Nº11 – Premiação

Exemplos de educação

Prêmio Paulo Freire destaca projetos que aprimoram o ensino

Rodrigo Garcia | rodrigogarcia@saopaulo.sp.leg.br

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VITÓRIAS – Lutgards Freire, filho do homenageado, lembrou a luta do pai

Mozart Gomes/CMSP

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Três projetos educacionais relacionados à cultura foram os vencedores da edição deste ano do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal, criado pela Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) para homenagear iniciativas voltadas ao aprimoramento da educação municipal. O projeto Abram Alas para a Cultura Popular Brasileira, do Centro de Integração de Ensino de Jovens e Adultos (Cieja) Clóvis Caitano Miquelazzo, recebeu a salva de prata de primeiro lugar.

A professora de artes Meire Regina de Lima explicou que o projeto consiste em elaborar e encenar um espetáculo teatral, criado a partir da vivência dos alunos (adolescentes e adultos, alguns da terceira idade), para mostrar a cultura popular brasileira por meio de música, dança, teatro e artes visuais.

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PREMIADA – Meire Lima recebeu a salva de prata pelo projeto de cultura brasileira

Mozart Gomes/CMSP

Em segundo lugar ficou o projeto Educação Ambiental, Atividades Físicas e Leitura: Fatores de Qualidade de Vida, da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Professora Olandya Peres Ribeiro. A iniciativa promove atividades como reaproveitamento de objetos usados para a fabricação de brinquedos. Entre Versos Controversos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professor Aurélio Arrobas Martins conquistou o terceiro lugar. O objetivo do projeto foi a publicação de um livro de poemas escritos pelos alunos.

AVANÇOS

O vereador Jean Madeira (PRB), representante da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da CMSP, analisou os 70 projetos inscritos e elogiou a qualidade. Segundo ele, essas iniciativas mostram que o professor aprende com o aluno e o aluno aprende com o professor. “A educação da cidade vai avançando”, afirma.

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O papel dos professores também foi destacado pelo secretário municipal de Educação, Cesar Callegari. Ele afirmou que não há educação sem uma doação completa e elogiou o esforço coletivo dos participantes: “Trabalhar em projetos significa desenvolver e concretizar, numa fase muito importante da vida das pessoas, a capacidade de trabalhar em equipe e fazer com que esse trabalho não dissolva a individualidade de cada um”.

Filho de Paulo Freire, o sociólogo Lutgards Freire esteve na sessão solene de entrega do prêmio e lembrou a luta do pai, preso pela ditadura militar, por uma educação melhor e comemorou os avanços. “A gente evoluiu, hoje em dia um educador ainda precisa de muito incentivo, muito reconhecimento e muito apoio, mas não vai preso porque está alfabetizando uma criança ou um adulto”, afirmou Lutgards.

Os projetos vencedores da premiação farão parte de um livreto editado pela Câmara Municipal, que vai encaminhá-lo para toda a rede de ensino municipal a fim de disseminar as boas ideias que vêm sendo praticadas nas unidades escolares.

Nesta edição do prêmio, a Comissão Julgadora foi formada por membros da Secretaria Municipal de Educação, do Conselho Municipal de Educação, da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da CMSP, do Instituto Paulo Freire e do Sindicato dos Professores em Educação no Ensino Municipal.

O Prêmio Paulo Freire foi criado em 1998, proposto pelo então vereador Vicente Cândido, para homenagear o patrono da educação brasileira, morto em 1997. Além de educador e filósofo, Paulo Freire também foi secretário da Educação da cidade de São Paulo. Ele defendia a tese de que o professor deveria ensinar o aluno não só a pensar, mas também a agir. “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”, dizia Freire.

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