Participantes de seminário criticam falta de políticas públicas para LGBTs

André Bueno/CMSP

Para os participantes do seminário, faltam políticas públicas e de educação

Participantes de um seminário realizado nesta quarta-feira (17/5) na Câmara, pelo Dia Internacional de Combate à Homofobia, criticaram a falta de políticas públicas para essa comunidade. Participaram da discussão o vereador Toninho Vespoli (PSOL) e a Família Stronger – coletivo de jovens LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) da capital paulista.

Os dados do relatório da Ilga (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais) revelam que o Brasil ocupa o primeiro lugar em homicídios de LGBTs nas Américas, com 340 mortes por motivação homofóbica em 2016.

Para os participantes do seminário, a falta de políticas públicas e de educação na sociedade contribuem para esses números. É preciso esclarecer o que é homossexual, transexual , bissexual para que as famílias saibam lidar com essas questões”, disse o integrante do Família Stronger Elvis Justino de Souza.

A atriz e modelo transexual Viviane Belegoni contou sobre os preconceitos que sofreu dentro de casa pela falta de conhecimento de sua família. “Vejo que não tem educação referente ao tema, o que estimula o preconceito. As pessoas não conhecem o diferente e não sabem como lidar com essa situação. É preciso mais políticas públicas e educação nas escolas, porque ninguém vira LGBT, nasce assim”, comentou.

As religiões não ficam de fora quando o assunto é preconceito. O babalorixá Diego Airá revelou que muitos LGBTs procuram o terreiro porque não foram aceitos em outros espaços. “A nossa tradição agrega a todos. A religião dos orixás entende que o amor está muito mais além do que a condição corpórea. O tempo todo nossos terreiros recebem LGBTs que sofreram preconceito”, acrescentou.

A coordenadora da Revista Alternativa L, Sheila Costa, disse que a revista surgiu com a meta de discutir o universo das lésbicas. “Percebemos que as lésbicas sempre eram tratadas como fetiche em reportagens e as mulheres lésbicas precisavam ter visibilidade”, explicou.

Para o coordenador do Coletivo Aroucheanos, Helcio Beuclair, o evento é importante para conscientizar, no entanto, é preciso aumentar a luta em visca dos direitos da comunidade LGBTs. “O Largo do Arouche é o maior reduto de LGBT da cidade de São Paulo e recebemos 2 mil todos os finais de semana, vítimas de preconceito. A maioria deles vem da periferia. Precisamos nos organizar ainda mais para fazer da luta não um carnaval ou premiação”, argumentou.

O vereador Toninho Vespoli considerou o evento importante para romper o preconceito e conseguir políticas públicas para a comunidade LGBT. “Tudo o que acontece aqui [Câmara] repercute. Para acabar com o preconceito, precisamos de conscientização da população por meio da educação. A medida que os políticos não aceitam os LGBTs, eles negam a existência desse grupo. E não fazem políticas para essas pessoas”, disse.

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