Parque Augusta: carta aberta será enviada às empreiteiras

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Moradores e representantes de entidades participaram de reunião para discutir o Parque Augusta                   Foto: Luiz França / CMSP

RAFAEL CARNEIRO DA CUNHA
DA REDAÇÃO

Uma carta aberta, assinada pelo movimento Sociedade Amigos Cerqueira César, pela Rede Nossa São Paulo e pela Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, da Câmara Municipal, será enviada aos representantes das empreiteiras Setin e Cyrela, donas do terreno onde seria construído o Parque Augusta, no centro de São Paulo. Na carta, os envolvidos propõem que as empresas doem a área para a cidade.

“Fizemos uma carta aberta aos proprietários para que eles assumam uma postura de grandeza, doando o terreno. Em diversas partes do mundo isso acontece. As empresas dão uma contrapartida para a cidade, que já ofereceu muito a elas. É um apelo que a gente faz”, disse Oded Grajew, coordenador da Rede Nossa São Paulo.

O vereador e presidente da Frente Parlamentar, Gilberto Natalini (PV), salientou a importância da luta que o poder público tem travado com o setor privado, principalmente em relação ao Parque Augusta. “O bairro não tem nenhuma área verde”, ressaltou, durante reunião realizada na tarde desta segunda-feira (9/3) na Câmara com representantes de entidades de moradores da região.

De acordo com o promotor do patrimônio público, Silvio Marques, que também esteve presente na reunião, “o Ministério Público quer um parque 100% público, ou seja, que os imóveis sejam desapropriados. O MP e a prefeitura fizeram um acordo em fevereiro com bancos internacionais onde foram destinados U$ 22.600.000 (70 milhões de reais) para a aquisição do parque. Queremos que as construtoras coloquem preço justo nos imóveis para que possamos negociar.”

A área destinada ao Parque Augusta tem 24 mil m² e está situada entre as ruas Caio Prado, Augusta, Consolação e Marquês de Paranaguá. São dois terrenos particulares, de 16.100 m² e de 7.600 m². “A subprefeitura da Sé é a segunda área com menor cobertura vegetal da cidade. Só perde para a Mooca. O verde é de extrema importância para a sobrevivência da população. Existem estudos que comprovam que o aumento de doenças mentais está relacionado à falta de áreas verdes e de convivência”, afirmou Augusto Aneas, ativista do Organismo Parque Augusta.

Irregularidade
Na última quinta-feira (5/3), o vereador Gilberto Natalini (PV) esteve no terreno e observou algumas irregularidades. “Fui surpreendido com a notícia de que as empreiteiras estavam colocando tapumes na calçada em torno da área. Corri lá e verifiquei que aquela ação era ilegal. Consegui interromper e eles passaram a colocar tapumes na parte interna, podando árvores tombadas. Chamei a Polícia Ambiental e mais uma vez a atitude deles [empreiteiras] foi interrompida.

2 Contribuições

Marcel Simolin Gonçalves Pinto

Hoje já colocaram os tapumes denovo, escondendo pra que?
Especuladores sem pudor, a valorização desse terreno antes/pós começar essa disputa é absurda. Além de acabarem com a cidade, sem o mínimo planejamento. Quantos mil projetos foram lançados no bairro em 1 ano? Não vi obra de melhoria em lugar algum.
Se construírem qualquer prédio lá desisto. O urbanista de São Paulo é o capital mesmo.

Responder
Denise Boschetti

Muito bom o encaminhamento.
Agradeço imensamente como moradora da região e ativista pelo parque 100% verde.

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