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Brasil ultrapassa 2 milhões de infectados pela Covid-19

Por Daniel Monteiro | 16/07/2020

Segundo informações desta quinta-feira (16/7) disponibilizadas no painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) sobre a pandemia no Brasil, o país ultrapassou a marca de 2 milhões de infectados pelo novo coronavírus (causador da Covid-19).

Nas últimas 24 horas foram registrados 45.403 novos casos confirmados, totalizando 2.012.151 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. No mesmo período, de acordo com contagem do órgão, houve 1.322 mortes pela doença, totalizando 76.688 vítimas fatais da Covid-19.

O número é o mesmo divulgado no boletim diário do Ministério da Saúde desta quinta-feira: nas últimas 24 horas foram 1.322 mortes e 45.403 diagnósticos confirmados do novo coronavírus, totalizando 76.688 óbitos e 2.012.151 casos confirmados da doença desde o início da quarentena.

Epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou nesta quinta-feira (16/7) 398 óbitos causados pela Covid-19 em 24 horas – no mesmo período, houve 8.872 diagnósticos confirmados do novo coronavírus.

No total, são 19.038 vítimas fatais da Covid-19, com 402.048 pessoas infectadas. Dos 645 municípios de São Paulo, houve pelo menos uma pessoa infectada em 636 cidades, sendo 423 com um ou mais óbitos.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal medida de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social no Estado de São Paulo na última quarta-feira (16/7) foi de 45%, enquanto na Capital o índice chegou a 46%.

Os dados são Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Em coletiva nesta quinta-feira (16/7), o governo de São Paulo informou que realizou mais de 1,1 milhão de exames para diagnóstico do novo coronavírus. O balanço inédito foi apresentado com o lançamento do Placar de Testes do Governo de SP.

No total, o levantamento aponta 1.158.851 testes realizados até o dia 30 de junho e mostra um aumento de 514% no volume de testagem, desde abril, com crescimento mensal e gradativo.

Em março, foram 26 mil; em abril, quadruplicou, chegando a 108 mil; em maio chegou a 361 mil, mais que o triplo em comparação ao mês anterior; por fim, em junho, novamente foi dobrada a capacidade, chegando a 663 mil testes no mês passado.

Na primeira semana epidemiológica, entre os dias 5 e 11 de julho, foram 128 mil testes. Os números são resultados das iniciativas de ampliação da testagem na rede pública de saúde e do monitoramento da rede privada, congregando informações.

Segundo autoridades sanitárias, a testagem em massa é um dos mecanismos mais importantes para reduzir a velocidade de contágio do novo coronavírus, pois permite isolar o paciente assim que ele e é diagnosticado como caso positivo. Também propicia o monitoramento das pessoas com quem essa pessoa teve contato, permitindo a checagem de novos casos suspeitos com o surgimento de sintomas da doença.

O Placar de Testes do Governo de SP será publicado e atualizado periodicamente neste site.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Em coletiva virtual na manhã desta quinta-feira (16/7), a Prefeitura de São Paulo anunciou que desativará, a partir de 1º de agosto, uma ala com 561 leitos no Hospital Municipal de Campanha do Anhembi.

Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), a medida é reflexo da contenção da pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) na capital e trará uma economia de R$ 19 milhões aos cofres públicos municipais a partir do mês de agosto.

Em contrapartida ao fechamento de parte do Hospital de Campanha do Anhembi, Covas apresentou planos de expansão do número de leitos em dois hospitais permanentes da rede pública municipal de saúde.

Também participou da coletiva virtual desta quinta-feira o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Hoje, o Hospital Municipal de Campanha do Anhembi tem 1.800 leitos, sendo 807 de enfermaria, 64 de estabilização e 929 para contingência, ao custo mensal de R$ 28 milhões. Do total de leitos, 871 foram utilizados ao longo da pandemia.

A partir de 1º de agosto, conforme anunciou a Prefeitura, haverá redução de 561 leitos nas alas de enfermaria e estabilização e o hospital terá a capacidade reduzida para 310 pacientes. Com a diminuição, o custo mensal de manutenção da unidade hospitalar passará a ser de R$ 9 milhões.

Para definir a redução de leitos do Hospital de Campanha do Anhembi, a Prefeitura se baseou em dados estatísticos relativos à taxa de ocupação dos leitos de enfermaria e UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados ao tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, além dos óbitos provocados pela Covid-19.

Na coletiva desta quinta-feira, a Prefeitura de São Paulo também anunciou que, a partir de 1º de agosto, haverá ampliação no número de leitos em dois hospitais permanentes da rede pública municipal: o Hospital da Brasilândia, na zona norte, e o Hospital Sorocabano, na zona leste.

No Hospital da Brasilândia, serão abertos 132 leitos permanentes de enfermaria em dois novos pisos da unidade, ao custo mensal de R$ 4,75 milhões. Além disso, dois terços dos funcionários que hoje estão no Hospital Municipal de campanha do Anhembi, na ala que será desativada, bem como grande parte dos equipamentos, serão reaproveitados no Hospital da Brasilândia.

Já no Hospital Sorocabano, a partir de 1º de agosto serão abertos 36 leitos de um total de 60 previstos para serem entregues na unidade. Serão investidos, ainda, R$ 907 mil em reformas na infraestrutura e R$ 740 mil com a aquisição de equipamentos. O custeio mensal dos 60 leitos do hospital será de R$ 3 milhões.

AÇÕES E ATITUDES

Segundo um estudo desenvolvido pelo Labcidade (Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade) da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), existe uma forte relação entre a circulação de pessoas que precisaram trabalhar durante a pandemia e as áreas da cidade de São Paulo com maior concentração de casos de Covid-19.

A pesquisa aponta que bairros como Cidade Ademar, Brasilândia, Sapopemba e Capão Redondo, que apresentam o maior número de internações na cidade, coincidem com aqueles cujos moradores não puderam permanecer em casa durante o período de quarentena.

O estudo aponta que trabalhadores essenciais, da área da saúde e de abastecimento, ou aqueles que precisaram trabalhar para manter a renda, como no caso de empregadas domésticas, estão mais expostos ao risco de morte ou de serem infectados. Outro ponto destacado é de que a maior parte desses trabalhadores é usuária do transporte público.

O levantamento, realizado em parceria com o Instituto Pólis, correlacionou informações do DataSUS sobre as áreas com concentração de moradores que foram hospitalizados por Covid-19 com dados públicos da companhia de transportes São Paulo sobre o carregamento dos ônibus no mesmo período, além de dados da pesquisa Origem Destino, sobre o itinerário das viagens com motivo trabalho, excluindo o contingente que possivelmente migrou para o teletrabalho.

O estudo detectou que não foram todas as linhas de ônibus que tiveram maior movimentação de passageiros durante a quarentena, mas aquelas cuja origem ou destino eram os bairros de Capão Redondo, Jardim Ângela, Brasilândia, Cachoeirinha, Sapopemba, Iguatemi, Cidade Tiradentes, Itaquera e Cidade Ademar. Outro ponto crítico da cidade é a região central, por onde passam quase todas as linhas de ônibus e que também é o principal destino ou origem principal de muitos trabalhadores.

Apesar das conclusões, os autores da pesquisa ressaltam que não é possível afirmar se o contágio ocorreu no percurso do transporte, no local de trabalho ou no local de moradia do trabalhador.

Outra conclusão importante do estudo está na necessidade de se ter cautela ao considerar a precariedade das condições de moradia como causa única dos pontos críticos de transmissão, uma vez que uma das comprovações da pesquisa é a de que, no caso da cidade de São Paulo, a circulação, inclusive no transporte público, daqueles que precisaram trabalhar durante a quarentena foi determinante para o aumento de casos da doença.

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