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Brasil abre a semana com mais de 3,6 milhões de infectados pela Covid-19

Por Daniel Monteiro | 24/08/2020

Segundo dados do painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), o Brasil registra nesta segunda-feira (24/8) 3.622.861 infectados pelo novo coronavírus (causador da Covid-19), sendo 17.078 novos casos confirmados nas últimas 24 horas. Na contagem do Conselho, entre domingo e segunda-feira houve 565 mortes causadas pela doença, totalizando 115.309 vítimas fatais da Covid-19.

Em relação às últimas 24 horas, o boletim diário do Ministério da Saúde traz os mesmos números: 565 óbitos e 17.078 novos casos confirmados do novo coronavírus, totalizando 115.309 mortes e 3.622.861 infectados pela doença desde o início da pandemia no país.

Considerado epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou, nesta segunda-feira (24/8), 28.505 vítimas da Covid-19, sendo 38 óbitos nas últimas 24 horas. Há, ainda, 756.480 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus – aumento de 2.351 diagnósticos entre domingo e segunda-feira.

Hoje, dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 644 cidades, sendo 514 com um ou mais óbitos. Em relação ao sistema de saúde público paulista, nesta segunda-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 no Estado é de 55,6%. Na Grande São Paulo, o índice chega a 53,7%.

No último domingo (23/8), o isolamento social no Estado de São Paulo foi de 50%, enquanto na capital o índice chegou a 52%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Nesta segunda-feira (24/8), o Governo do Estado anunciou que São Paulo registrou queda no índice de óbitos pelo novo coronavírus pela segunda semana consecutiva. A redução foi de 9% em comparação com a semana anterior. O comparativo entre os períodos de 2 a 8 de agosto e de 9 a 15 de agosto já havia apontado redução de 1% nas mortes no Estado.

Na semana de 9 a 15 de agosto, o Estado registrou um total de 1.764 mortes por Covid-19. Já entre os dias 16 e 22 de agosto, o número caiu para 1.612 – queda de 9% nas estatísticas e 152 vítimas fatais a menos. Houve redução de óbitos pelo novo coronavírus em todas as regiões do Estado de São Paulo no mesmo período.

Além disso, há três semanas consecutivas as taxas de ocupação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em todo o território paulista estão abaixo de 60%. Houve queda de 7% nas internações em UTI no Estado, 9% na capital e 3% no interior e litoral.

AÇÕES E ATITUDES

Medicamento utilizado há décadas para tratar crises de gota, a colchicina combateu a infecção pulmonar e diminuiu o tempo de hospitalização de pacientes com as formas moderada e grave da Covid-19.

É o que aponta um estudo clínico randomizado e duplo-cego coordenado pelo CRID (Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias) da USP (Universidade de São Paulo) e realizado no HC (Hospital das Clínicas) da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) da USP entre abril e julho deste ano. Os resultados do estudo foram apresentados em agosto em uma plataforma que disponibiliza artigos e ainda não foi revisado por outros cientistas.

Na pesquisa, foram incluídos 38 pacientes, obrigatoriamente internados no HC e necessitando de oxigenação suplementar. Três deles precisaram ser transferidos para a UTI e não chegaram à fase final.

Os 35 voluntários restantes foram divididos em dois grupos: além de receberem os medicamentos do protocolo institucional de tratamento, metade tomou colchicina e a outra metade, placebo. Nesse tipo de estudo, chamado duplo-cego, nem os médicos, nem os pacientes sabem a que grupo cada voluntário pertence.

Entre os que receberam a colchicina, boa parte dos pacientes tiveram alta após seis dias de internação, contra oito dias no grupo placebo, explicam os autores do estudo. Além disso, os voluntários tratados com a droga em teste necessitaram de apenas três dias de oxigenoterapia, contra até dez dias no grupo placebo.

Os pesquisadores ressaltam, porém, que o fármaco não foi indicado como preventivo ou para tratar formas mais leves da Covid-19. Portanto, não há comprovação científica se ela funciona nesses casos.

Dos 35 voluntários que concluíram o estudo (18 do grupo placebo e 17 do grupo tratado com colchicina) poucos tiveram efeitos adversos. O efeito colateral mais comum observado em quem tomou colchicina foi a diarreia, o que já era esperado, porque também acomete pacientes que utilizam a droga para tratar a gota.

Fora os benefícios para o tratamento da Covid-19, a diminuição no tempo total de internação pode trazer muitos benefícios ao sistema de saúde brasileiro, principalmente o público.

Por exemplo: cada paciente em enfermaria custa cerca de R$ 1 mil reais por dia, e na UTI, o valor aumenta em seis vezes. Isso sem contar os insumos utilizados no tratamento. Também houve uma maior rotatividade de leitos, o que permitiu o atendimento de mais pacientes.

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