Governo de SP aplicará terceira dose da vacina contra Covid-19 em idosos a partir de 6 de setembro

KAMILA MARINHO
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O Governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (25/8), durante entrevista coletiva, a ampliação da campanha contra a Covid-19 com a terceira dose da vacina para idosos com 60 anos ou mais a partir do dia 6 de setembro. Inicialmente, a medida deve atender 900 mil pessoas protegidas com a segunda aplicação de qualquer imunizante há pelo menos seis meses.

A extensão da campanha foi avalizada pelo Comitê Científico de São Paulo. O objetivo principal é garantir proteção adicional à população mais vulnerável a variantes mais contagiosas do coronavírus, como a Delta. O Governo do Estado também pediu mais vacinas ao Ministério da Saúde para antecipar a segunda dose dos públicos restantes.

“Além de proteger a população adulta com a cobertura de segunda dose, é importante também aumentar a proteção dos grupos mais vulneráveis que têm maior chance de, eventualmente, ter um quadro mais grave, com uma dose adicional. Após seis meses, há evidência de uma possível queda de proteção e isso se aplica a todos os imunizantes”, afirmou Paulo Menezes, Coordenador do Comitê Científico.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, até esta quarta, há 266 amostras positivas da variante Delta em todo o território paulista. A estratégia do Governo de São Paulo é assegurar que os índices epidemiológicos e de ocupação hospitalar continuem em queda e evitar a propagação de novas variantes. “O fato dela ter uma característica de disseminação muito maior que as cepas anteriores fazem com que esse olhar de atenção e antecipação se faça necessário”, destacou o Secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.

A Secretaria da Saúde também já preparou uma nova carteira de vacinação para os idosos que vão receber a terceira dose a partir de setembro. Não haverá necessidade de novo cadastro no Vacina Já para a dose adicional, bastando comparecer a qualquer posto de vacinação com o comprovante do esquema de imunização completo há seis meses.

Vacinômetro

Até as 13h35 desta quarta (25/8), o Vacinômetro apontava 74,49% da população paulista protegida com ao menos uma dose contra a Covid-19, o equivalente a pouco mais de 33,34 milhões de pessoas. Em relação à população adulta, São Paulo já vacinou 97,53% dos habitantes com 18 anos ou mais com ao menos uma aplicação.

O esquema vacinal completo de duas doses ou aplicação única da Janssen alcançou 34,08% da população. Desde o último dia 18, a imunização em São Paulo também passou a atender jovens a partir de 12 anos de idade.

Butanvac

O governador João Doria (PSDB) anunciou que o Instituto Butantan, primeira vacina com produção integral no Brasil, recebeu aprovação da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) para a realização dos testes clínicos no município de Guaxupé, sul do Estado de Minas Gerais.

A cidade vai receber visitas a partir desta sexta-feira (27/8), para que o Instituto Butantan possa avaliar a incidência do vírus e a variante dominante no município para a sequência dos estudos. Guaxupé está vacinando adultos com mais de 28 anos, por isso, os estudos atingirão pessoas não vacinadas de 18 a 28 anos.

Os ensaios clínicos da vacina serão divididos em duas fases compostas pelas etapas A B e C.  A etapa A conta com um total de 418 voluntários selecionados nas cidades de Ribeirão Preto e, a partir de agora, também Guaxupé. O objetivo é avaliar a segurança e a dose ideal de imunizante. Nela, o grupo controle vai receber a Butanvac ou a vacina de comparação, a Coronavac, e não haverá placebo envolvido.

Já as etapas B e C irão avaliar a resposta imune e envolverão mais de 5 mil voluntários. A partir daí será feita a comparação entre o desempenho da nova vacina do Butantan contra a Covid-19 e outros imunizantes. Além da eficácia geral da Butanvac, os ensaios vão avaliar seu desempenho diante das novas variantes do SARS-CoV-2.

Nos ensaios clínicos tradicionais, é feito um paralelo entre o grupo vacinado e um grupo controle. Mas, como os marcadores imunológicos e parâmetros de segurança já foram estabelecidos pelas demais vacinas em uso, já se sabe o que esperar de uma vacina contra a Covid-19.

“O envolvimento da população de Guaxupé nesta fase do estudo será extremamente importante para continuidade da pesquisa, contribuindo para que possamos avaliar os resultados da Butanvac de maneira mais eficaz”, afirmou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

A previsão é de que os voluntários passem por um processo de triagem e a administração da primeira dose deva ocorrer até a primeira quinzena de setembro, enquanto a aplicação da segunda dose está prevista para acontecer até o meio de outubro.

A Butanvac é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado da doença de Newcastle que contém a proteína Spike do SARS-CoV-2 estabilizada. Como este vírus infecta aves e é inofensivo em humanos, ele replica muito bem em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe).

Além de ser barata e muito disseminada, essa técnica é uma especialidade do Butantan. O instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos. A Butanvac é resultado de um consórcio internacional que envolve a organização PATH Center for Vaccine Innovation and Access, a Icahn School of Medicine no Mount Sinai em Nova York e a Universidade.

Mais sobre o novo coronavírus 1

Na manhã desta quarta-feira (25/8), o Instituto Butantan entregou mais 4 milhões de doses da Coronavac ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). Até o momento 82,8 milhões de imunizantes foram fornecidos ao Ministério da Saúde. O total de liberações já feitas representa mais de 80% das 100 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde para a vacinação de brasileiros em todo o país.

A entrega de hoje faz parte da leva de vacinas fabricadas com o lote recorde de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) entregue pela farmacêutica Sinovac ao Butantan no dia 13/7. Na ocasião, chegou ao Butantan um total de 12 mil litros da matéria-prima usada para a fabricação dos imunizantes.

As vacinas liberadas nesta manhã fazem parte do segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, de 54 milhões de doses. O primeiro, de 46 milhões, foi concluído em 12 de maio. As entregas iniciaram em 17 de janeiro deste ano, quando o uso emergencial do imunizante foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Mais sobre o novo coronavírus 2

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus,  até esta terça (24/8), a capital paulista totalizava 36.780 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.402.877 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta quarta (25/8), é de 36,7%.

Já nesta terça (24/8), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 37 %. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

Mais sobre o novo coronavírus 3

Um novo lote com 1.076.400 doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 chegou na noite desta terça-feira (24/8), ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Este é o 53° lote entregue ao país pela farmacêutica.

A Pfizer estima entregar ao Ministério da Saúde, entre os dias 24 e 29/8, mais 5.377.320 de doses da vacina. Ao todo, serão cinco voos saindo do Aeroporto de Miami, nos Estados Unidos, com destino ao Aeroporto Internacional de Viracopos.  Somados aos lotes anteriores, terão sido entregues ao Brasil 53.325.090 doses até o dia 29/8, conforme previsão da empresa.

Mais sobre o novo coronavírus 4

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) recebe mais uma remessa de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) nesta quarta-feira. A carga é suficiente para a produção de aproximadamente 5,1 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca.

A Fiocruz permanece com capacidade de produção superior à de disponibilização do IFA importado e aguarda a confirmação de data de envio dos próximos lotes de insumo.

A fundação já entregou 88,4 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo 84,4 milhões de vacinas produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e 4 milhões importadas prontas do Instituto Serum, da Índia. A Fiocruz produz vacina em parceria com a empresa AstraZeneca.

Ações e Atitudes

A Anvisa autorizou um novo estudo para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. A pesquisa será conduzida pela indústria de biotecnologia Inovio Pharmaceuticals, com sede nos Estados Unidos. O estudo ocorrerá em diversos países além do Brasil, como Argentina, Colômbia, Peru, México, Estados Unidos, República Checa, Polônia, Filipinas e Tailândia. A previsão é da participação de 7.116 voluntários.

A autorização é para a fase 3 da pesquisa, quando é analisada a segurança e eficácia em uma grande quantidade de pessoas. Dois voluntários a cada três receberão doses de vacina e um, uma de placebo.

As fases 1 e 2 já foram realizadas nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e na China. Esse é o 12º estudo clínico para vacinas contra a Covid-19 autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

 

*Ouça abaixo a versão podcast do boletim Coronavírus desta quarta-feira

1ª edição

2ª edição

*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus

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