Plano Diretor ajudará a diminuir barulho em SP, dizem especialistas

Luiz França / CMSP
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A revisão do PDE (Plano Diretor Estratégico) em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo é o pontapé inicial para resolver os problemas causados pelo barulho na capital paulista. As medidas previstas no projeto, de acordo com especialistas que participaram nesta segunda-feira (28/4) da 1ª Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora, são fundamentais para melhorar a poluição sonora na cidade. 

Entre as iniciativas previstas no PDE está a elaboração de um mapa com a distribuição espacial do ruído na cidade, com o objetivo de evitar, prevenir ou reduzir os efeitos prejudiciais da exposição ao barulho por meio do planejamento urbano adequado.”Fazer essa mapeamento é o início para que o poder público possa priorizar ações nos setores com maiores índices de ruídos”, declarou Davi Akkerman, presidente da ProAcústica – Associação Brasileira para Qualidade Acústica. “Mas fazer apenas o mapa não é suficiente. Precisamos também de campanhas educativas para esclarecer a população sobre os problemas que o excesso de barulho pode causar”, acrescentou.

O trabalho do poder público, explicaram os especialista da conferência, é essencial para resolver os problemas causados por ruído. “É necessária uma ação coordenada, principalmente dos governos municipal, estadual e federal para se identificar o que causa o barulho e pensar no que pode se resolver isso. Em São Paulo, o trânsito e as obras são os maiores geradores de ruídos”, afirmou Nicolas Isnard, diretor de negócios, meio ambiente e engenharia da 01 dB empresa que oferece soluções de produtos e serviços dedicados a medições de controle, perícia e monitoramento acústico e vibratório.

O presidente da Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Andrea Matarazzo (PSDB), sinalizou para a necessidade de modernização da legislação para melhorar os problemas causado pelo barulho. “Temos a Lei do Psiu, por exemplo, que deveria utilizar equipamentos mais tecnológicos para facilitar a fiscalização. E agora estamos discutindo no Plano Diretor a elaboração do mapa de ruídos e isso vai ajudar muito porque teremos a escala de barulho em cada região e assim poderemos pensar no que fazer me cada local”, disse.

Saúde mental
Segundo o médico Fernando Pimentel de Souza, neurologista e professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais, além dos problemas causados ao órgão auditivo, os ruídos podem causar distúrbios ao ritmo do sono capazes de produzir sérios efeitos na saúde mental das pessoas. Devemos ter no mínimo oito horas de sono por dia. Quando este período não é respeitado, o individuo passa a prejudicar áreas importantes do cérebro como as psicológicas, intelectuais, da memória, do humor e da aprendizagem. Afetando assim sua qualidade de vida, salientou.

O neurologista destacou algumas doenças causadas pela falta do sono de qualidade, como a insônia, cansaço, estresse, depressão e a hipertensão. Para ele, as leis vigentes ainda não protegem a saúde da população. É preciso ter punição maior aos poluidores sonoros. O desenvolvimento urbano não pode ser prejudicial à qualidade de vida., afirmou. (Da Redação)

A 1ª Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora está sendo realizada nos dias 28, 29 e 30, na Câmara Municipal, e tem como objetivo sensibilizar a população e o poder público sobre os impactos do ruído e da vibração sonora na saúde humana, qualificar o debate e produzir diretrizes para uma atuação legislativa e administrativa eficaz.

(28/04/2014 – 12h50)

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