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Lockdown é descartado na capital paulista, afirma Prefeitura

Por Daniel Monteiro | 19/11/2020

Evolução dos casos de Covid-19 é estável na cidade

Em coletiva on-line na manhã desta quinta-feira (19/11), a Prefeitura de São Paulo apresentou um panorama da pandemia na capital paulista. Os dados divulgados mostram estabilidade na evolução dos casos confirmados e de óbitos.

Apesar de a variação da doença ser considerada estável na cidade, o Executivo municipal descarta ampliar a flexibilização neste momento. Ao mesmo tempo, a Prefeitura de SP informou que os números não apontam para a necessidade de implantar um novo lockdown (bloqueio total) na cidade nem retroceder nos protocolos já adotados no município.

Em relação aos hospitais de campanha do Pacaembu e do Anhembi, a administração municipal informou que os equipamentos foram importantes para atender os pacientes no pico da pandemia mas que, neste momento, não é preciso adaptar os leitos novamente.

Também foi informado que, no entendimento dos sanitaristas e epidemiologistas do município, não é possível afirmar se a capital paulista vive uma segunda onda do coronavírus.

Ainda na coletiva, em relação à Rede Municipal de Ensino, o Executivo afirmou que a programação nas escolas da cidade está mantida e que as aulas regulares do Ensino Médio e as atividades extracurriculares dos ensinos Infantil e Fundamental permanecem conforme já previstas no plano de flexibilização.

Os desafios para combater a doença na cidade foram relembrados, assim como os cuidados necessários para evitar a disseminação da Covid-19 como o uso da máscara de proteção facial, a higiene e o distanciamento social.

A coletiva teve a participação do prefeito, dos secretários municipais da Saúde e da Educação, além do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Eduardo Tuma (PSDB), que representou o Legislativo paulistano.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Na manhã desta quinta-feira, o Governo do Estado recebeu a remessa de 120 mil doses da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, na capital paulista, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.

A carga, proveniente da China, desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A Coronavac, que encontra-se na última fase de testes, é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma das mais promissoras vacinas contra o novo coronavírus.

A chegada do imunizante se deu após a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a importação do material. Esta é a primeira remessa da vacina a chegar no país. Ao todo serão 46 milhões de doses, sendo 6 milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria prima para formulação e envase em fábrica própria do Instituto Butantan.

As demais remessas devem chegar no decorrer das próximas semanas. Já a disponibilização para a população ocorrerá somente após a comprovação da eficácia do imunizante, que deverá acontecer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos e posterior aprovação da agência reguladora, a Anvisa.

Coordenado pelo Instituto Butantan, os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

De acordo com boletim diário desta quinta-feira (19/11) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), a capital paulista contabiliza um total de 14.104 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 389.709 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 553.729 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 571.246 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta quinta-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, nesta quinta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 49,7%.

Já na última quarta-feira (18/11), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 40%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

AÇÕES E ATITUDES

Diversas profissões mudaram devido à pandemia causada pelo novo coronavírus e os terapeutas ocupacionais estão entre os profissionais que precisaram se adequar aos novos procedimentos e ao pós-pandemia.

Com o objetivo de auxiliar nesta mudança, terapeutas ocupacionais da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto participaram da elaboração do primeiro guideline brasileiro Diretrizes para a assistência da Terapia Ocupacional na pandemia da covid-19 e perspectivas pós-pandemia, que foi publicado na Revista Medicina USP Ribeirão.

O artigo publicado apresentar diretrizes e recomendações aos profissionais sobre o manejo clínico de pacientes com Covid-19 em diferentes níveis de atenção à saúde, para favorecer a assistência segura e com qualidade técnico-científica.

A elaboração contou com dez terapeutas ocupacionais de diversos Estados brasileiros, entre eles docentes da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, todas da USP.

Os autores buscam atingir terapeutas ocupacionais, gestores e outros profissionais interessados pelo conhecimento e pelas ações da terapia ocupacional com pacientes com covid-19 e seus familiares.

Os pesquisadores também lembram que a publicação não substitui as políticas institucionais e nacionais e estão baseadas nos princípios da Ciência Ocupacional e nas melhores evidências disponíveis na literatura, balizadas pela experiência de todos os profissionais envolvidos na produção do documento.

Alertam, ainda, que uma vez que a Covid-19 é uma doença recente, há necessidade de constante atualização das informações e novas evidências científicas poderão ser publicadas, mas que o raciocínio clínico é imprescindível para o planejamento e implementação da assistência, bem com será necessário o acompanhamento dos pacientes positivos para o novo coronavírus para a verificação das consequências da Covid-19, das necessidades e demandas de reabilitação das pessoas acometidas, pós-hospitalização e pós-pandemia.

No texto foram abordados temas como a privação ocupacional decorrente da pandemia e da estratégia de distanciamento social e os recursos técnicos recomendados para a promoção do desempenho ocupacional e manejo de dor e de sintoma em diferentes contextos, com destaque para a atuação do terapeuta ocupacional na atenção básica, na atenção hospitalar e nos cuidados paliativos.

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