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Após final de semana, Brasil soma mais de 65 mil mortes por Covid-19

Por Daniel Monteiro | 06/07/2020

Segundo informações desta segunda-feira (06/7) disponibilizadas no painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) sobre a pandemia do novo coronavírus no (causador da Covid-19) no Brasil, o país registrou nas últimas 24 horas 620 mortes pela doença, totalizando 65.487 vítimas fatais da Covid-19.

No mesmo período, de acordo com contagem do órgão, houve a confirmação de 20.229 novos infectados pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, o Brasil já soma 1.623.284 diagnósticos positivos para a doença.

O número é o mesmo divulgado no boletim diário do Ministério da Saúde desta segunda-feira: nas últimas 24 horas foram 620 mortes e 20.229 diagnósticos confirmados do novo coronavírus, totalizando 65.487 óbitos e 1.623.284 casos confirmados da doença desde o início da quarentena.

Epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou nesta segunda-feira (06/7) 56 óbitos causados pela Covid-19 em 24 horas – no mesmo período, houve 2.891 diagnósticos confirmados do novo coronavírus. No total, são 16.134 vítimas fatais da Covid-19, com 323.070 pessoas infectadas.

Dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 628 cidades, sendo 389 com um ou mais óbitos. Em relação à capacidade do sistema de saúde do Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados ao tratamento do novo coronavírus é de 63,3% no Estado e de 63,9% na Grande São Paulo.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal medida de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social no Estado de São Paulo no último domingo (05/7) foi de 51%, enquanto na Capital o índice chegou a 52% dos habitantes.

Os dados são Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Nesta segunda-feira (06/7) o Governo do Estado anunciou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, a iniciar a fase III dos ensaios clínicos para testar a eficácia e a segurança da vacina contra o novo coronavírus. Os voluntários serão profissionais de saúde que trabalham no atendimento a pacientes com Covid-19.

As inscrições começam na próxima segunda-feira (13/7) e o processo de testagem será iniciado em 20 de julho. Os profissionais de saúde não podem ter sofrido infecção provocada pelo novo coronavírus, não devem participar de outros estudos e não podem estar grávidas ou planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é que não tenham doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.

O Instituto Butantan está adaptando uma fábrica para a produção da vacina. A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. Se a vacina for efetiva, o Instituto Butantan vai receber da Sinovac, até o fim do ano, 60 milhões de doses para distribuição no SUS (Sistema Único de Saúde).

Os testes serão realizados em nove mil voluntários que trabalham em instalações especializadas para Covid-19, em 12 centros de pesquisas de seis Estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A convocação dos participantes voluntários está programada para começar neste mês após a aprovação ética ser obtida em cada local clínico.

Na capital paulista foram selecionados o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein. Ainda no Estado de São Paulo participarão a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e o Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

As pesquisas serão realizadas, ainda, na Universidade de Brasília (UnB), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Os bares e restaurantes da Capital voltaram a prestar atendimento presencial ao público nesta segunda-feira (06/7). O protocolo de reabertura do setor foi assinado no último sábado (04/7), liberando a retomada das atividades, desde que sejam seguidas as medidas de sanitização do ambiente e prevenção ao novo coronavírus.

O setor totaliza 23 mil estabelecimentos e emprega mais de 372 mil pessoas em São Paulo. Os bares e restaurantes da capital estavam funcionando de portas fechadas desde o início quarentena, sendo permitido apenas a oferta de alimentos por meio dos serviços de delivery e retirada no balcão.

Antes de retomar as atividades, os proprietários deverão submeter todos os ambientes do estabelecimento a um processo intenso de higienização e desinfecção, bem como respeitar uma série de regras de proteção de funcionários e clientes.

Os estabelecimentos também são responsáveis por treinar e orientar seus funcionários para que todas as medidas sejam seguidas, bem como os clientes, evitando assim a proliferação do vírus na capital e nestes ambientes.

Além disso, os estabelecimentos devem dar preferência às vendas on-line, evitando ao máximo a presença de clientes no local. A capacidade de ocupação precisará ser reduzida a 40% enquanto a Capital estiver na classificação amarela do Plano São Paulo, e a 60% na classificação verde. Durante a fase amarela, está proibido o atendimento a clientes que estejam consumindo os produtos nas calçadas.

As mesas, que não poderão ser ocupadas por mais de seis pessoas, devem ter 2 metros de distância entre elas e as cadeiras uma distância de pelo menos 1 metro. Os clientes só poderão consumir os alimentos dentro dos estabelecimentos se todos estiverem sentados, seguindo corretamente as recomendações de higiene.

As portas e janelas deverão estar preferivelmente abertas, privilegiando a ventilação natural e minimizando o manuseio de maçanetas e fechaduras. Em caso de ambientes climatizados, garantir a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, conforme recomendação da legislação vigente.

Os cardápios deverão ser disponibilizados por meio de plataformas digitais (site do estabelecimento, menu digital via QR Code ou aplicativo) ou cardápios de grande porte e visibilidade dispostos nas paredes do estabelecimento, como lousas, quadros e luminosos.

Os restaurantes que atuam com a opção de self-service e com sistema de pedidos para consumo no interior deverão disponibilizar garçons e colaboradores para servir os clientes devidamente paramentados com equipamentos de proteção individual.

O horário de funcionamento dos estabelecimentos deverá ser de seis horas diárias, respeitando o limite das 17h, em função de determinação estadual.

AÇÕES E ATITUDES

Segundo estudo publicado desenvolvido por pesquisadores vinculados ao CeMEAI (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), a combinação entre isolamento social e uso de máscaras de proteção facial diminuiu em 15% o contágio do novo coronavírus em São Paulo e 25% em Brasília no início da epidemia de Covid-19 no Brasil.

De acordo com o estudo, a decretação de quarentena pelos estados combinada com a recomendação do uso de máscara foram medidas de saúde pública eficazes, que contribuíram para a diminuição da transmissão do vírus na fase inicial da epidemia de Covid-19 no país, em que as taxas de contágio cresciam exponencialmente.

Os pesquisadores chegaram a essas conclusões por meio de análises feitas por um modelo matemático que permite estimar as taxas de transmissão do novo coronavírus em cada cidade do Brasil.

Sediado no ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação) do campus São Carlos da USP (Universidade de São Paulo), o CeMEAI é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão financiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O artigo pode ser lido em inglês neste link.

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