Presidente da Sabesp nega racionamento de água em São Paulo

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Presidente da Sabesp, Dilma Pena foi ouvida nesta quarta na CPI que investiga o desabastecimento em São Paulo     Foto: Luiz França / CMSP

RAFAEL CARNEIRO DA CUNHA
DA REDAÇÃO

Não existe racionamento. O que há é falta dágua em lugares pontuais, principalmente em áreas muito altas, muito longe dos reservatórios, em residências com muitos moradores ou onde a reservação [armazenamento] está incorreta, afirmou a presidente da Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena.

Segundo ela, um racionamento só ocorre quando se despressuriza 100% da água da rede, o que não acontece em São Paulo, já que toda a rede de abastecimento está pressurizada em tempo integral. Dilma prestou depoimento nesta quarta-feira (8/10), na reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a Sabesp.

Desde o início deste ano, o nível das represas que compõem o Sistema Cantareira vem sofrendo uma queda brusca e a falta de chuvas é apontada tanto pela empresa  quanto pelo governo do estado como a principal responsável pela crise hídrica. Para enfrentar o problema, a Sabesp tem diminuído a pressão da água, o que segundo a empresa, tem o objetivo de reduzir as perdas e não deixar a população desabastecida. Na prática, muitas residências têm ficado sem água nas torneiras, principalmente durante o período noturno.

Existe sim uma diminuição na pressão da rede, que atinge cerca de 1% a 2% da população, disse a presidente, que considera o racionamento uma medida não inteligente, pois pode danificar a tubulação, já que ao se repressurizar a rede pode ocorrer um rompimento nos canos.

Localizado majoritariamente em São Paulo, o Sistema Cantareira é formado pelas represas Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha, e fornece água para cerca de 9 milhões de pessoas nos municípios de São Paulo, Francisco Morato, Carapicuíba,, Franco da Rocha, Osasco, Caieiras, Taboão da Serra, São Caetano do Sul, Santo André, Guarulhos e alguns do interior do estado.

Para o vereador e presidente da CPI, Laércio Benko (PHS), a Sabesp precisa assumir que errou em sua gestão. Talvez, se chover, o problema será resolvido para o ano que vem. Mas e os próximos anos? Outras secas virão, as mudanças climáticas estão aí, são alertadas há anos e nada foi feito de concreto para evitar esse problema. Novos reservatórios não foram construídos, as tubulações de água não foram reformadas, afirmou.

Volume morto

A Sabesp aguarda uma autorização da ANA (Agência Nacional das Águas) para que possa retirar a segunda leva da reserva técnica, ou volume morto. De acordo com Dilma Pena, com a captação dessa segunda cota, a população abastecida pelo Sistema Cantareira terá água até abril de 2015, caso continue a escassez de chuva nos próximos meses.

(08/10/2014 16h55)

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