Estado terá 11 novos hospitais de campanha até 31 de março, incluindo um na capital
O Governo de São Paulo vai entregar, até 31 de março, 11 novos hospitais de campanha espalhados em todo o Estado, inclusive na capital, com a criação de 280 novos leitos hospitalares tanto para atendimento primário (enfermaria), como para atendimento em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de pacientes com Covid-19. O anúncio ocorreu em coletiva no início da tarde desta segunda-feira (8/3) no Palácio dos Bandeirantes.
Serão 140 novos leitos de UTI e 140 novos leitos de enfermaria distribuídos nos hospitais de campanhas, que serão instalados nos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidade) de Santo André, Andradina, Santos, Barretos, Botucatu, Campinas, Ourinhos, Tupã e Itapetininga, na unidade de Fernandópolis da Rede Lucy Montoro e também no Hospital São José, na zona Norte da capital paulista.
“Lembro que já estamos e continuamos funcionando quatro hospitais de campanha sob a gestão do Estado, hospitais esses em Heliópolis e nos AMEs de Franca, Bauru e Bebedouro. Mas continuamos trabalhando para termos mais leitos”, completou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Vacinação
Na coletiva, o Governo de São Paulo também anunciou que, a partir da próxima segunda-feira (15/3), terá início a vacinação de idosos com 75 e 76 anos. Em todo o Estado, 420 mil pessoas nessa faixa etária poderão receber a primeira dose do imunizante.
Entre as recomendações, a administração estadual pediu que a população evite, na manhã do dia 15 de março, a concentração de pessoas nos postos de vacinação, principalmente nos drive-thrus, para que não haja a formação de filas e não haja desconforto na vacinação.
Ainda foi reforçado o apelo para que as pessoas façam o cadastro prévio no site VacinaJá, da Secretaria da Saúde do Estado. O cadastramento auxilia o cidadão a encontrar o local de vacinação mais próximo da sua residência, bem como o horário para a imunização, tornando o processo mais rápido e eficiente.
Além disso, o Governo de São Paulo informou que, nesta segunda-feira, o Instituto Butantan entrega ao Ministério da Saúde 1,7 milhão de novas doses da vacina contra o novo coronavírus. Com a nova remessa, o Butantan totaliza 16,1 milhões de doses do imunizante entregues para serem distribuídas em todo o país no âmbito do Plano Nacional de Imunização.
Dia Internacional da Mulher
Na coletiva, em referência ao Dia Internacional da Mulher, o Governo do Estado fez uma homenagem a mulheres que atuam direta e indiretamente na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus.
Foram homenageadas:
– as cientistas Ester Sabino e Jaqueline Goes, que lideraram o mapeamento do genoma do novo coronavírus;
– a médica Eloisa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas, que coordena o maior complexo hospitalar da América Latina no combate à Covid-19;
– a enfermeira Rosângela Soares, que atua na linha de frente do Hospital Emílio Ribas;
– a enfermeira Mônica Calazans, primeira brasileira a receber a primeira dose da vacina do Butantan;
– a auxiliar de enfermagem Suzel Neves, que trabalha no Hospital de Vila Nova Penteado, na zona Norte da capital;
– a procuradora-geral do Estado de São Paulo, Lia Porto, que liderou uma equipe de procuradores na ação vitoriosa junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) que garante o financiamento, pelo Governo Federal, de leitos de UTI em São Paulo;
– a coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula;
– a presidente organização sem fins lucrativos Comunitas, Regina Esteves, que gerenciou a captação de R$ 185 milhões para a construção da nova fábrica de vacinas do Butantan;
– a pediatra Helena Sato, integrante do Centro de Contingência do Combate ao Covid-19;
– a diretora de projetos estratégicos do Instituto Butantan, Cintia Lucci;
– a chefe do centro de Vigilância Sanitária do Estado, Cristina Megid;
– e a jornalista Hélia Araújo, coordenadora de imprensa da secretaria estadual de Comunicação, em nome dos profissionais de comunicação que tem atuado durante a pandemia.
Também participaram da coletiva o governador João Doria (PSDB); Patrícia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia; Célia Parnes secretária estadual de Desenvolvimento Social; Célia Leão, secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Bia Doria, presidente do Conselho do Fundo Social; Jamila Ferrari, delegada coordenadora das delegacias de Defesa da Mulher; Regiane de Paula, coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização; Lia Porto, procuradora-geral do Estado de São Paulo; Cintia Lucci, diretora de projetos estratégicos no Instituto Butantan; Regina Esteves, presidente da Comunitas; Cristina Megid, chefe do centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo; Eloisa Bonfá, diretoria clínica do Hospital das Clínicas; Rosângela Soares, enfermeira do Hospital Emílio Ribas; e o general João Campos, secretário estadual da Segurança Pública.
MAIS SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta segunda-feira (8/3) a capital paulista totalizava 19.070 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 651.231 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Até esta segunda, 913.179 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta segunda-feira (8/3) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 81,9%.
Já no último domingo (7/3), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 50%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, desde o início da campanha de vacinação até o último sábado (6/3), a capital paulista aplicou 959.448 doses de vacina. São 729.402 da primeira dose (D1) e 230.046 da segunda dose (D2). A meta de imunização para o grupo entre 77 e 79 anos alcançou 100% do público-alvo.
Com base nesses resultados, a partir desta segunda-feira (8/3), o município concentrará suas ações na vacinação com a segunda dose para pessoas que já estão aptas a receber o imunizante, de acordo com a data de retorno anotada no comprovante de vacinação. Quem recebeu o imunizante, caso não tenha a data de retorno no comprovante, deve comparecer aos postos de vacinação entre 21 e 28 dias após a primeira dose.
A partir do último sábado, as equipes dos drive-thrus foram remanejadas para o atendimento nas unidades de saúde que concentram mais de 90% da imunização na cidade de São Paulo. O sistema drive-thru voltará ao funcionamento habitual a partir da implementação da vacinação da próxima faixa etária. Assim, as primeiras doses da vacina voltam a ser aplicadas, aos grupos prioritários, após a chegada de novas remessas do imunizante.
AÇÕES E ATITUDES
A variante brasileira do novo coronavírus – denominada P.1. – já é a predominante em Araraquara, município do interior paulista que está com 100% de ocupação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e vem registrando desde fevereiro recordes de novos casos, internações e mortes por Covid-19. Os dados preliminares são de um estudo conduzido no IMT-USP (Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo).
Foram analisadas 57 amostras de secreção nasofaríngea coletadas de pacientes que tiveram o diagnóstico confirmado entre os dias 25 de janeiro e 23 de fevereiro de 2021 em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) local. Em 93% dos casos, os testes revelaram a presença da nova cepa, considerada cerca de duas vezes mais transmissível que sua predecessora (a linhagem B.1.128).
Os autores do estudo chamam a atenção para um fato importante: até 17 de fevereiro, ainda haviam sido encontrados alguns casos de infecção por outras linhagens do novo coronavírus, mas, a partir daí, todos os novos diagnósticos no município foram da linhagem P.1..
O trabalho integra um projeto apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), cujo objetivo é avaliar a transmissão domiciliar do novo coronavírus em Araraquara. Assim que a P.1. foi detectada na cidade e o sistema de saúde local começou a dar sinais de colapso, o grupo do IMT-USP entrou em contato com colaboradores para obter amostras de moradores e tentar medir a prevalência da nova variante.
Um estudo recentemente divulgado por pesquisadores do CADDE (Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus) indica que a variante brasileira emergiu em novembro de 2020 e em apenas sete semanas se tornou a mais prevalente na cidade de Manaus, no Amazonas.
Os pesquisadores do IMT-USP afirmam que ainda não sabem quando exatamente a P.1. entrou em Araraquara e que estão analisando amostras mais antigas para tentar descobrir. Mas os dados obtidos até agora sugerem que também nessa cidade ela se tornou a mais prevalente em menos de dois meses.
Os autores do estudo indicam que é incomum uma linhagem emergente substituir completamente outra já estabelecida em tão pouco tempo, ainda mais quando há um foco epidêmico ativo e um grande número de indivíduos já infectados, fato que só mostra o poder do vírus.
*Ouça abaixo a versão podcast do boletim Coronavírus