André Bueno/CMSP

Prêmio Milton Santos foi entregue nesta sexta-feira no Salão Nobre da Câmara

DA REDAÇÃO

Um pequeno paraíso dentro da cidade de São Paulo. É assim que a voluntária Cláudia Visoni define a Horta das Corujas, criada em 2012, numa área de 800 metros quadrados, na Vila Madalena. “É de fato um paraíso. Lá a gente recuperou nascentes, tem peixinhos, um santuário de abelhas, e o cultivo de mais de cem espécies de plantas alimentícias. Algumas, inclusive, não convencionais, sequer podem ser encontradas nos supermercados”, contou.

O projeto celebrado por Cláudia, criado em 2012, foi um dos vencedores do Prêmio Milton Santos, entregue nesta sexta-feira (23/6) no Salão Nobre da Câmara. Ela atribuiu a conquista ao objetivo principal do espaço, que vai além da produção de alimentos ou abastecimento.

“A intenção principal da horta é a conexão das pessoas com a natureza, com a origem dos alimentos, a educação ambiental, nutricional e o fortalecimento dos laços comunitários, onde pessoas de todos os tipos se encontram e convivem”.

O segundo prêmio da noite foi para o pessoal do Coletivo Ocupe & Abrace, que também tem um viés voltado para a valorização do espírito comunitário e preservação do meio ambiente.

De acordo com a ativista Adriana Carvalho, a praça Homero Silva, com 12 mil metros quadrados na Pompéia, era uma área verde abandonada, cheia de lixo, e insegura. Em 2013 o grupo de voluntários passou a realizar mutirões e festivais para recuperar o espaço, que ainda revelaria uma surpresa muito agradável.

“A gente descobriu que existiam várias nascentes do córrego Água Preta. Então recuperamos todas e criamos dois lagos no local. Hoje, aquela água ajuda até no combate à dengue, porque abriga espécies que comem as larvas. São mais de 80 tipos de animais e vegetais. A gente costuma dizer que a praça, além de ser importante no sentido da preservação ambiental, é um lugar que se tornou um verdadeiro laboratório de cidadania”, disse.

Os representantes dos projetos Coletivo Ocupe & Abrace e Horta das Corujas receberam uma Salva de Prata das mãos do vereador Eduardo Suplicy (PT), que presidiu a cerimônia do Prêmio Milton Santos e reforçou a importância da celebração.

“Podemos dizer que Milton Santos foi um dos grandes formuladores de políticas para promover no País a justiça e a participação democrática de direitos humanos para toda a população brasileira. E este prêmio é justamente para reconhecer aquelas instituições e pessoas que tenham se destacado por iniciativas sociais nesse mesmo sentido”, disse.

O prêmio

Criado em 2002, o prêmio homenageia Milton Santos, importante geógrafo brasileiro, nascido na Bahia, em 1926. Suas ideias e trabalhos influenciaram pesquisas e o ensino de geografia no País, introduzindo novos conceitos de território, espaço e globalização.