Em audiência pública, representantes da sociedade civil cobram retomada das atividades do Circo Escola São Remo

Reprodução | YouTube CMSP

MARCO CALEJO
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A Comissão de Educação, Cultura e Esportes e a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara Municipal de São Paulo promoveram Audiência Pública virtual, na tarde desta sexta-feira (28/5), para discutir a retomada das atividades do Circo Escola São Remo.

O projeto foi criado há 30 anos, na favela Rio Pequeno, Zona Oeste da capital paulista. Porém, em março do ano passado, a Prefeitura não renovou o contrato de prestação de serviços e encerrou as atividades devido a problemas estruturais no local.

Presidente da audiência

A Audiência Pública virtual foi presidida pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), membro da Comissão de Educação. De acordo com o parlamentar, a reunião “tem como objetivo abrir o diálogo com o Poder Executivo no intuito de buscar saídas para que o contrato possa ser renovado e as atividades retomadas”.

Suplicy explicou ainda que o relatório com os depoimentos feitos nesta tarde será encaminhado à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social e para a Subprefeitura do Butantã.

Vereadores

Integrante da Comissão de Saúde, a vereadora Luana Alves (PSOL) também se manifestou durante a audiência. Ela ressaltou a importância da discussão para que o problema seja resolvido. “É muito fundamental que se mantenha o serviço Circo Escola, ali na região especificamente da São Remo, e esse é o nosso objetivo”.

Vice-presidente da Comissão de Saúde, a vereadora Juliana Cardoso (PT) cobrou uma solução. “Chega de tanta falta de olhar para as pessoas que mais precisam. O Circo Escola salva vida, e é necessário nesse momento em que estamos perdendo as pessoas na pandemia e para o tráfico”.

O presidente da Comissão de Educação, vereador Eliseu Gabriel (PSB), também acompanhou a reunião.

Representantes da sociedade civil e instituições

Ao longo das quase três horas de audiência, foram ouvidas mais de 25 pessoas. Elas relataram experiências pessoais dentro do Circo Escola São Remo, falaram sobre a importância do projeto como instrumento social e profissional, e cobraram a retomada das atividades.

Advogada criminalista e ativista do movimento de juventude Afronte, Paula Nunes falou que o fechamento do Circo Escola São Remo traz prejuízos à comunidade. “Eu entendo a importância de que o Circo Escola seja reaberto. O Circo Escola cumpre um papel fundamental em termos de política de assistência social naquela comunidade, atendendo cerca de 300 crianças e 160 jovens em cursos profissionalizantes”.

O prefeito da USP (Universidade de São Paulo), Hermes Fajersztajn, representou a instituição na audiência. Hermes observou que sua participação no debate deve-se à relação de décadas com o Circo Escola e ao interesse da Universidade com a comunidade do entorno.

Ele destacou que o campus da USP é vizinho ao espaço do Circo Escola. “O Circo Escola não é administrado pela Universidade, mas existem vários trabalhos culturais e educacionais que são desenvolvidos nessa região pela Universidade”.

Hermes explicou também que a pedido da SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social), a Universidade está disposta em estender a concessão de uso do terreno onde era realizado o projeto. “Eu queria deixar claro aqui nessa audiência, de que a Universidade tem toda a disposição e interesse em regularizar a cessão de terreno para o município”.

Em nome da Associação dos Moradores do Jardim São Remo, Givanildo Oliveira dos Santos lamentou o encerramento das atividades. Ele relatou que o projeto atendia 300 crianças e oferecia cursos profissionalizantes para jovens e adultos. “Para terem uma visão lá na frente de arrumar um emprego, para o tráfico não ter que recrutar”.

Do movimento em prol do retorno do projeto, Leandro Lira cobrou um posicionamento da administração municipal. “Quero saber se existe um plano para a recuperação desse serviço e um prazo para a volta do Circo Escola São Remo”.

Outro representante do movimento, Alessandro Azevedo chamou a atenção para a importância que o Circo tem para os moradores da região. “O Circo Escola tem, além da política de assistência social, o princípio da formação humana, que oferece uma profissão para a pessoa”.

Criado na região do Circo, o professor de História Evernando dos Santos relembrou o tempo em que participou das atividades. “Foi determinante para a minha caminhada”.

Luciano Farias também compartilhou a relação com o projeto. Ele contou que entrou como aluno e depois foi professor de dança. “É um espaço de mudar vidas”.

Representantes do Executivo

O presidente da Audiência Pública, Eduardo Suplicy (PT), informou que a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella, e a subprefeita da Subprefeitura do Butantã, Janaina Lopes De Martini, foram convidadas a participar da reunião.

No fim da audiência, Suplicy recebeu uma mensagem da secretária Berenice. De acordo com o vereador, a chefe da pasta disse que estava em uma reunião e indicou a coordenadora do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Butantã, Maria de Fátima de Araújo, para esclarecer as dúvidas.

Maria de Fátima disse que não tem muitas informações sobre o futuro do Circo Escola. No entanto, ela afirmou que no momento estão abertos três editais para a “execução de serviços públicos” no Distrito Rio Pequeno. Segundo a coordenadora do CRAS, estão previstas mais de 450 vagas para crianças, jovens e adultos com a instalação de um CEDESP (Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo), um CCA (Centro para Crianças e Adolescentes) e um CCI (Centro de Convivência Intergeracional).

“A expectativa é que a gente tenha a possibilidade de instalar o CEDESP e pelo menos o CCA dentro do espaço onde o Circo Escola funcionava. Porém, a gente percebe que há uma intencionalidade do Circo Escola também naquele espaço”, disse Maria de Fátima, que continuou. “Para o Circo Escola, não temos edital em aberto”.

Clique aqui para assistir à Audiência Pública virtual.

 

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