Palavra do Presidente
No final de junho, a Câmara Municipal de São Paulo (CMSP) encerrou o trabalho que, certamente, é o mais importante desta Legislatura: o Plano Diretor Estratégico (PDE) do Município de São Paulo. Mais do que organizar e planejar uma cidade melhor para todos, o PDE traça metas e direções para os próximos anos. Por isso, é uma grande satisfação para este Legislativo ter contribuído para deixar um legado positivo às gerações futuras.
A tarefa, nada fácil, teve a participação decisiva dos maiores especialistas em São Paulo, o povo paulistano. Para chegar ao texto final, foram 62 audiências públicas em todas as regiões da capital, das quais participaram em torno de 6 mil cidadãos. Colaborações foram enviadas pela internet e sugestões propostas pelos vereadores, em forma de emendas. Enfim, um trabalho coletivo em prol da cidade. Os principais pontos do PDE, ilustrados em infográficos e tabelas, estão na reportagem Uma nova direção para São Paulo.
Se o Plano Diretor aponta as diretrizes que queremos seguir daqui para frente, esta edição também traz um resgate da trajetória de homens que, no passado, decidiram os rumos que a cidade e o País deveriam seguir. Em Eles desbravavam o sertão e faziam leis, contamos a história de bandeirantes que também foram vereadores em São Paulo. Considerados heróis por uns e assassinos por outros, figuras históricas como Antônio Raposo Tavares e Fernão Dias Paes não só definiram os limites territoriais do Brasil, comandando importantes bandeiras, como também tiveram a incumbência de elaborar e garantir a aplicação das leis municipais, fiscalizar obras, zelar pela segurança e pelo patrimônio público e inúmeras outras tarefas que cabiam aos legisladores.
A revista Apartes presta ainda uma homenagem a Antônio Donoso Vidal, um legítimo representante do povo que teve seu mandato de vereador nesta Casa encerrado antes mesmo de começar, por força de uma decisão arbitrária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 1947. Donoso, comunista parceiro de Luís Carlos Prestes e aguerrido defensor de operários, mulheres e crianças, teve uma vida toda dedicada à luta contra as injustiças e a brutalidade de governos autoritários. Esteve preso por diversas vezes e em uma delas quase foi morto a coronhadas no presídio do Maria Zélia, num episódio pouco conhecido da história brasileira. No fim da vida, aposentado por invalidez, dedicava-se principalmente à família, sem deixar de lado os seus ideais. Faleceu em 1987 e, neste ano, a CMSP restituiu simbolicamente seu mandato. Sua bela história está na reportagem Luta de foice, martelo e palavras.
Uma ótima leitura a todos!
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