Empoderamento feminino e desigualdade de raças são discutidos em CPI

Luiz França/CMSP

Desigualdade no mercado de trabalho e a equidade de raças foram temas do debate

DA REDAÇÃO

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a situação de vulnerabilidade das mulheres em São Paulo – CPI da Mulher – ouviu nesta terça-feira (23/5), representantes da ONU (Organização das Nações Unidas) Mulher e do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) para discutir o empoderamento feminino no município. Entre os principais assuntos, a desigualdade no mercado de trabalho e a equidade de raças.

De acordo com dados apresentados pela gerente de Princípios de Empoderamento das Mulheres na ONU, Adriana Carvalho, mesmo a mulher sendo mais preparada intelectualmente para o mercado de trabalho, recebe menos e tem poucas oportunidades em cargos hierárquicos.

As mulheres estão quase equiparadas aos homens em iniciativas de empreendedorismo, porém, dos empreendimentos iniciados por mulheres, apenas 16% se consolidam, contra 21,3% dos homens.

Para Adriana, a diferença se dá pelo preconceito enraizado na cultura machista.  “Mudar o preconceito sutil em homens e mulheres é mudar toda uma cadeia de valores. As pessoas ainda acreditam que alguns espaços são mais para um gênero do para o outro. Precisamos cada vez mais de diálogos sobre isso, para a conscientização das pessoas, de que os espaços são de todos”, disse.

A diretora executiva do CEERT, Cida Bento, alertou que os números desigualdade são ainda mais severos para as mulheres negras. Segundo Cida, quase 75% das usuárias de programas sociais de diminuição de pobreza são negras. Elas representam 57,2% da força de trabalho. São subempregadas ou em grande parte fazem serviço informal. Existe inserção, mas não ascensão no mercado.

Para Cida, é preciso que as empresas e o poder público trabalhem iniciativas e políticas de integração de raças e diversidade na prática. “As mulheres são atrizes fundamentais no desenvolvimento socioeconômico do país. Se esta CPI conseguir dialogar com essa realidade das mulheres negras causará um impacto positivo no país inteiro”, disse.

A presidente da CPI, Aline Cardoso (PSDB), acredita que as informações contribuirão para a inovação em politicas públicas. “É fundamental que a CPI e a Câmara, como um todo, ouçam essas especialistas e tragam em forma de projetos de lei ou proposta para o Executivo algumas dessas ideias para melhorar a condição das mulheres”, disse.

Participaram de reunião ordinária da CPI as vereadoras Adriana Ramalho (PSDB), Edir Sales (PSD), Juliana Cardoso (PT), Rute Costa (PSD), Noemi Nonato (PR), Sâmia Bonfim (PSOL), Sandra Tadeu (DEM) e Soninha (PPS).

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