Ponte Pirituba é tema de audiência com moradores

Ponte PiritubaJota Abreu / CMSP

Audiência pública sobre Operação Urbana Água Branca – Ponte Pirituba (05/9)

O espaço cultural Tendal da Lapa recebeu na noite desta quinta-feira (5/09) audiência pública. O encontro foi realizado pela Câmara Municipal para discutir a ponte em construção que ligará Pirituba e Lapa, na zona oeste da cidade. Parte da Operação Urbana Água Branca, a obra tem previsão de duração de 18 meses. Como resultado, a intenção é diminuir em 25 minutos as viagens por transporte coletivo. A iniciativa da audiência, contudo, foi do vereador Fábio Riva (PSDB), por meio de requerimento aprovado pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente. Riva relembrou que foi realizada no mês passado audiência no bairro de Pirituba. Além disso, ele ressaltou que havia o compromisso de também ouvir os moradores da Lapa, para apresentar o passo a passo das obras. “Queremos dar tranquilidade para os moradores com relação ao impacto do trânsito e aumento do fluxo. Isso pode ocorrer quando a ponte for inaugurada. Por isso, é muito importante a participação popular”, ressaltou Riva, que é líder do governo na Câmara. Contudo, o vereador Paulo Frange (PTB) também acompanhou a audiência.

O encontro

O encontro começou com uma exposição realizada pela diretora de planejamento da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte, Regina Villela. Segundo ela, a ponte Pirituba-Lapa irá dividir o fluxo de veículos, hoje a cargo apenas da Ponte do Piqueri. As alterações em andamento, segundo Regina, também deverão colaborar, por exemplo, na redução de alagamentos na região, por conta das intervenções urbanas projetadas. Entre as intervenções, está a duplicação da avenida Raimundo Pereira de Magalhães, no trecho da Lapa, entre a linha da CPTM e o Rio Tietê. Entretanto, as propostas desagradam alguns dos moradores da região, que se manifestaram durante a audiência. É o caso de Antonio Zagato, integrante do Conselho Participativo Municipal da Lapa. Segundo ele, a ideia inicial era fazer apenas o alargamento da via para 23 metros, não a duplicação. Contrário à construção, Zagato afirmou que a mudança não leva em consideração o aumento do trânsito em direção ao interior dos bairros da região da Lapa. Ele cita os bairros Vila Anastácio, City Lapa, Alto da Lapa, Lapa de Baixo, entre outros. A preocupação é que o fluxo maior de veículos não seja absorvido pelas ruas, de menor porte e perfil residencial.

Patrimônio Histórico

Outro fator apontado pelo conselheiro é a preservação do patrimônio histórico e cultural. Consequentemente, para a duplicação, haverá a necessidade de demolição de um grande conjunto arquitetônico. São locais onde funcionaram as antigas oficinas ferroviárias da São Paulo Railway, na Lapa. O espaço é tombado, em nível estadual, pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico). E pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), em nível municipal. Os prédios abrigaram as maiores e mais antigas oficinas ferroviárias da Estrada de Ferro Santos Jundiaí (EFSJ), de 1899. “A ponte foi projetada com prioridade para o transporte público. O alargamento garantiria a ligação desse sistema entre a Lapa e Pirituba, sem impactar a vizinhança e o trânsito dos bairros, como vai ser a duplicação”, argumentou Zagato. A desapropriação e demolição do patrimônio histórico também aumentarão o custo, segundo o morador. “Com a duplicação e esses impactos, [a obra] vai custar milhões de reais a mais para a prefeitura”, argumentou.

Moradores temem impacto da obra

Flávia Maia, presidente do CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança) da Lapa, pediu atenção para as alças de acesso à ponte. Sua reivindicação dizia respeito a uma alternativa apresentada em projetos anteriores de utilização de vias locais do bairro, para que motoristas que trafegam pela marginal Pinheiros possam acessar a ponte, e vice-versa. “A Lapa inteira já convive com muito trânsito, porque as nossas ruas são muito estreitas, com velocidade máxima de 40 km/h. Então esse fluxo que vai aumentar não será comportado pelas nossas ruas”, alegou Flávia. Durante a sua participação, Regina Villela apresentou uma alça para ser usada por quem estiver na marginal e for usar a ponte para acessar a pista no sentido de Pirituba. Já os motoristas que saírem de Pirituba e precisarem acessar a marginal no sentido do Centro terão de passar por dentro do bairro da Lapa, que terá intervenções em uma avenida local. “Nós revisamos novamente os números do estudo de tráfego, estamos convictos de que a intervenção comporta essa mudança”, garantiu Regina. Outro morador que também se manifestou durante o evento foi Fernando de Andrade Pinto, que reside na Vila Anastácio há dois anos e participou da audiência pública anterior, realizada em Pirituba. Sua impressão é que o projeto evoluiu. “Porém, o impacto para o lado da Lapa ainda é muito grande. A saída da ponte ainda é muito desproporcional desse lado, principalmente na parte interna do bairro. Estamos aqui justamente para discutir e para pedir que seja melhor pensado nessa parte”, sugeriu. JOTA ABREU DA REDAÇÃO 

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