Representantes de setores ligados ao turismo relatam crise econômica e pedem reabertura consciente dos trabalhos

MARCO CALEJO
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Com o mercado fechado para os negócios gastronômicos e turísticos na capital paulista devido à pandemia, o Legislativo paulistano reuniu de forma virtual, nesta quinta-feira (4/6), mais de 75 representantes de entidades para discutir os impactos financeiros provocados pelo coronavírus e a retomada das atividades econômicas na cidade de São Paulo.

A reunião realizada por videoconferência foi promovida pela Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo, do Lazer e da Gastronomia. Os trabalhos foram coordenados pelo presidente da Comissão, vereador Rodrigo Goulart (PSD). Também participaram do encontro os vereadores Gilberto Nascimento Jr. (PSC), José Police Neto (PSD) e Soninha Francine (CIDADANIA).

Em quase duas horas de reunião, que contou ainda com a presença do secretário municipal de Turismo, Miguel Calderaro Giacomini, os parlamentares ouviram relatos de empresários preocupados com o futuro dos negócios na cidade de São Paulo e solicitações para a reabertura consciente das atividades.

BARES E RESTAURANTES

O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em São Paulo, Percival Maricato, expos dados preocupantes. De acordo com ele, até o mês de julho mais de mil empresas do setor devem fechar as portas na capital paulista. Maricato cobrou previsibilidade e segurança para a reabertura das atividades.

“Ninguém quer qualquer abertura. Nós queremos segurança e previsibilidade. Se possível, assim que as autoridades sinalizarem, e se o comércio for abrir, gostaríamos de abrir juntos. E não primeiro o comércio, o shopping e lá adiante bares e restaurantes”, disse Percival.

FEIRAS E EVENTOS

Representando a UBRAFE (União Brasileira dos Promotores de Feiras), o presidente executivo da entidade, Armando de Arruda Pereira de Campos Mello, citou uma pesquisa de setembro do ano passado. Segundo ele, o setor movimentou cerca de R$ 300 bilhões no Estado de São Paulo em 2019.

Para Armando, a retomada das feiras tem que seguir os mesmos critérios estabelecidos para os shoppings centers. “Nosso pleito é que esta Comissão, junto com o secretário de Turismo, nos propiciem uma leitura técnica, evidentemente, sobre a segurança e a sanidade da população. Mas entendendo que é muito mais seguro o público visitante de uma feira do que a abertura de um shopping center”.

HOTELARIA

O ramo hoteleiro também demonstrou preocupação com a crise provocada pela Covid-19. O vice-presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), Marcos Villas Boas, estima que 90% dos hotéis na cidade estão fechados. Ele diz ainda que caso não sejam adotadas medidas por parte dos governos municipal, estadual e federal, muitos empresários não conseguirão reabrir as portas.

“Como em todas as outras áreas, nós não estamos conseguindo acessar linhas de financiamento. Eu não vejo a hotelaria como um mercado que vai voltar muito rápido, é algo que vai demorar para retornar. Vai faltar capital de giro para fazer a reabertura”, falou Marcos.

LOCAÇÃO DE VEÍCULOS

As empresas de locação de veículos também foram atingidas pela crise econômica causada pela pandemia. O cenário atual do setor foi apresentado pelo presidente executivo da Anav (Associação Nacional de Empresas de Aluguel de Veículos e Gestão de Frotas), Paulo Saab.

“É uma situação que aflige a todos. Alguns, provavelmente não vão conseguir abrir, como algumas locadoras também não. Quanto mais debatermos e buscarmos soluções com as contribuições que se possam dar, para nós seria muito importante”, disse Paulo.

TRANSPORTE DE CARGA

Para o vice-presidente do SETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de SP e Região), Roberto Mira, é preciso retomar as atividades para evitar um problema econômico maior. Ele pediu menos burocracia para formalizar o protocolo de reabertura.

“A nossa sugestão é que se crie regras claras, priorizando saúde e segurança. Que permita, pelo menos neste primeiro momento, que as lojas de rua abram. As empresas estão quebrando”, falou Roberto.

OUTROS SETORES E SECRETÁRIO MUNICIPAL DE TURISMO

A reunião também contou com a contribuição de representantes de entidades de diversas regiões da capital paulista, como a dos artesãos, de bem-estar e saúde, dos profissionais da segurança, de escolas de música e idiomas, e do ecoturismo.

O secretário municipal de Turismo, Miguel Calderaro Giacomini, disse que todas as medidas adotadas pela Prefeitura de São Paulo são para preservar a vida da população. O chefe da pasta falou ainda que os protocolos sanitários estão alinhados com as recomendações propostas para o mundo inteiro.

“É distanciamento, higiene, é uma série de medidas não muito diferentes de outros países e a cidade de São Paulo não vai fugir disso. O bem maior é a saúde de todos nós. A economia é importante, mas o prefeito tem a responsabilidade de fazer a coisa certa”, disse o secretário.

ENCAMINHAMENTO DOS VEREADORES

Após as manifestações, os vereadores se posicionaram e disseram o que será feito a partir de agora diante das apresentações dos representantes de diversos setores da economia.

Soninha Francine

“Vai nos ajudar muito, e ao Poder Executivo também, na hora de tomar essas medidas. Conversar com quem está na ponta, está no exercício da atividade e com certeza identifica problemas melhor do que a gente é capaz de identificar”.

Police Neto

Aqui a gente reuniu mais de 50% daqueles que vão absorver mão de obra para o dia que abrir (a economia) na cidade. Então, tem uma relevância gigantesca. Temos elementos aqui para auxiliar o prefeito na tomada de decisão”.

Rodrigo Goulart

“Vamos fazer um documento expressivo dessa Comissão. Vamos levar para todas as secretarias, ao conhecimento do prefeito e também ao governo do Estado”.

A reunião completa você acompanha no vídeo abaixo

 

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