Seminário discute propostas para alimentação saudável e justa

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A Câmara Municipal recebeu nesta terça-feira um seminário promovido pelo Instituto Slow Food São Paulo, em parceria com a Comissão do Meio Ambiente, com o objetivo de discutir propostas para uma alimentação boa, limpa e justa. O evento contou com a participação de representantes do terceiro setor, do Executivo, de chefs de cozinha e de outros especialistas em gastronomia e cultura.

Conforme explicou Cenia Salles, presidente do Instituto Slow Food São Paulo, “alimento bom é aquele que conserva frescor, sabor e qualidade; o alimento limpo não agride o meio ambiente, os animais e nossa saúde; e o alimento justo valoriza a pessoa do campo e as pequenas comunidades, além de respeitar a biodiversidade”.

O movimento Slow Food surgiu a partir de um manifesto contra alimentos industrializados, ocorrido em 1989, na Itália. Hoje, o trabalho da organização, presente em 129 países, consiste em incentivar o consumo dos alimentos locais e sazonais, além de buscar aproximação entre consumidor e produtor.

Roberto Graziano, supervisor municipal de Abastecimento, apontou os trabalhos que já estão sendo feitos pela Prefeitura na busca pelo tipo de alimento defendido pela ONG. Ele citou o incentivo à agricultura dentro da cidade de São Paulo, a implantação das quitandas vivas e as feiras de agricultura limpa. Ele também lembrou a importância das feiras livres da cidade, responsáveis pela maior parte das frutas, legumes e verduras oferecidas no município. Quase 7 mil feirantes atuam na cidade de São Paulo e têm grande importância no que se refere ao abastecimento. Isso é bom, porque a feira aproxima as pessoas da origem dos alimentos, afirmou.

João Paulo Amaral, representante do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) apresentou dados em relação ao consumo de alimentos orgânicos no Brasil. Segundo pesquisa da entidade, 74% dos entrevistados consumiriam mais alimentos orgânicos se eles fossem mais baratos. Ele também demonstrou preocupação em relação aos produtos utilizados durante o cultivo dos alimentos brasileiros. “Um dos nossos desafios é eliminar do Brasil o uso de agrotóxicos, substância já proibida em outros países”, afirmou. Ainda de acordo com Amaral, o Brasil usa 19% dos agrotóxicos produzidos em todo o mundo, tornando contaminados cerca de um terço dos alimentos consumidos diariamente pela população.

Rafael Georges, representante da Oxfam, organização que busca o fim da pobreza e desigualdade no mundo, destacou os problemas relacionados ao uso da terra no País. Segundo ele, embora a agricultura familiar seja responsável pela produção de grande parte dos produtos consumidos, ela ocupa três vezes mais espaço de terra.  A mensagem que a Oxfam quer passar, por meio da campanha Cresça, é a de que a produção de alimentos de hoje não pode causar a fome e a injustiça de amanhã, afirmou.

O vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Comissão do Meio Ambiente e autor do Projeto de Lei 447/2011, que prevê a destinação de ao menos 30% da verba orçada para a merenda escolar à aquisição de produtos orgânicos, comentou que o assunto é “muito complexo”. “Depende de questões econômicas e ambientais e da forma como as pessoas agem. Exige um trabalho de todas as esferas de governo. Como médico especialista em gastrocirurgia, sei o quanto sanduíches, comida muitas vezes servidas no balcão, são nocivos para a saúde, afirmou.

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Especialistas opinam sobre o Slow Food

 

(16/10/2012 – 17h15)

 

 

 

 

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