Ex-vereador Masataka Ota morre em SP

O ex-vereador paulistano Masataka Ota morreu na noite desta quarta-feira aos 64 anos, no hospital Sírio Libanês, na capital. Ota encerrou sua última legislatura na Câmara Municipal de São Paulo no fim de 2020 pelo PSB, e estava lutando contra um câncer.

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (DEM), divulgou uma nota sobre o ocorrido: “Esta Presidência, em nome de todo o Legislativo paulistano, lamenta a morte do ex-vereador Masataka Ota. Neste momento de perda, lembramos de todo o trabalho desenvolvido por ele em favor da nossa sociedade. Envio também votos de pesar e estima a todos os familiares e amigos”.

Ota exerceu dois mandatos na Câmara Municipal de São Paulo, chegou a ser 2º suplente da Mesa Diretora e integrou a Comissão de Finanças e Orçamento, Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais, Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e Juventude, Comissão de Educação Cultura e Esportes e Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher. Em 2020 teve 9.427 votos e era suplente do PSB na Câmara.

Drama familiar

Masataka Ota nasceu em 1956, em Tomigusuku, Okinawa, no Japão. Chegou com a família ao Brasil com apenas um ano e era naturalizado. Comerciante na zona leste da capital paulista, era casado há mais de 30 anos com Keiko Ota, ex-deputada federal, e teve três filhos: Vanessa, Ives e Ises.

O assassinato brutal do filho Ives Ota, em 1997, com apenas 8 anos, comoveu o país. Desde então, ele e a mulher passaram a coordenar o Movimento Paz e Justiça Ives Ota, com o objetivo de lutar por justiça, paz e direitos humanos para todas as pessoas, especialmente às vítimas de violência. Além disso, ele promove palestras em que aborda a necessidade do perdão como forma de combate a toda forma de violência. Criou em São Paulo o Dia Municipal do Perdão para incentivar a cultura de paz.

Masataka Ota ficou conhecido nacionalmente por ter ficado frente a frente com os assassinos de Ives e tê-los perdoado. Com isso, ele afastou o sentimento de ódio e rancor pelo crime. Ainda em 1997, organizou abaixo-assinado contrário à proposta de redução da pena para crimes hediondos de 30 para 15 anos. Em seguida, foram coletadas cerca de 3 milhões de assinaturas em todo o país e até no exterior. O documento foi entregue em 1999 ao Congresso Nacional.

Luta no Legislativo

Durante seus mandatos, teve como marca a defesa por leis mais duras para crimes hediondos, por justiça e pelo fim da impunidade. Trabalhou ainda em defesa dos direitos das crianças e por uma educação de qualidade e em período integral. Entendia que somente assim será possível prevenir a ocorrência da violência e, assim, afastar as crianças e adolescentes das ruas e do caminho das drogas.

Entre diversas proposituras, é de sua iniciativa a criação de uma lei 15.960/2014 para oferecer assistência psicológica aos alunos da rede municipal de Educação.

“Ao proteger nossas crianças contra os males da violência e, ao mesmo tempo, proporcionar condições para uma vida digna e saudável, construiremos uma sociedade, uma São Paulo mais justa e menos violenta. De forma que possamos viver em total harmonia”, dizia o ex-vereador.

O velório do ex-vereador será restrito aos familiares por conta da pandemia.

Confira aqui a homenagem de Maurício Klai, jornalista profissional, que por por oito anos responsável pela assessoria de imprensa do vereador OTA.

Fotos por: André Bueno, André Moura e Luiz França | Rede Câmara SP

 JOTA ABREU
HOME OFFICE

Este é um espaço de livre manifestação. É dedicado apenas para comentários e opiniões sobre as matérias do Portal da Câmara. Sua contribuição será registrada desde que esteja em acordo com nossas regras de boa convivência digital e políticas de privacidade.

Nesse espaço não há respostas - somente comentários. Em caso de dúvidas, reclamações ou manifestações que necessitem de resposta clique aqui e fale com a Ouvidoria da Câmara Municipal de São Paulo.

 Deixe o seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também