Nº03- Evento

Em pauta, o trabalho dos jornalistas

Ciclo de Debates recebe pesquisadora da USP para discutir a profissão

Sândor Vasconcelos | sandor@saopaulo.sp.leg.br

Crítica: Roseli Fígaro: “O que mais me choca é acharem a carga horária do jornalista normal”

Gute Garbelotto/CMSP

A Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) recebeu, no dia 17 de outubro, a professora Roseli Fígaro, do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), como convidada para o Ciclo de Debates em Comunicação, que discutiu a evolução da profissão de jornalista.

Fígaro, que é fundadora e atua no Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho da ECA, organizou o livro As Mudanças no Mundo do Trabalho do Jornalista, escrito por Cláudia Nonato e Rafael Grohmann. Na obra, os pesquisadores traçaram um perfil da profissão com base em 538 entrevistas com jornalistas do Estado de São Paulo, entre 2008 e 2010.

De acordo com as pesquisas, houve aumento do número de mulheres jovens no mercado. Além disso, as fronteiras de atuação estão mais tênues e o profissional desempenha várias funções. “O jornalista tem de se desdobrar: ser editor, cinegrafista”, afirma Rafael Grohmann.

O livro também revela que a maioria dos jornalistas está preocupada com a formação profissional, tem carga horária diária de até 12 horas e assume funções de chefia cada vez mais precocemente. “Sou da época em que o profissional mais velho estava na redação para ensinar, dar dicas e broncas. Hoje, aos 23 o jornalista já é editor”, conta Cláudia Nonato. Essa realidade é criticada por Roseli Fígaro: “Não podemos dar a um jovem a responsabilidade de decidir o que estará na capa de um jornal que pode afetar um país inteiro”.

O debate foi mediado pelo jornalista Eugênio Monteiro de Araújo, da Assessoria de Comunicação e Imprensa da CMSP, organizadora do Ciclo de Debates.