Nº05 – Cultura

Especializada nas questões paulistanas

Acervo da biblioteca da Câmara está disponível a qualquer interessado em entender melhor a cidade

Rodrigo Garcia | rodrigogarcia@saopaulo.sp.leg.br

ACERVO – Biblioteca tem mais de 22 mil volumes

Ricardo Rocha/CMSP

Com 460 anos, São Paulo coleciona muitas histórias, vários problemas e inúmeras soluções. Grande parte desses aspectos está registrada nos mais de 22 mil livros da biblioteca da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP). Os textos podem ser acessados por vereadores, servidores e estagiários. Quem não é funcionário precisa fazer a consulta no local, onde é possível tirar fotocópias.

O acervo inclui livros técnicos, de literatura nacional e estrangeira, jornais, revistas e publicações em braile, como a Constituição Federal e contos de Artur Azevedo. Por dia, cerca de 50 pessoas visitam o espaço, a maioria para ler jornais ou as revistas da semana. “Também vêm aqueles que desejam estudar e os alunos de mestrado e doutorado”, diz a supervisora da biblioteca, Roseli Sobral.

LEITURA – Funcionários e visitantes frequentam a biblioteca

Ricardo Rocha/CMSP

Raimundo Nonato Alves Cavalcante, ex-funcionário da Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), é frequentador assíduo. “Venho desde 1989 para me manter informado; a qualidade do acervo é muito boa e o ambiente é acolhedor”, garante Cavalcante. Ele também frequenta outras bibliotecas públicas, mas diz que prefere a da Câmara.

A biblioteca da CMSP foi criada em 17 de outubro de 1907, por determinação do prefeito Antônio da Silva Prado, para ser utilizada pelos vereadores e pelos funcionários das repartições municipais. Era composta por livros de ciências, artes e legislação e ficava na Rua do Tesouro (Centro). Também funcionou em outros endereços até que, em 1969, com a inauguração do Palácio
Anchieta, foi transferida para a nova sede do Legislativo paulistano.

“Não é museu”

No acervo, há obras bem antigas, como uma edição portuguesa de Dom Quixote de la Mancha, de 1876, e as edições de 1857 e 1858 do Almanak, um guia de serviços públicos, da indústria e do comércio na capital e nas comarcas da Província de São Paulo.

DINAMISMO – Para Cruz, “a biblioteca não é museu, é um órgão vivo”

Ricardo Rocha/CMSP

A biblioteca da CMSP tem as transcrições das atas e dos anais da Casa desde 1562. Todas podem ser lidas em papel, embora grande parte já esteja digitalizada. O secretário de Documentação da Câmara, bibliotecário Ângelo Caio Monteiro da Cruz, afirma que há planos para digitalizar e disponibilizar na internet todo esse material.

Grande parte dos livros antigos foi doada à biblioteca em 1974, pelo advogado, historiador, escritor e ex-deputado federal constituinte Aureliano Leite, eleito em 1946. Ele doou cerca de 10 mil volumes que tratam, principalmente, da cultura histórica brasileira, reunindo quase tudo o que foi escrito sobre as revoluções brasileiras de 1924, 30 e 32.

Apesar de possuir importante acervo histórico, Cruz faz questão de ressaltar que a biblioteca “não é museu, um depósito”. Ele afirma que o acervo está sempre se renovando, com a compra de obras recém-lançadas. “A biblioteca é um órgão vivo”, ressalta. O secretário explica que os frequentadores são consultados e, com as informações sobre suas preferências e necessidades, a intenção é ampliar o acervo. Entre as aquisições recentes, destacam-se São Paulo Metrópole das Utopias: Histórias de Repressão e Resistência no Arquivo Deops, de Maria Luiza Carneiro, Um Olhar sobre São Paulo, de Ricardo Viveiros, e Um Batuque Memorável no Samba Paulistano, de Carlos Antonio Gomes (veja outros títulos no box ao lado). A lista completa das obras está no portal www.saopaulo.sp.leg.br.

Cruz, que também é responsável pela documentação e pelo arquivo da CMSP, está animado com o projeto que pretende transferir a biblioteca para o térreo do Palácio Anchieta. A expectativa é que haja um aumento de 50% no número de usuários, chegando a mais de 100 por dia. “Nossa visibilidade vai crescer, seremos um ponto de encontro”, anima-se.

Obras recém-chegadas

A Dinastia do Rádio Paulista, de Thais Matarazzo Cantero e Valdir Comegno

A informação: Uma História, Uma teoria, Uma Enxurrada, de James Gleick

Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo, de José de Almeida de Amaral Junior

Iconografia Paulistana, de Gustavo Piqueira

Memória, História, Imagem: A Presença do Espanhol em São Paulo; Primeira Metade do Século XX, de Manoel Belloto e Neide Marcondes

Método e arte: Urbanização e Formação Territorial na Capitania de São Paulo, 1765-1811, de Maria Fernanda Derntl

Paulicéia Afro: Lugares, Histórias e Pessoas, da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra

Saídas de Emergência: Ganhar/Perder a Vida na Periferia de São Paulo, de Robert Cabanes

Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo
Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo
Método e arte: Urbanização e Formação Territorial na Capitania de São Paulo, 1765-1811
Método e arte: Urbanização e Formação Territorial na Capitania de São Paulo, 1765-1811

SERVIÇOS

Biblioteca da CMSP

Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista – 2º andar, Sala 207
Telefones: 3396-4331, 3396-4741, 3396-4550 e 3396-4454
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 18h30