Debate sobre autismo sinaliza para necessidade de capacitação de profissionais

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Debate faz parte da Semana Municipal de Conscientização do Autismo            Foto: Luiz França / CMSP

 

DA REDAÇÃO

A Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta terça-feira (31/3) um debate sobre o autismo – transtorno global de desenvolvimento caracterizado por alterações na comunicação, na integração social e no comportamento da criança – com representantes da prefeitura, da sociedade civil e profissionais especializados no assunto. Durante o evento, em uma iniciativa do vereador Paulo Frange (PTB), os participantes sinalizaram para a necessidade da capacitação de todos os que trabalham com pessoas que têm autismo.

“Temos que ter protagonismo nesse processo, e não só esperar que o governo federal faça algo. E, para isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito precocemente, no entanto, para isso é preciso treinar os pediatras, os pedagogos e todo o corpo profissional atuante”, destacou Frange.

Na área da educação, a prefeitura oferece um reforço no período contrário ao das aulas para alunos especiais. Atualmente, a rede infantil atende 1.207 alunos com autismo. “Os estudantes que têm autismo fazem parte da Política de Educação Especial, em que as crianças têm um atendimento educacional especializado, mesmo frequentando a sala de aula juntamente com os outros alunos”, explicou a assistente técnica da Secretaria de Educação Marina Machado Rocha. “Essas crianças tem um reforço no período contrário para que seja identificado as necessidades pedagógicas e elas possam aprender normalmente. Um dos principais desafios é traçar estratégias para se pensar em uma comunicação alternativa”, acrescentou.

Para o assessor técnico da coordenação de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Odimar Reis, é necessário que toda rede esteja capacitada para receber quem tem autismo e seus familiares. “Eles precisam ser atendidos em todos os equipamentos de saúde, mas para isso é necessário ter uma equipe preparada. No entanto, temos intensificado os treinamentos para que o serviço fique cada vez melhor”, afirmou.

A assessora do Atende – transporte gratuito para pessoas com deficiência – Magda Correia explicou que o serviço foi estendido também para portadores do autismo. “É um avanço do serviço e uma conquista desses pais. As inscrições estão abertas e até agora estamos atendendo 110 pessoas com autismo. Todos os motoristas também estão sendo capacitados para lidar com esse público”, contou.

A falta de preparo dos profissionais fez com que a filha da assistente social Regiane Nascimento fosse diagnosticada apenas aos 11 anos com autismo. “Foi tardio o diagnóstico, mas desde criança ela apresentava os sinais, principalmente na comunicação”, contou. A integrante do Movimento Pró-Autista Ana Ruiz afirmou que tem uma filha e outros familiares com autismo. “Eles precisam de um atendimento individualizado e nós, da família, também precisamos. E não temos. Além disso, quando vemos políticas públicas, elas não pensam na fase adulta”, falou.

O assessor técnico da coordenação de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Odimar Reis, parabenizou a Câmara pela iniciativa. “Essa semana, com encontros e debates, é importante para a conscientização das secretarias, dos profissionais envolvidos e da sociedade, fornecendo assim suplementos para que os autistas tenham uma melhor qualidade de vida”, explicou.

O debate faz parte da Semana Municipal de Conscientização do Autismo. Esses dias dedicados a discutir o problema no município foram propostos pelo vereador Paulo Frange e sancionado pelo prefeito Fernando Haddad no início do ano. “Esses encontros são fundamentais para aprendermos. Tenho certeza que todos que vieram saíram daqui entendendo mais sobre o autismo”, disse o parlamentar.

 

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