Criativa foi criado pelo Plano Diretor, aprovado em 2014
Foto: André Bueno / CMSP

JELDEAN SILVEIRA
DA REDAÇÃO

A Câmara Municipal recebeu empreendedores, especialistas e agentes de economia criativa para a primeira Conferencia Municipal dos Distritos Criativo, realizada nesta terça-feira (25/8), no Salão Nobre do Palácio Anchieta. O objetivo do encontro foi discutir as perspectivas para a criação do Polo de Economia Criativa na cidade de São Paulo.

O conceito de Polo de Economia Criativa foi criado pelo Plano Diretor, aprovado em 2014. O Projeto de Lei 65/2015, dos vereadores Andrea Matarazzo (PSDB) e Nelo Rodolfo (PMDB), propõe a valorização do Distrito Criativo a partir de benefícios fiscais e simplificação da abertura de novos negócios.

“Convivendo com a economia criativa em vários cantos da cidade percebi que faltava sistematização desse setor. São atividades ligadas à criatividade que é o que as pessoas têm de melhor. Requer inicialmente pouco investimento, a criação é a principal matéria prima. Então, percebemos que um incentivo a ser dado era concentrar as atividades em alguns locais da cidade, de forma a ser dado alguns tipos de incentivos fiscais”, disse Matarazzo.

“Nós somos o país que mais recolhe impostos e tem a mais alta taxa de juros do mundo, mas mesmo assim se a iniciativa privada não agir vamos ter uma qualidade de vida cada vez degradante. E esse projeto visa buscar exatamente o incentivo às empresas com a diminuição do recolhimento dos impostos. Para que faça parcerias e principalmente agindo em bairros da cidade”, completou Nelo Rodolfo.

Setores como moda, design, espetáculos teatrais, produção audiovisual e espetáculos circenses poderão ser beneficiados com essa lei. “Outro setor importante é dos games. Hoje quando se lança um game se fatura muito mais do que um filme de Hollywood. Entretanto, alguns desses setores no Brasil, como no caso dos games, tem um déficit de profissionais capacitados. Por isso, o Brasil precisa se preparar para a economia criativa e o poder público tem que ter noção de que o país tem um espaço enorme para esse tipo de economia. Que pode daqui alguns anos ocuparem o espaço das economias tradicionais”, afirmou o consultor, Fabio Feldmann.

Para a curadora Evangelista Sailer, a iniciativa deve contribuir para carreira dos artistas. “A economia criativa e arte estão muito ligadas. Principalmente quando o artista não é formado em alguma faculdade de arte ou se ele esta buscando ser independente. Traça a estratégia de como ele vai viabilizar o trabalho dele. Nesse sentido o conceito da economia criativa é muito útil”, afirmou.

O previsão é de que o primeiro Polo de Economia Criativa seja na região da Sé / Praça da República. Segundo o diretor executivo da NESTA – Fundo Nacional para Ciência, Tecnologia e Artes do Reino Unido, Geoff Mulgan, a cidade de São Paulo é um ótimo cenário para o desenvolvimento desse setor da economia. “O Brasil tem um maravilhoso repertório cultural e criativo, só precisa transformar isso em negócio. No Reino Unido a economia criativa já consegue gerar quatro vezes mais empregos que o mercado tradicional por conta dessa estruturação. É importante que haja um plano de negócios mais estruturado para que esses empreendimentos se desenvolvam, é isso que os artistas precisam. Muitas vezes o artista não tem noção de como estruturar um negócio e por isso precisam ser amparados. E São Paulo sem dúvidas tem grandes oportunidades para isso”, afirmou.

Também participam da Conferência o Secretário Municipal de Cultura, Nabil Bonduki, e o superintendente da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Marcos André Carvalho, entre outros.

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