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Covid-19: internações caem 14% e mortes diminuem 34% na capital

Por Daniel Monteiro | 28/09/2020

Informações oficiais da administração estadual apontam que o Estado de São Paulo completou 10 semanas consecutivas com diminuição de internações provocadas pelo novo coronavírus e mortes por Covid-19.

Na capital, a diminuição de internações chegou a 14% (450 para 387) entre os dias 20 e 26 de setembro, em relação à semana epidemiológica anterior (de 13 a 19 de setembro). Em todo o território paulista a queda foi de 11% (1.266 para 1.125). Na Região Metropolitana de São Paulo, a queda foi de 11% (196 para 174) e no interior, com a Baixada Santista, a diminuição foi de 9% (621 para 565).

A média diária estadual de novas mortes por Covid-19 na última semana epidemiológica ficou em 162 casos, redução de 16% em relação ao período imediatamente anterior, com 194 casos. A capital registrou queda de 34% (47 para 31); a Região Metropolitana de São Paulo, de 26% (41 para 30); e o interior, com a Baixada Santista, redução de 4% no número de óbitos (107 para 102).

A média diária de novos casos de coronavírus também sofreu queda na última semana. No Estado, a redução foi de 4%, de 5.855 para 5.602 novos casos diários. A capital registrou diminuição de 13% (1.149 para 995); a Região Metropolitana de São Paulo, 7% de casos (957 para 797) e o interior, com a Baixada Santista, de 0,4% (3.848 para 3.832).

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Segundo dados do boletim diário publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), nesta segunda-feira (28/9) a capital paulista contabiliza 12.602 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 330.103 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 406.097 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 437.337 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta segunda-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema de saúde pública na Grande São Paulo, nesta segunda-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 43,2%.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, no último domingo (27/9) foi de 48%.

Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Segundo dados mais recentes do SABE (Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), realizado na cidade de São Paulo com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), mais de 20% dos idosos da capital paulista (aproximadamente 340 mil idosos) moram em casas com jovens em idade escolar – fato que precisa ser levado em conta ao se discutir o retorno das aulas presenciais, uma vez que essas crianças e adolescentes que vão retornar à vida normal, podem ser portadores assintomáticos do novo coronavírus e podem trazer essa contaminação para dentro de casa.

O alerta foi feito pela coordenadora do SABE e professora da FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) Yeda Duarte, na última quinta-feira (24/9), durante o webinar “COVID-19, 60+: que epidemia é essa?”, promovido pela Agência FAPESP em parceria com o Canal Butantan.

Nos últimos meses, em parceria com pesquisadores do Instituto Butantan, a equipe do SABE tem investigado como a Covid-19 vem afetando o grupo de voluntários que integra o estudo. Além de entrevistas por telefone para avaliar o impacto da doença e do isolamento social, foram feitos exames sorológicos (para buscar a presença de anticorpos contra o novo coronavírus) em 310 idosos e em todas as pessoas com quem eles mantêm contato frequente. No caso de indivíduos que apresentaram sintomas suspeitos nos 15 dias que antecederam a coleta, também foi feito o teste de RT-PCR (que detecta o RNA do vírus e é o principal método de diagnóstico da COVID-19).

Dados preliminares do SABE-COVID (80% dos resultados tabulados) apontam uma soroprevalência de 4,5% entre os idosos avaliados. Entre seus principais contactantes o percentual foi mais que o dobro: 9,6%. Com base nos dados, uma das conclusões dos pesquisadores é de que os idosos estão em suas casas e, na maioria das vezes, cumprindo o distanciamento social. Mas estão sendo contaminados pelas pessoas que continuam circulando pela cidade e trazem o vírus de fora para dentro.

A maioria dos casos e os dois únicos óbitos registrados no grupo ocorreram na zona sul da cidade, em bairros como Campo Limpo, Jardim Ângela e Jardim São Luís. Na sequência estão Pirituba, Freguesia do Ó (ambos na zona norte), Aricanduva e Artur Alvim (na zona leste). Segundo Duarte, a maior soroprevalência em bairros periféricos tem relação com as condições de moradia nesses locais. De acordo com os pesquisadores, isso ocorre porque há um maior número de pessoas vivendo na mesma casa. Os autores do estudo destacam que esse aspecto da desigualdade social precisa ser considerado ao se definir a flexibilização das medidas de controle e os grupos prioritários para vacinação.

AÇÕES E ATITUDES

Na última segunda feira (21/9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lançou o painel Covid-19 Síntese por Município, plataforma que permite acompanhar uma série de dados sobre a epidemia do novo coronavírus no Brasil inteiro, com potencial de auxiliar na tomada de decisões.

Ao ser selecionado no mapa ou encontrado por meio de busca, cada município apresenta um gráfico com o número de casos diários e semanais, desde o final de março. Também estão incluídos dados sobre a população vulnerável do município (idosa, domicílios com três ou mais moradores por dormitório ou em áreas de ocupação irregular – como favelas – e a quantidade de localidades indígenas), a capacidade de resposta do sistema de saúde (leitos hospitalares, leitos de UTI, respiradores e profissionais da saúde disponíveis no SUS) e o acompanhamento da pandemia.

Cada dado fornece a comparação com o Estado no qual o município está inserido e, no mapa, é possível enxergar a situação nos municípios vizinhos. As informações disponíveis no painel Covid-19 Síntese por Município vêm de pesquisas do próprio IBGE, do Ministério da Saúde e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com o repositório Brasil.IO.

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