Pastoral pede políticas mais humanizadas para população em situação de rua

COMISSAO DE FINANCAS E ORCAMENTO- POVO DA RUA-26-08-2015 FRANCA-03263-300ABRE

           À partir da esquerda: Ricardo Nunes (PMDB), Aurélio Nomura (PSDB), Paulo Fiorilo (PT) e
                     padre Julio Lancelotti            Foto: Luiz França / CMSP

 

KÁTIA KAZEDANI
DA REDAÇÃO

Representantes da Pastoral da População de Rua sinalizaram nesta quarta-feira (26/8) para a necessidade de o poder público promover políticas mais específicas voltadas para pessoas nessa situação. Durante reunião da subcomissão instalada pela Comissão de Finanças e Orçamento para analisar os impactos dos programas de assistência social em São Paulo, os participantes ainda pediram que seja feita uma auditoria para saber de que maneira  estão sendo aplicados os recursos municipal, estadual e federal para  a realização desses trabalhos no município.

“O atendimento precisa ser mais humanizado. Muitas vezes alguém em situação de rua não consegue ser atendido porque não atende os requisitos necessários para participar do programa. O trabalho a ser realizado deve ser dinâmico, construído juntamente com as pessoas em situação de rua”, explicou o coordenador da Pastoral, padre Júlio Lancelotti.

De acordo com a instituição, o gasto com um morador de rua é de aproximadamente R$1.500. A capital paulista tem cerca de 15 mil pessoas nessa situação. “Tem muita gente que trabalha e não ganha esse dinheiro. Então, precisamos fazer uma auditoria para sabermos o valor corretamente que é gasto com uma pessoa em situação de rua e pensar que com esses recursos essa população teria condições de ser melhor atendida”, acrescentou o padre.

Outro problema trazido pelos participantes da subcomissão foi a ação “truculenta” da GCM (Guarda Civil Metropolitana) com moradores de rua.  O Frei Agostinho da Grande Mãe de Deus contou que presenciou várias vezes a violência dos policiais. “Precisamos de uma Guarda que não seja agressiva e quero que os vereadores averiguem essas situações e a limpeza pública que estão fazendo contra essas pessoas”, revelou.

Para o vice-presidente da subcomissão, vereador Ricardo Nunes (PMDB), é fundamental que o poder público faça uma política específica para atender a necessidade dos moradores de rua. “Pelo o que percebemos é que existem pessoas que querem sair das ruas, outros preferem ser reintegrados à suas famílias e outros que precisam de cuidados especiais. Para isso, essa subcomissão deverá trabalhar para propor ações para ajudar essa população”, declarou.

O relator do colegiado, vereador Aurélio Nomura (PSDB), concorda que as políticas públicas devem ser revistas. “Percebemos que as instituições conveniadas e o poder público não se entendem. É necessário que exista integração entre todos os envolvidos para que o serviço prestado seja de qualidade”, explicou. “A sugestão de uma auditoria é importante e vamos pensar nessa possibilidade. Porque se os gastos realmente forem esses, o município gasta muito e não vemos uma aplicação efetiva desses recursos”, disse.

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