Moradores de Pinheiros questionam permissão comercial

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Audiência pública para discutir revisão do lei de zoneamento na região de Pinheiros
Foto: André Bueno / CMSP

ROBERTO VIEIRA
DA REDAÇÃO

O auditório João Machado Barbosa, da Faculdade Sumaré, não foi suficiente para comportar todos os munícipes que foram até o local para participarem da audiência pública da Lei de Zoneamento — Projeto de Lei (PL) 272/2015, que revisa a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo — para discutir a região de Pinheiros.

A maioria das pessoas que conseguiu entrar no auditório, com capacidade para cerca de 150 pessoas, questionou os parlamentares sobre a permissão de novos comércios em algumas avenidas que estão no perímetro da subprefeitura de Pinheiros, consideradas áreas residenciais, prevista no novo projeto.

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Engenheiro Alex Lopes

Alex Lopes, engenheiro eletricista, revela que as mudanças nas áreas residenciais podem influenciar de diversas formas a vida das pessoas que residem nestas áreas. “Eu tenho acompanhado de perto a movimentação dos moradores e a maior preocupação é com relação à qualidade de vida,  mobilidade, trânsito e também quanto ao adensamento. Isso vai alterar, inclusive, as questões climáticas do local”, afirmou.

“Quem trabalha naquelas concessionárias ou mora por ali não tem onde se alimentar, a não ser que você desça os quarteirões da Faria Lima. Além disso, os imóveis estão ficando desocupados por falta de uso adequado, isso deteriora a região. Acho que os vereadores devem encontrar o equilíbrio comum entre moradia e comércio”, argumentou o empresário Abdul Fares, morador do Jardim Europa que atua no ‘Movimento Zoneamento Real’, que defende a nova proposta.

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Vereador Andrea Matarazzo (PSDB)

O vereador Andrea Matarazzo (PSDB) criticou o adensamento em Pinheiros, previsto no Projeto que a prefeitura enviou a Câmara. “O intensivo adensamento da região da Vila Madalena, por exemplo, onde você não tem ruas com capacidade para isso, pode levar ao caos”, disse.

A região de Pinheiros é uma das mais estruturadas, com maior potencial aquisitivo da cidade e detém 35% do arrecadamento de ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). Ainda assim, o relator da Lei de Zoneamento, Paulo Frange (PTB), reconhece que há muitos conflitos na região, um deles gira em torno, exatamente, da discussão que envolve as zonas corredores (áreas com diversificação de usos em consonância com a área residencial).

“As pessoas que estiveram aqui e representam grande parte dessas áreas residenciais colaboram muito com a prefeitura e com a relatoria. Portanto, eu posso afirmar com segurança que haverá mudanças ao longo desse período com relação a primeira proposta”, garantiu o relator.

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Vereador Gilson Barreto (PSDB), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente

“Pinheiros é uma região de classe média, as pessoas querem preservar a boa moradia, mantendo a área estritamente residencial, rejeitando o desenvolvimento econômico, ou seja, os comércios, mesmo nos corredores. Mas nós temos também o contraponto dos movimentos populares, que compareceram na audiência pública, terão sua vez e voz, mas devemos chegar ao final com um bom termo”, ponderou Gilson Barreto (PSDB), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente.

Moradia Popular

Pelo menos 200 pessoas foram à audiência em Pinheiros para reivindicar terrenos onde possam ser construídas moradias populares. A demarcação de ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) em Pinheiros é pequena, mas existe. João Pedro, coordenador geral da UMOP (União de Moradores de Pinheiros), representou o grupo e pontuou as demandas.

“Nós temos mapeado as áreas de ZEIS aqui. Por exemplo, eu posso citar um terreno na Rua Djalma Coelho, que tem mais de três mil metros. Esse local já foi demarcado como ZEIS, havia uma favela lá, hoje o terreno está desocupado. Além disso, tem áreas, por exemplo, na Fradique Coutinho”, apontou.

Também participaram da reunião os vereadores Eliseu Gabriel (PSB) e Sousa Santos (PSDB), além de Daniel Montandon, representante do Departamento do Uso do Solo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano.

10 Contribuições

Roberto Miranda de Lima

Prezados Vereadores,

Estive ontem na audiência pública aqui mencionada e tive a oportunidade de falar no plenário.

MEU NOME É ROBERTO LIMA E SOU MORADOR DO JARDIM PAULISTANO, NO TRECHO ENTRE FARIA LIMA E AV BRASIL. FUI PARA LÁ EM BUSCA DE UM BAIRRO RESIDENCIAL, VERDE, COM SERVIÇOS E COMÉRCIO, AO LADO DE CASA.

JÁ OUVI QUE AS MUDANÇAS PROPOSTAS NÃO AFETARÃO A REGIÃO. MAS ISTO NÃO É VERDADE. MUITO DO QUE OUVI ONTEM APENAS REFOORÇA O MEU TEMOR.

AS PROPOSTAS DO PLANO DIRETOR AMPLIAM E MUITO AS PERMISSÕES DE USO HOJE EXISTENTES E JÁ NÃO FISCALIZADAS.

DA FORMA CONCEBIDA, REGIÃO FICARÁ CERCADA POR TODOS OS LADOS E MORRERÁ A PARTIR DAS BORDAS.

1 TRÂNSITO PASSARÁ POR DENTRO DO BAIRRO

2. INFRA, JA SATURADA, SERÁ MAIS SOBRECARREGADA POR CAUSA DE ABASTECIMENTO DO COMÉRCIO, AUMENTO DEMANDA POR VAGAS, RECOLHIMENTO DE LIXO,

3. COMO MOSTRADO HOJE EM OUTRAS REGIÕES, TRÂNSITO E FUNCIONAMENTO MUITO ALÉM DO HORÁRIO COMERCIAL VIRARÁ NORMA NO ENTORNO E NO INTERIOR DO BAIRRO

E, PROVAVELMENTE, TEREMOS FLANELINHAS ESPALHADOS PARA TODAS AS TRANSVERSAIS E MIOLO DO BAIRRO.

TODAS ESTAS CONSEQUENCIAS SAO PÉSSIMAS E CONTRA OS MORADORES DA REGIÃO.

BAIRRO NÃO PRECISA DE MAIS SERVIÇOS: JÁ TEMOS PADARIA, FARMÁCIA, RESTAURANTE, AO LADO DE CASA.

PEÇO QUE SE MANTENHA AS CARACTERÍSTICAS ATUAIS COM USOS APROPRIADOS PARA UMA ÁREA VIZINHA À UMA ÁREA EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAL.

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ESPAÇO CULTURAL E ASSISTENCIAL JUAN GAJARDO

PORQUE DESTRUIR O QUE ATE HOJE FUE PRESERVADO POR NOS MORADRES PAGANDO O IPTU MAIS CARO DA CIDADE, PARA VER TUDO DESTRUIDO PELA NEGOCIAÇÕES JA PROPOSTA PELOS ILUSTTRES QUE FORÃO FINACIADO POR OS DIRETORES DAS CONTRUTORAS DE PREDIOS E MAIS PREDIOS AMONTOANDO ESTE ULTIMOS BAIRROS E VILA RESIDENCIA, “ALVO PRINCIPAL DESTA DESTRUIÇÃO EM BENFICIO DOS FINACIANDORES DESTE PLANO? VEJA A QUIEM MAIS BENFICIARÃO OS ILUSTRES VEREADORE , A NÃO SER SEUS DIRETORES DAS CONTRUTORAS QUE OS REELEGIRÃO DE NOVO? OU NUMCA MAIS?? PORQUE A FISCALIZAÇÃO DE PINHEIROS NÃO ARRECADA MILHÕES EM MULTAS DESTE COMERCIO IRREGULAR NEGOCIADO ANTES DA NEGOCIAÇÃO SER APROVADA?? QUIEM DEVERIA FISCALIZAR ESTA PREOCUPADO NEGOCIAR ESTA DESTRUIÇÃO DOS ULTIMOS BAIRROS E VILAS RESIDENCIAES ULTIMOS PUMOES VERDES DA NOSSA CIDADE, JUNTOS PELA PRESERVAÇÃO E RETIRADA DE TODO TIPO DE COMERCIOA CLADESTINO HOJE INFRINGENDO A ATUAL LEI DE ZONEAMENTO. PACAEMBU, PINHEIROS, LAPA, JUNTOS TEREMOS MAIS VOZ EM CADA REUNIÃO A SOCIEDADE ORGANIZADA PODE MUITO MAIS QUE O CRIMEN DA DESTRUIÇÃO JÀ ECONTESTADO É DENUNCIADO,, PRESERVAR E MULTIPLICAR AS ZONAS RESIDENCIAES SEJÃO DE CLASE MEDIA . BAIXA TODOS TEM DIREITO A BAIRRO ARVORIZADOS E UM URBANISMO MENOS DESTRUIDOR

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Rose Trovato

Local não comportou as pessoas presentes, portanto, a grande maioria não conseguiu se manifestar.
Falta de planejamento faz com que a população não veja ouvida e muito menos possa expor seus comentários, sugestões e etc.
Isso é uma audiência pública?
Vereador Gilson Barreto (PSDB), o senhor ouviu cerca de 150 pessoas e lá foram sem poder opinar estavam quase o dobro.
Teria que ter outra audiência pública!

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CARLOS ALBERTO PONTES PINTO E SILVA

Audiência totalmente prejudicada pelo grande número de pessoas presente que não são moradores da região e que ocuparam indevidamente o espaço daqueles que realmente tinham interesse em apresentar suas reinvindicações e colaborar para um melhor uso e ocupação do solo na região de Pinheiros. Nova oportunidade deverá ser dada aos legítimos moradores da região, marcando uma nova audiência em local que permita a participação de todos.

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Ivan Carlos Maglio

Parece que a Prefeitura começou a aceitar alguma mudança na questão do eixos. Tomara. Sugiro verem o Facebook ou o material postado pelo vereador Police Neto após a AP de Pinheiros. Reproduzo abaixo
Fiquei esperançoso
Abs

Prefeitura avalia rever alguns
zoneamentos no entorno de estações de metrô
Extremamente importante a audiência pública de ontem sobre o zoneamento da região de Pinheiros. Ficou claro para mim e também para a Prefeitura que o entorno de algumas estações de metrô não comportam uma Zona de Estruturação Urbana (ZEU), aumentando o potencial construtivo para até 4 vezes a área do terreno. Esta mudança implicaria na construção de edifícios de grande porte e adensamento populacional. Um dos exemplos é o entorno da Estação Vila Madalena, que fica colada a um bairro residencial de casas que já vem sendo destruídas para dar lugar a prédios antes mesmo do novo zoneamento ser aprovado. Outra área que pode ser revista é o entorno de algumas estações da Vila Mariana. Apoiamos esta medida e estamos à disposição de quem precisar de ajuda neste sentido.”

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Mauro Turbiani Filho

Sou proprietário e ex morador da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, trecho entre a Av. Faria Lima e Marginal. Neste trecho, a Gabriel se tornou uma via coletora para acesso à região da Av Paulista e Centro em função da cidade ser viva e demandar mudanças – não estamos mais em 1920 quando o bairro foi criado e as necessidades eram outras. A rua foi também brindada com um valor de IPTU médio de R$ 2.000/mês (deve aumentar em breve +17%) e impedida de se tornar uma zona comercial, como todas as vias coletoras devem ser após o ato de morar se tornar impossível. O resultado é que dos 36 imóveis da rua apenas 8 (22%) estão ocupados por moradias, 9 (26%) vazias/abandonadas e 50% dos proprietários assinaram um abaixo assinado solicitando a mudança de zoneamento.
Andar nas ruas ficou muito perigoso durante o dia e impossível à noite pela falta de segurança. Assim sendo, a alegada tranquilidade dos Jardins já se foi, o aumento do número de automóveis é uma realidade com congestionamentos nos dois sentidos em toda via, A criação de ZCor trará empregos, segurança, conservação e manutenção.
As alegações de bairro verde e pulmão da cidade são falácias visto que o maior contingente está nas vias e praças públicas, além de que ninguem pode cortar árvores, mesmo que em lote próprio, sem autorização da prefeitura. O dito adensamento é má fé pois o gabarito de 10 metros não mudou.
A dois quarteirōes, na marginal com a rua Iraci um prédio já foi invadido por mais de 40 famílias, assim como duas casas na Gabriel com roubo de portas, louças e metais sanitários e este é o destino óbvio dos demais imóveis fechados. As Associaçōes e profissionais que defendem a estagnação da cidade com certeza não tem a visão da real possibilidade do bairro se transformar em um lugar abandonado, inseguro e invadido por desafortunados moradores de rua no entorno das residências, com mais aumento de insegurança e a total desvalorização de seu patrimônio – alguns deles não moram, não frequentam e nem passam por lá.

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Gisele Rozemboim

A ALAMEDA GABRIEL MONTEIRO DA SILVA , TRECHO FARIA LIMA RUA HUNGRIA , DESDE 2004 É UM CORREDOR CZLII E VIA COLETORA. SOMOS COLETORA DE TODO O TRÂNSITO QUE VEM DA MARGINAL PINHEIROS , TODAS AS LOJAS, SUPER MERCADO ETC … SÃO ABASTECIDOS POR ESSE TRECHO DA GABRIEL.
SOMOS 36 IMÓVEIS , 8 RESIDENCIAS DOS QUAIS 5 ASSINARAM O ABAIXO ASSINADA PEDINDO A MUDANÇA DE ZONEAMENTO PARA ZCOR 2, COMÉRCIO E SERVIÇOS.
SOMOS UMA MESMA RUA COM 2 ZONEAMENTOS DIFERENTES, PEDIMOS ISONOMIA ! HOJE MUITO DOS IMÓVEIS ESTÃO VAZIOS PELA INCAPACIDADE DE VISÃO DA SEMPLA ( 2004) , QUE SÓ CHANCELOU AQUILO QUE JÁ ESTAVA ESTABELECIDO , GABRIEL TRECHO FARIA LIMA , AV BRASIL.
HOJE A ALAMEDA É UMA VIA DECADENTE COM IMÓVEIS DEGRADADOS POR NÃO TERMOS USOS ADEQUADOS !
MUDANÇA JÁ ZCOR II ,COMÉRCIO E SERVIÇOS ISONOMIA !!!!!!!

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Mauro Turbiani Filho

Sou morador da Alameda Gabriel Monteiro da Silva no trecho entre a Av. Faria Lima e rua Hungria e também estive na dita audiência pública.
A Alameda Gabriel Monteiro da Silva no trecho entre a Av. Faria Lima e a Marginal, há muito tempo foi transformada em uma via coletora pelo Departamento de Transito, com a colocação de placa indicativa de percurso para a Av. Paulista e Centro na Marginal, o que transformou o ato de morar neste trecho um suplício.
Também o Waze e o Googlemaps indicam a Gabriel como caminho preferencial para Jardins, Paulista e Centro. A Cidade é viva, as transformações são inevitáveis e a Legislação tem obrigação de regulamentar as novas situações. Apoio a mudança para ZCor2. As alegações de bairro verde e pulmão da cidade são falácias visto que o maior contingente está nas vias e praças públicas, além de que ninguem pode cortar árvores mesmo em lote próprio sem autorização da prefeitura. O dito adensamento é má fé pois o gabarito de 10 metros não mudou. O aumento de transito é impossível; na verdade deve diminuir o uso de carro pelos moradores do entorno para deslocamentos em pequenas compras que serão feitas a pé. A campanha contrária visa desinformar a população. Mudança já, ainda que tardia

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phan mem ban hang

Falta de planejamento faz com que a população não veja ouvida e muito menos possa expor seus comentários, sugestões e etc.

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