Medicalização na educação é discutida em subcomissão

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Reunião da Subcomissão de Medicalização da Câmara Foto: Luiz França / CMSP

 

MARINA PAES
DA TV CÂMARA

A preocupação com a medicalização da vida cotidiana e na área da educação reuniu especialistas e vereadores nesta quarta-feira, na Câmara Municipal.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 50% dos medicamentos receitados no planeta são dispensáveis ou vendidos de forma inadequada. Em todo mundo, metade dos pacientes toma remédios de forma incorreta, e no Brasil não é diferente.

“A gente precisa pensar nas questões que produzem isso. Desde as condições de trabalho a outros aspectos sociais que geram esse adoecimento. Quando a gente pensa nas crianças, também temos que ter muito cuidado ao olhar as questões de saúde na infância, principalmente por conta da forma de como o processo de aprendizagem vem sendo medicalizado”, disse Jason Gomes, conselheiro municipal da Saúde.

Medicamentos que tratam distúrbios como déficit de atenção e doenças como a depressão estão subindo no ranking de consumo do país. Em 2010, foram vendidas 2 milhões de caixas de  Ritalina e 10 milhões de Rivotril. Segundo a psicóloga do Instituto de Psicologia da USP, Beatriz de Paula Souza, muitas crianças vêm sendo medicadas após terem recebido diagnósticos errados.

“Os diagnósticos não têm feito uma boa investigação sobre quais métodos pedagógicos essa criança está sendo submetida. Será que é um método adequado para ela, que conteúdos estão sendo dados e exigidos em sala de aula?”, questionou.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, um dos principais desafios é mudar a conduta dos profissionais que fazem o diagnóstico.

“A melhora dos profissionais passa por discussões de protocolos, de condutas, mas passa principalmente pela conscientização da população de que outras alternativas não farmacológicas são tão importantes quanto essas que estamos acostumados a lidar”, explicou a  coordenadora da área técnica assistência farmacêutica da Secretaria municipal da Saúde, Dirce Cruz Marques.

“O desconhecimento das pessoas é enorme. Eles não imaginam o quanto estão sendo drogados. Nosso objetivo na Subcomissão é ajudar esse fórum para alertar as pessoas”, disse o presidente da Subcomissão de Medicalização da Câmara, vereador Aníbal de Fretas (PSDB).

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