SP 2030: investimento em empreendedorismo e capital intelectual são desafios

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Segunda edição do Ciclo de Debates SP 2030 foi realizada no plenário da Câmara
Fotos: Luiz França / CMSP

 

DA REDAÇÃO

A produção de conhecimento e a inovação na cidade de São Paulo foram debatidas na segunda edição do Ciclo de Debates SP 2030, realizado pela Escola do Parlamento nesta segunda-feira (25/4), na Câmara Municipal. Durante o evento, pesquisadores destacaram o investimento em iniciativas empreendedoras e no capital intelectual, além do papel do poder público neste processo, como os principais desafios da cidade nos próximos anos.

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Vereador José Police Neto (PSD)

O Plano Diretor Estratégico (PDE), aprovado pela Câmara em 2014, prevê a criação de alguns Polos Tecnológicos e de Economia Criativa, que devem fomentar as iniciativas inovadoras. Mas para o vereador José Police Neto (PSD), essa é apenas uma das estratégias que a cidade deve adotar.

“Esses são elementos que sem dúvida nenhuma têm sua importância fundamental, porque vão apontar onde se concentrarão essas atividades de inovação e onde o conhecimento agrega valor. Mas tem uma cidade que quer respirar novos conhecimentos e estamos trabalhando muito para que este valor do conhecimento mova a cidade”, afirmou.

De acordo com o consultor doutor em Ciências Sociais e consultor em avaliação de políticas sociais Haroldo Torres, a cidade de São Paulo está entre os principais polos de inovação do mundo e deve promover seu grande potencial estratégico.

“Incentivar agências aceleradoras, por exemplo, vai multiplicar em até cem vezes o número de startups [empresas em início de atividades] apoiadas. Pode ser uma das estratégias para a cidade. Acho que existem muitas coisas ‘micros’ que devem ser identificadas e podem ser desenvolvidas que vão ter muito efeito do ponto de vista do desenvolvimento e fortalecimento desse ecossistema de empreendimentos em diferentes áreas na cidade”, disse.

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Christy Pato, diretor presidente da Escola do Parlamento

“O fato de São Paulo já ser uma cidade inovadora nos mostra também que ela é uma cidade desigualmente inovadora. São poucos os bairros onde temos de fato polos de desenvolvimento, polos de economia criativa. Então, o grande desafio até 2030 é como descentralizamos tudo isso. Porque mais importante do que ter um grande status de cidade é justamente ter um acesso geral de toda a cidade a essas novas formas de desenvolvimento”, ressaltou o diretor presidente Escola do Parlamento, Christy Pato.

Uma pesquisa realizada pela Escola do Parlamento para mapear as percepções dos moradores da cidade em relação à prestação de políticas públicas e suas expectativas em relação ao futuro da cidade mostra que 84% dos estudantes são de escolas públicas, e que em sua maioria (38%) avaliam o ensino como regular.

Em relação ao acesso aos bens culturais, apenas 18,8% dos entrevistados dizem sempre ler livros nos momentos de lazer, 7,4% vão ao cinema, 4,5% assistem a shows, 2,2% vão ao teatro e 1,8% sempre participam de exposições. Os dados apontam que o desenvolvimento cultural da cidade se baseia no ensino público e na baixa perspectiva de consumo cultural.  “Esses perfis de percepção em relação à educação e aos bens culturais já nos dão as variáveis para pensar a questão da inovação como fator de desenvolvimento nos termos do Plano Diretor”, explica Pato.

Para o doutor em Engenharia de Produção e professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), Claudio Terra, a cidade precisa ser amigável para atrair talentos e dar oportunidade de empreender. “Não conseguiremos trazer bons cérebros ou reter os que aqui são criados se não tivermos uma cidade que cuida do meio ambiente, da segurança e da poluição. Porque o talento tem uma característica fundamental, é muito móvel, ele pode trabalhar em qualquer lugar do Brasil ou do mundo. O que queremos é que os melhores talentos se sintam bem na cidade. E isso é uma ação primordial do poder publico em todas suas esferas” destacou.

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Coordenador do Núcleo de Jovens Pesquisadores e doutorando em Sociologia pela USP, Carlos Torres Freire

Outra estratégia citada pelos debatedores foi a promoção de desafios tecnológicos que devem ter o incentivo do Executivo. O coordenador do Núcleo de Jovens Pesquisadores e doutorando em Sociologia pela USP, Carlos Torres Freire, acredita que esta seja uma forma importante de estimular o empreendedorismo.

“É importante porque estimula as pessoas a criarem soluções aos problemas da cidade, é uma forma rápida de colocar em prática algum tipo de programa de inovação. Podemos colocar em prática algo rápido, na qual a cidade possa ter uma solução que é palpável e que a gente possa estimular empreendedores a trabalharem. Acho que uma coisa combinar o poder público com o setor privado, isso é algo que não podemos perder de vista”, destacou.

Os próximos encontros do Ciclo de Debates SP 2030 serão SP Menos Desigual (23/05), SP Cidade Sustentável (20/06) e SP Megacidade (04/07). Para mais informações acesse: www.saopaulo.sp.leg.br/antigo/escoladoparlamento.

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