Saúde discute déficit de médicos especialistas e clínicos gerais

RenattodSousa
Comissão de Saúde
Vagas ociosas de residência médica em clínica geral, pediatria e programas de saúde da família foram abordadas

 

O quadro de recursos humanos na rede municipal de saúde atraiu a preocupação de vereadores que integram a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho, Idoso e Mulher da Câmara Municipal de São Paulo. O órgão se reuniu, nesta quarta-feira (30/09), a fim de discutir o tema.
 
As discussões giraram em torno, entre outros tópicos, do fato de as organizações sociais terem assumido os serviços de saúde. Um dos debatedores foi o coordenador de apoio ao Desenvolvimento da Gerência Hospitalar, Paulo Kron. “A gente tinha até 95 um salário muito ruim. Até que veio a lei que instituiu a gratificação para médicos e profissionais de saúde. Houve um aumento com o plano de carreiras, cargos e salários de 2008. Foi um avanço considerável”, observou Kron, que também sublinhou a contratação de 3000 médicos, a construção das AMAs e a reforma dos hospitais. A rede municipal conta com 11.000 médicos.
 
O déficit de médicos para trabalhar com especialidades foi salientado por Flávia Maria Terzian, superintendente da autarquia hospitalar municipal. Para ela, os recém-formados em Medicina preferem especialidades “mais lucrativas”.
 
O presidente do Sindicato dos Médicos, Cid Carvalhaes, reivindicou segurança individual e patrimonial aos médicos, profissionais de saúde, pacientes e seus familiares; o pagamento apropriado das gratificações e um salário de R$ 8.400 mensais aos médicos. “As condições de trabalho [dos médicos] são precárias e o salário é vergonhoso: R$ 1.272”, criticou.
 
“Não se está investindo em atenção básica e sim em pronto atendimento, que é justamente onde se fala que estão faltando médicos. Pintar hospital é importante, mas a população quer saber se vai ser atendida”, declarou Ivoneide Carvalho, do Conselho Municipal de Saúde e do movimento popular de saúde.
 
“Não existe saúde preventiva, a gente trata dos problemas que vão aparecendo. O paciente tem que ser atendido na Unidade Básica de Saúde, que é a porta de entrada do SUS. Temos apenas pronto-atendimento e organizações sociais. Não sou contra as OS, mas temos que investir nas UBSs”, ponderou a vereadora Sandra Tadeu (DEM).
 
Os vereadores também aprovaram requerimento de termo de cooperação com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) para que a instituição colabore com a Comissão na fiscalização e acompanhamento das políticas públicas da Secretaria Municipal de Saúde.
 
Estiveram presentes à reunião da Comissão a vereadora Juliana Cardoso (PT), presidente; Sandra Tadeu; Gilson Barreto (PSDB); Noemi Nonato (PSB); Milton Ferreira (PPS); José Police Neto (PSDB); Jamil Murad (PCdoB); e Claudio Prado (PDT).
 

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“Temos de investir mais em UBS”, defende Sandra Tadeu (primeira da dir. à esq.)
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Cid Carvalhaes
Cid Carvalhaes, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo
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Comissão de Saúde
Médicos ganham R$ 1.272,00 por mês

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