Produção do foie gras é debatida em audiência pública

Considerada uma iguaria da culinária francesa, o foie gras, termo que significa fígado gordo, voltou a ser debatido na Câmara Municipal nesta quarta-feira (23/10). Integrantes da Associação de Profissionais de Cozinha do Brasil defenderam a produção e comercialização do alimento durante a audiência pública da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher.

Desde agosto desse ano, tramita na casa um projeto de lei que proíbe que o foie gras seja produzido e comercializado em São Paulo e, além disso, proíbe vestimentas feitas com pele de animal. De autoria do vereador Laércio Benko (PHS), a principal justificativa em relação ao foie gras são os maus tratos dados a patos e gansos para que ocorra a engorda do fígado desses animais. De acordo com o documento, essa engorda é obtida pela alimentação forçada, que é feita por um funil de mais de 40 cm e que provoca uma distorção no corpo dos animais e um fígado sete vezes maior que o tamanho normal.

João  Leme, membro da Associação de Profissionais de Cozinha do Brasil, explicou que o foie gras produzido no país é obtido a partir de um processo de engorda natural, por meio de uma sonda produzida na França que fica somente no bico do animal e isso está de acordo com a legislação. Segundo ele, não se utiliza no Brasil a gavage, processo descrito na justificativa do projeto. Aqui, o pato não é confinado e, como ele não consegue acumular gordura no fígado por meio da migração, são alimentados mais vezes ao dia. Estamos aqui para defender a tradição milenar e proibir a produção do alimento traria enorme prejuízo aos produtores e preparadores.

O proprietário do restaurante La Cocotte, Fred Frank, salientou que uma pesquisa realizada pelo Instituto Agrícola dos Estados Unidos comprovou que a alimentação dos patos e gansos pelo bico não traz nenhum prejuízo ao animal.

Benko também esteve presente na audiência. Para ele, o principal ponto da discussão é a obtenção da gordura por meio da gavage. Acredito que a gente pode ter em São Paulo um foie gras que prejudique menos o animal. Pelo que foi exposto hoje pela associação, há métodos menos danosos. Vou estudar mais um pouco e poderei incluir no projeto de lei um artigo que proíba a produção e comercialização do foie gras obtido por meio da gavage.

Combate ao câncer de ovário

Além do projeto de lei que proíbe a produção e comercialização do foie gras e de vestimentas com pele de animais, foram discutidos outros projetos na audiência desta quarta-feira. Entre eles esteve o PL 108/2013, de autoria do vereador Reis, que institui uma política de prevenção e combate ao câncer de ovário.

A professora Antônia de Freitas entregou à comissão uma lista com assinaturas para que também seja instituída uma política de prevenção ao câncer de mama. Sugiro que a senhora converse com a vereadora Noemi Nonato (PSB), que é a relatora do projeto, para que ela analise e possivelmente elabore um substitutivo para ser apreciado pela comissão, disse o vereador Natalini (PV).

(23/10/2013 15h36)

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