Jardins flutuantes: uma alternativa para economizar água

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Coordenadora da ONG SOS Mata Atlântica explicou o funcionamento dos jardins para os membros da comissão. Foto: Luiz França / CMSP.

 

DA REDAÇÃO

Com os reservatórios que abastecem a cidade de São Paulo registrando níveis mais baixos a cada dia, torna-se cada vez mais importante pensar em alternativas para evitar o desperdício de água. Uma ideia defendia pela ONG SOS Mata Atlântica é a criação de “jardins flutuantes” pela cidade para filtrar e armazenar a água da chuva.

“Todas as nossas praças, áreas verdes e cobertura de piscinões podem ser adaptadas com paisagismo, vegetação nativa e arborização”, afirmou Malu Ribeiro, coordenadora da entidade, durante reunião extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira (12/2) pela Comissão do Meio Ambiente.

Segundo Malu, esses jardins filtram a água antes que ela chegue aos reservatórios subterrâneos. “Seria como reabastecer aquíferos naturais, mas aí você está fazendo uma dupla função. Você está fazendo com que uma água de chuva, que hoje é armazenada em piscinões, com baixa qualidade, possa ter uma boa qualidade e ser reaproveitada.”

Obra de curto prazo e de baixo custo, os jardins flutuantes já existem em alguns lugares do mundo. Em Manila, capital das Filipinas, eles foram implantados no canal Paco, que era o destino do lixo e do esgoto da cidade. Eles são compostos por plantas aquáticas capazes de filtrar poluentes sem o uso de produtos químicos. Em São Paulo, esse sistema seria viável em lugares como o Parque Trianon, a Praça da República e nos piscinões.

Do esgoto para a torneira

Ivanildo Hespanhol, professor da USP (Universidade de São Paulo) também esteve presente na reunião. Para ele, outra maneira de lidar com a atual crise hídrica é purificar a água das estações de tratamento de esgoto e levá-la para os reservatórios. “Isso caracteriza o reuso potável indireto, porque dos reservatórios as estações de tratamento coletariam a água e fariam o tratamento e a distribuição”, afirmou o pesquisador.

A grande São Paulo possui cinco estações de tratamento de esgoto: Parque Novo Mundo, São Miguel, ABC, Suzano e Barueri. “A ideia é estudar a complementação dessas estações com um processo melhor em termos de filtração, que não é caro e pode duplicar a vazão. E aí é ver que reservatório receberia a água de cada estação”, disse Hespanhol.

O vereador Natalini (PV), presidente da comissão, acredita que essas e todas as outras medidas apresentadas na reunião são viáveis, sejam elas a de curto ou médio prazo. “Todas são viáveis de se fazer, mas é claro que deve haver prioridades. Em primeiro lugar, acho que o principal é a economia na torneira. Fechar a torneira do desperdício tanto as casas, como as indústrias e os órgãos governamentais.”

Uma Contribuição

Ana Donadio

E principalmente: profissionais capacitados na SABESP, adutoras fiscalizadas para evitar o desperdício, vazamentos, e prevenção. Profissionais capacitados para que os anos vindouros não tenhamos que enfrentar no sufoco a ultima hora, multas e “diminuição do serviço”, cobrado a preço de ouro.

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