Evento aponta sugestões para universalizar Dados Abertos

Para acender o debate da 1ª Conferência Livre para Dados Abertos, realizada nesta terça-feira na Câmara Municipal, a organização convidou ativistas da transparência e representantes do governo para fazerem suas provocações, levantando alguns tópicos para serem problematizados na elaboração de propostas.

O primeiro a falar, Denis Burgierman, da empresa WebCitizen, questionou o termo poder público, preferindo se referir ao aparato estatal como serviço público. Eles nos representam e estão a nosso serviço, então é perfeitamente compreensível que todo cidadão tenha o direito inquestionável de saber o jeito que a administração é feita, argumentou.

Burgierman destacou ainda que os debates sobre transparência não devem se limitar ao combate à corrupção. Tem a questão de que as pessoas precisam de dados para ajudar a gerir o mundo. A classe política sozinha não tem todas as soluções e precisa convidar todo mundo a resolver, explicou.

Já Roberto Agune, coordenador do Grupo de Apoio Técnico à Inovação (GATI) da Secretaria de Gestão Pública do Governo do Estado de São Paulo, afirmou que ainda há muita desinformação sobre o que são dados abertos. É preciso divulgar tanto o conceito quanto as tecnologias que o embasam, argumentou, dizendo que boa parte das informações disponíveis na Internet não está em um formato adequado, e precisa ser melhorada conforme uso.

O desenvolvedor e ativista Thiago Rondon concordou que diversas iniciativas de transparência não são executadas de maneira correta, e criticou o setor público por ser lento nas adaptações necessárias. Pode ter mais encontros com técnicos do governo para podermos colaborar. Já tem muita gente entendendo do assunto, não entendo porque não trabalhamos mais juntos, lamentou. Segundo ele, já ocorreram mutirões de programação que foram bem-sucedidos.

Ricardo Poppi, da Secretaria-Geral da Presidência da República, argumentou que faltam serem estabelecidas prioridades para os processos de transparência. O governo não tem como abrir tudo do dia para a noite, e liberar um monte de informações inúteis também não é bom, afirmou, propondo a escolha de alvos.

A posição de Poppi não foi consenso. Gisele Craveiro, do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo, defendeu que tudo deve estar aberto. Gostaria que as pessoas pensassem também na abertura não só de dados governamentais, mas também de dados que são produzidos com recursos públicos, em universidades, empresas privadas e terceiro setor, completou. Entretanto, ela reconheceu que a formação de massa crítica ainda é uma etapa necessária.

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(3/4/2012 – 14h40)

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