Senadores da CPI da Pandemia entregam relatório na Câmara de São Paulo 

Documento vai subsidiar os vereadores nas investigações da CPI da Prevent

DANIEL MONTEIRO
DA REDAÇÃO

Na tarde desta quarta-feira (10/11), a Câmara Municipal de São Paulo recebeu dos senadores Renan Calheiros (MDB), Randolfe Rodrigues (REDE), Simone Tebet (MDB) e Humberto Costa (PT) o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia do Senado Federal. O documento deverá subsidiar os trabalhos da CPI da Prevent Senior, atualmente em curso no Legislativo paulistano.

O encontro contou com a presença do presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), dos integrantes da CPI da Prevent Senior e de outros parlamentares da Casa, e ocorreu na sala da presidência do Legislativo paulistano.

Instalada na Câmara de São Paulo no dia 7 de outubro, a CPI da Prevent Senior busca analisar e investigar a atuação da operadora de saúde na capital paulista para o enfrentamento da Covid-19. Uma das suspeitas é a possível subnotificação do número de casos de contaminação e de óbitos por parte da empresa.

A Comissão vai investigar se, para diminuir a quantidade de registros, a Prevent Senior teria agido para que pacientes com Covid-19 não tivessem a doença anotada em seus prontuários. Nos casos de morte, a informação também não constaria dos atestados de óbito.

O principal elo entre as CPIs está no fato de que as denúncias contra a Prevent Senior investigadas na Câmara de São Paulo foram apresentadas, primeiramente, durante as apurações ocorridas no Senado Federal.

Após uma reunião e a entrega do relatório, o presidente da CPI da Prevent Senior, vereador Antonio Donato (PT), exaltou o encontro entre os vereadores e os senadores. “A reunião iniciou com profundo agradecimento dos vereadores presentes à CPI da Covid no Senado, por todo o trabalho, por todo o combate. Foi um verdadeiro combate entre a civilização e a barbárie”, disse. “Nosso segundo agradecimento é à visita da CPI, compartilhando seus dados com a nossa CPI. Nós nos inspiramos no trabalho da CPI em Brasília e vamos aprofundar a partir de onde eles avançaram”, completou Donato.

O vereador ainda comentou a importância da troca de informações entre as Comissões Parlamentares de Inquérito do Senado e da Câmara. “Muitos documentos serão compartilhados, documentos reservados. Isso será fundamental. Então, desse ponto de vista, a gente vai se aprofundar nos fatos. Teremos mais tempo para ouvir a todos. Já ouvimos relatos tenebrosos aqui nessa CPI e vamos dar continuidade, chamando os responsáveis Prevent para esclarecer, mas sendo firmes na apuração de todos os fatos tão tristes que foram constatados em Brasília e aqui em São Paulo também”, destacou Donato.

Vice-presidente da CPI da Pandemia, o senador Randolfe Rodrigues elogiou a iniciativa de investigação do Legislativo paulistano. “Recebemos com entusiasmo na CPI da Pandemia a informação da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal sobre o caso Prevent. O que nós trouxemos aqui foi a contribuição a partir das informações que tivemos na CPI da Pandemia, a partir da denúncia que foi formulada ao senador Humberto e que sua excelência compartilhou a informação que trouxe luz, trouxe notícias a todos os brasileiros desse caso macabro que envolve essa operadora de plano de saúde”, explicou Rodrigues, acrescentando que, no âmbito das investigações no Senado, foram colhidos cinco depoimentos relacionados diretamente à Prevent Senior.

Na mesma linha se posicionou o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros. “As nossas presenças aqui significam, indiscutivelmente, um apoio aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal”, afirmou. “No caso da Prevent Senior, esse caso chamou a atenção da Comissão Parlamentar de Inquérito. É evidente que algumas dessas práticas foram utilizadas por outras operadoras e por outros planos de saúde também, não da forma que Prevent Senior utilizou”, acrescentou Calheiros.

Integrante da Bancada Feminina do Senado e presente à reunião, a senadora Simone Tebet comentou a homologação de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre a Prevent Senior e o Ministério Público, que proíbe a operadora de saúde de fornecer o chamado “kit Covid” a seus pacientes. “A partir do momento que eles aceitam fazer uma retratação, não mais usar o kit Covid, fazer uma retratação pública de que cloroquina não é tratamento para Covid, não deixa, embora obviamente para o ramo do direito não, mas na política sim, não deixa de ser uma confissão de que eles realmente aplicaram o kit Covid” finalizou Simone.

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