RenattodSousa/CMSP
Éricka Perestrelo
A revisão da Operação Urbana Água Branca, na Zona Oeste da capital paulista, continua em debate. Nesta quinta-feira (27/6), os vereadores da Comissão de Política Urbana Andrea Matarazzo (PSDB) e Nabil Bonduki (PT) apresentaram, em audiência pública, substitutivos ao projeto do Executivo.
Bonduki pretende garantir, com o novo texto, que as intervenções resguardem a qualidade de vida de quem vive e pretende viver na região e que o uso dos recursos arrecadados na operação possam ser destinados ao desenvolvimento e inclusão social. A ampliação dos recursos para habitações de interesse social (HIS) de 15% para 30%, dos quais metade para aquisição de terra, é importante para que fixemos população nesse local que possui baixa densidade demográfica e muito emprego, numa cidade que sofre com problemas de mobilidade.
Matarazzo propõe que o valor arrecado na operação de 1995, cerca de R$ 360 milhões, vá para a nova Lei, se aprovada. O substitutivo garante o que foi arrecadado na operação dentro do perímetro inicial, ou seja, o dinheiro tem que ser usado para o que foi inicialmente destinado. Para ele as coisas estão convergindo para um bom substitutivo que atenda a comunidade e o governo.
No entanto, os moradores ainda apresentam dúvidas em relação ao retorno dos investimentos da operação. Ana Paula Soares é moradora da Favela do Sapo. Ela contou que a comunidade abriga cerca de dez mil pessoas e que há uma carência de equipamentos sociais. Nós estamos preocupados com moradia, além disso falta educação, cultura e lazer. Gostaríamos que fosse construído um CEU, pontuou.
O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Perdizes, Carlos Minniti, lembrou que as discussões não podem se prolongar por muito tempo. O debate é positivo, mas é preciso haver as intervenções. As obras de microdrenagem, por exemplo, anunciadas pelo Executivo, podem beneficiar muito o perímetro que sofre com as enchentes.
O Secretário Municipal de Planejamento Urbano, Fernando de Melo Franco, participou da audiência pública. Uma série de questões pertinentes foram colocadas. Com o adiamento da votação teremos condição de ajudar o legislativo a formular um projeto que represente os interesses da grande maioria, afirmou. A opinião do secretário foi compartilhada pelo vereador Paulo Frange, integrante da comissão. Estamos evoluindo e a cada reunião as divergências vão diminuindo.
A nova Operação Água Branca deve ser votada pela Câmara Municipal no segundo semestre.
(27/6/2013 22h24)
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