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Usado como medida de combate ao coronavírus, o uso do álcool em gel requer atenção redobrada

Por Kamila Marinho | 07/05/2020

Em época de pandemia da Covid-19, a adoção de novas práticas de higiene como prevenção do novo coronavírus, está cada vez mais incorporada na rotina dos brasileiros. Além de lavar bem as mãos, o álcool em gel virou grande aliado da população. Mas é preciso cuidado redobrado. O produto pode causar queimaduras e até incêndios. Os especialistas orientam às pessoas que depois de passar o produto nas mãos é preciso ter atenção ao acender o fogão da cozinha ou até um cigarro.

Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras indicam que, desde 19 de março, quando a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou a Resolução 350, flexibilizando a comercialização do produto e permitindo a venda em embalagens de até um litro, o número de acidentes pela combustão do álcool gel no Brasil aumentou. Até 23/4, foram mais de 100 ocorrências. As do produto nesta forma estavam proibidas desde 2002.

CUIDADO COM AS CRIANÇAS

Dados da ONG (Organização Não Governamental) Criança Segura revelam que nos últimos 10 anos, mais de três mil crianças brasileiras de 0 a 14 anos morreram em decorrência de acidentes com queimaduras e quase 221 mil foram hospitalizadas por este motivo.

A orientação dos especialistas da ONG, para quem optar pelo álcool líquido 70%, é guardar o produto longe do alcance dos pequenos. O produto não pode ser utilizado em brincadeiras, principalmente quando já houver alguma fogueira ou chama por perto. Também fica proibido jogar álcool sobre chamas ou brasas e utilizá-lo para cozinhar.

ORIENTAÇÕES DOS ESPECIALISTAS PARA O USO DO ÁLCOOL

Se estiver em casa, o ideal é higienizar as mãos com água e sabão, por, pelo menos, 20 segundos.  O álcool em gel deve ser utilizado em lugares onde não é possível lavar as mãos, quando se está fora.

TIPOS DE QUEIMADURAS

Em casos de queimaduras, a avaliação médica da profundidade, principalmente se houver lesões profundas de espessura parcial e total, deve ser realizada o mais cedo possível.

As queimaduras de primeiro grau envolvem danos apenas à epiderme, não mostram feridas abertas ou bolhas, curam sem cicatrizes e não requerem tratamento cirúrgico.

As queimaduras de segundo grau, em grau superficial, geralmente se recuperam com o cuidado local em 10 a 14 dias. Lesões desse tipo apresentam bolhas e são dolorosas devido à exposição das terminações nervosas na derme. Em grau profundo, as lesões apresentam uma fase inflamatória de cicatrização prolongada, podendo resultar em comprometimento funcional.

As queimaduras de terceiro grau envolvem toda a espessura da epiderme, derme e tecido subcutâneo, e as feridas não podem ser restauradas devido à perda total de anexos epidérmicos e derme.

Já as queimaduras de quarto grau envolvem estruturas como músculos, tendões e ossos, sendo lesões graves que requerem reconstruções elaboradas e, ocasionalmente, amputações.

Fontes: Agência Brasil, Anvisa, ONG Criança Segura e USP

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