Projetos inovadores na área de Educação recebem Prêmio Paulo Freire

Ricardo Rocha/CMSP

Cerimônia de entrega do Prêmio Paulo Freire

JOTA ABREU
DA REDAÇÃO

Educadores da Rede Municipal, que desenvolvem projetos inovadores, foram premiados durante a cerimônia da 13ª edição do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal na Câmara Municipal de São Paulo, nessa segunda feira (17/9).

Doze projetos receberam prêmios em quatro categorias: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II/Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. 81 projetos foram avaliados.

“A primeira vertente avaliada são as concepções do mestre Paulo Freire. Ele falava que a leitura do mundo precede a leitura das palavras. Então temos um olhar dentro dessa concepção, com vários itens avaliados. Vários projetos são bons, mas alguns nos ganharam dentro de alguns detalhes na concepção freireana”, disse a representante da Comissão Julgadora do Prêmio Patrícia Pimenta.

O filho mais novo de Paulo Freire, o sociólogo Lutgardes Freire, disse que “a cada vez que participo dessas cerimônias, fico muito contente, porque significa que a chama do meu pai, de todo seu pensamento e pedagogia, não está apagada. As pessoas continuam falando de sua obra e da importância da escola”.

A Sessão foi presidida pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL). Ele considera que a premiação, deste ano, tem um significado especial. “ Foi aprovado aqui na Câmara um Projeto de Lei que declara Paulo Freire patrono da educação do município de São Paulo, como já era considerado no Brasil. Há um debate sobre autonomia do professor no processo de ensino-aprendizagem. E neste contexto, ainda há os que defendem retirar o nome de Paulo Freire como patrono da Educação, mesmo ele sendo reconhecido internacionalmente como um dos maiores educadores que já existiu”,  analisou o vereador.

O projeto “Diretor e Diretora de Escola por um Dia”, da EMEI Nelson Mandela, do bairro do Limão, ficou em primeiro lugar na categoria Educação Infantil. Segundo a diretora da unidade, Cibele Araújo Racy Maria, há reuniões com pais de alunos e funcionários e outra com alunos, onde são avaliadas as ações e apresentadas sugestões para uma melhor gestão escolar. “É uma forma rápida, inteligente, interessante e lúdica de uma gestão democrática. Estou há 14 anos na escola e é mais uma  oportunidade de oxigenar as ideias com pessoas que tem percepções diferentes. Com a colaboração de todo mundo a escola melhora a qualidade”, contou.

Na categoria Ensino Fundamental I, o primeiro lugar ficou para o projeto “Futuro Doador”, desenvolvido na EMEF Professora Wanny Salgado Rocha, da Vila União. A iniciativa tratou da conscientização para a importância da doação de sangue. Houve palestras, panfletagem e os alunos foram mobilizados para encontrar doadores numa ação concreta. “Os próprios alunos fizeram a divulgação com os pais e conseguiram mais de 20 doadores”, disse a professora Patrícia Lopes Silva.

O primeiro lugar da categoria Ensino Fundamental II/Ensino Médio foi para “O Migrante Mora em Minha Casa”, da EMEF Infante Dom Henrique, no bairro do Canindé. O professor Cesar Luís Sampaio participou da formação “Migração como direito humano: rompendo o vínculo com o trabalho escravo”, uma parceria da ONG Repórter Brasil com a Secretaria Municipal de Educação, e o conhecimento adquirido ajudou na concepção do projeto. “Nossa escola tem 20% de alunos migrantes. Em São Paulo, todos nós somos migrantes de alguma maneira, seja daqui ou de outro país. Então fizemos essa sensibilização, falamos sobre os estigmas que os migrantes sofrem e trouxemos a discussão sobre trabalho escravo até descobrir que havia situações assim no próprio bairro”, detalhou.

Já o projeto “Vozes poéticas: a identidade periférica no CIEJA”, do CIEJA Professor Francisco Hernani Alverne Facundo Leite, no Jardim Consórcio, foi o vencedor da categoria Educação de Jovens e Adultos, com a intenção de despertar o talento de escritores e leitores com enfoque especial na poesia. “Nosso projeto vem ao encontro de Paulo Freire porque trata das vozes poéticas de jovens, adultos, senhoras, senhores e alunos com deficiência. Esses saraus aconteceram de forma muito bonita, desde o ano passado, e dá voz a essas pessoas, que nem sempre acham que podem participar, mas que no processo descobrem que são protagonistas”, explicou a diretora Sulene Borges Rosa Medeiros.

O Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal é entregue anualmente desde 1998. Ele homenageia a vida e o trabalho do educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire. O objetivo é estimular e valorizar as iniciativas que, pautadas na busca de alternativas e na criatividade, estejam alinhadas a uma política educacional comprometida com a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

LISTA DOS PREMIADOS
Categoria 1 – Educação Infantil
– 1º Lugar – Projeto “Diretor e diretora de escola por um dia”
Responsável: Diretora Cibele Araujo Racy Maria EMEI Nelson Mandela
– 2º lugar – Projeto Desconstruindo o mito do “lápis cor de pele”
Responsável: Professora Solange Alves Bueno Rolemberg Vicente EMEI Eduardo Carlos Pereira
– 3º lugar – Projeto “Família… início de nossa história”
Responsáveis: Professoras Claudineia da Silva Souza e Janaina Pereira da Silva, e Diretora Ana Rita da Cunha Melo CEI Chácara Bela Vista I

Categoria 2 – Ensino Fundamental I
– 1º Lugar – Projeto “Futuro doador”
Responsável: Professora Patrícia Lopes Silva
EMEF Professora Wanny Salgado Rocha
– 2º lugar – Projeto “Patrulheiros do Futuro – Educação ambiental para a formação de cidadãos críticos e conscientes, em defesa dos animais e do planeta”
Responsáveis: Professoras Daniele Pereira Rodrigues do Prado, Ludimilla de Paiva Pinto, Márcia Nascimento Ferreira do Rio e Nadia Machado Daenekas de Souza EMEF Ulysses da Sylveira Guimarães
– 3º lugar – Projeto “Reciclar: ação para a sustentabilidade”
Responsáveis: Professores Rita de Cássia Frias, Debora Rodrigues de Oliveira Antolino, Marcos Medeiros Dantas e Selma Regina Machado EMEBS Helen Keller

Categoria 3 – Ensino Fundamental II e Médio
– 1º Lugar – Projeto “O migrante mora em minha casa”
Responsáveis: Professores Cesar Luís Sampaio e Rosely Honório Marchetti EMEF Infante Dom Henrique
– 2º lugar – Projeto “Spot radiofônico – vozes que encantam, comemoram e representam!”
Responsáveis: Professores Carolina Lobrigato e Joines Gustavo Ruiz Garcia EMEF Altino Arantes
– 3º lugar – Projeto “Essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós: uma experiência de gestão democrática da escola pública”
Responsáveis: Diretora Priscila Damasceno Arce, Assistente de Direção Ana Cristina Santos, e Coordenadoras Pedagógicas Cristiane Menezes da Cunha e Eliana Soares de Lima Andrade EMEF Sebastião Francisco, o negro

Categoria 4 – Educação de Jovens e Adultos
– 1º Lugar – Projeto “Vozes poéticas: a identidade periférica no CIEJA”
Responsáveis: Diretora Sulene Borges Rosa Medeiros, Coordenadora Pedagógica Jacqueline Aparecida da Silva Aguiar, Professoras Dianna Melo da Silva e Renata Carolina Gibelli Messias CIEJA Professor Francisco Hernani Alverne Facundo Leite
– 2º lugar – Projeto “Mulheres de fibra, cada fio da história faz a fibra que nos forma!”
Responsável: Professora Gladis Cassapian Barbosa CIEJA Santana/Tucuruvi
– 3º lugar – Projeto “Competências leitora e escritora na construção de projetos interdisciplinares / Jornal Mural e produção de filme”
Responsáveis: Professoras Aline Patrícia Avelino Ferraz e Monica Ivone dos Santos e Coordenadoras Pedagógicas Katia Aparecida Ferraz dos Santos e Lucy Carlota Rampim Teixeira CIEJA Professora Marlúcia Gonçalves de Abreu

Confira fotos da cerimônia:

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