Blog Coronavírus

Capital soma 13,7 mil mortes, 367,6 mil casos confirmados e 504,9 mil casos suspeitos de Covid-19

Por Daniel Monteiro | 05/11/2020

De acordo com boletim diário desta quinta-feira (06/10) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), a capital paulista contabiliza um total de 13.706 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 367.601 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 504.949 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 530.985 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta quinta-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, nesta quinta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 42,3%.

Já na última quarta-feira (04/11), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 40%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Com o avanço das pesquisas, há cada vez mais evidências de que o tecido adiposo desempenha um papel-chave no agravamento da Covid-19. Uma das teorias em investigação atualmente é a de que os adipócitos servem como reservatório para o novo coronavírus, contribuindo para aumentar a carga viral em indivíduos obesos ou com sobrepeso. Além disso, cientistas desconfiam que, durante a infecção, as células de gordura liberam na corrente sanguínea substâncias que amplificam a reação inflamatória desencadeada pelo vírus no organismo.

Sob a coordenação da professora do Departamento de Cirurgia, Marilia Cerqueira Leite Seelaender, essas hipóteses estão sendo investigadas por pesquisadores da FM-USP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), na capital paulista. O projeto conta com a colaboração de Peter Ratcliffe, professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um dos premiados com o Nobel de Medicina em 2019.

Para comprovar a tese, o grupo da FM-USP tem analisado amostras de tecido adiposo de pessoas que morreram de Covid-19, obtidas durante autópsia, e também de pacientes infectados com o novo coronavírus que precisaram ser submetidos a cirurgias de emergência (intervenções sem relação com a infecção como, por exemplo, casos de apendicite) no Hospital Universitário da USP.

Segundo resultados preliminares, houve a confirmação de que o novo coronavírus pode ser encontrado no interior da célula de gordura, cuja membrana externa é rica em ACE2 (enzima conversora de angiotensina 2, na sigla em inglês). Essa proteína é a principal “porta” usada pelo novo coronavírus para invadir as células humanas. O que ainda falta ser confirmado é se, além de entrar no adipócito, o vírus consegue permanecer e se replicar dentro da célula.

De acordo com os pesquisadores, uma coisa interessante de ressaltar é que o adipócito visceral (que compõe a gordura que se acumula entre os órgãos) tem muito mais ACE2 que o do tecido adiposo subcutâneo. Além disso, é muito mais inflamatório. Portanto, a obesidade visceral tende a ser ainda mais prejudicial no que diz respeito à Covid-19.

Os primeiros achados do trabalho revelam ainda que no tecido adiposo de pessoas infectadas há mudança no padrão de secreção de exossomos – pequenas vesículas que a célula libera na circulação e que podem conter moléculas sinalizadoras de diversos tipos. Esse é um dos mecanismos que permitem a troca de informações entre diferentes tecidos, visando adaptar o corpo a eventuais mudanças no ambiente.

Um dos objetivos da pesquisa conduzida na FM-USP é confirmar se a infecção pelo novo coronavírus faz os adipócitos liberarem mais exossomos contendo fatores inflamatórios. As análises já feitas revelaram que há um aumento no número de vesículas liberadas na circulação. Agora, os pesquisadores pretendem fazer a caracterização do conteúdo dessas vesículas – tanto as circulantes quanto as encontradas dentro das células. Além disso, pretendem investigar as vias de inflamação supostamente ativadas por essas moléculas.

A pesquisa parte do pressuposto de que, à medida que a pessoa engorda, o tecido adiposo se torna hipóxico, ou seja, fica com menos oxigênio disponível – sendo que a hipóxia, em si, é causa de inflamação. Portanto, uma das coisas que o estudo pretende investigar é se a Covid-19 causa hipóxia nos adipócitos.

AÇÕES E ATITUDES

Desde março de 2020, com o intuito de produzir conhecimento e responder às demandas sociais em um momento de urgência, a Força-Tarefa Unicamp contra a Covid-19 se organizou com a união de pesquisadores de diversas áreas para implementar testes diagnósticos, análise e ações sociais, produção de ciência básica e aplicada, pesquisas clínicas, entre outras iniciativas que visavam dar este retorno social partindo da qualidade de seus conhecimentos e possibilitado pelo financiamento público à pesquisa e infraestrutura universitária.

Integrantes da iniciativa, a Frente de Comunicação e a Frente de Ações Sociais formaram uma equipe de voluntárias(os) para registrar as atividades da Força-Tarefa ao longo desse momento tão singular. Em especial, a equipe procurou registrar as percepções e experiências das(os) integrantes, buscando suas sensibilidades, pontos de vista, inclinações pessoais e engajamento.

Os vídeos da série buscam mostrar que, por trás desta frente de pesquisa e atuação, há mais que especialistas, técnicos ou intelectuais, mas pessoas que, frente às suas competências, posições institucionais, recursos e ansiedades viram a necessidade de atuar frente a uma questão sanitária e humanitária, e se uniram para isso.

A série “Por trás da Força” traz o olhar daqueles que estão por trás de todo empenho realizado pela Força-Tarefa nesses meses de trabalho. Formados por recortes de motivações e relatos captados dos depoimentos dos entrevistados, esses vídeos trazem em si um forte sentimento de humanidade, união e conexão de pessoas, de áreas, união de conhecimentos e forças em busca de um compromisso coletivo e problema comum, uma Força Tarefa Unicamp contra a Covid-19.

Além da série de vídeos “Por trás da Força”, o material coletado servirá à construção de um acervo de depoimentos e à iniciativas com finalidade acadêmica (projeto em colaboração com o Centro de Memória da Unicamp).

Voltar ao Blog