Após nova reclassificação, capital se mantém na fase amarela do Plano São Paulo
Em coletiva nesta sexta-feira (19/2) no Palácio dos Bandeirantes, o Governo do Estado apresentou a 22ª reclassificação do Plano São Paulo em todo o território paulista, na qual a capital (região da Grande SP) se manteve na fase amarela.
Na nova classificação, que começará a valer na próxima segunda-feira (22/2), outras cinco regiões também estarão nesta fase: Araçatuba, Campinas, Sorocaba, Registro e Baixada Santista, totalizando 69,5% da população do Estado.
O Governo do Estado também anunciou uma atualização dos protocolos de funcionamento dos estabelecimentos do setor de alimentação em regiões que estiverem na fase amarela. Segundo a administração estadual, a mudança é fruto de diálogo com entidades setoriais e representantes da área.
A partir da próxima segunda, o consumo de bebidas alcoólicas em ambientes de restaurantes, que antes estava proibido após às 20 horas, poderá ser realizado até as 22 horas, seguindo todos os protocolos sanitários: mesas com até seis pessoas, fechamento do estabelecimento até 22 horas, serviço sentado e respeitando a capacidade máxima de 40% dos clientes.
Nas regiões que estão nas fases vermelha e laranja, não houve mudança no protocolo e a restrição no consumo de bebidas alcoólicas nesses estabelecimentos continua válida.
Ainda de acordo com a nova reclassificação do Plano São Paulo, sete regiões estarão na fase laranja: São José do Rio Preto, Franca, Ribeirão Preto, Marília, Piracicaba, São João da Boa Vista e Taubaté (21,7% da população do Estado). Outras quatro regiões estarão na fase vermelha: Presidente Prudente, Barretos, Araraquara e Bauru (8,8% da população).
“É uma reclassificação importante, mostrando que ainda é um momento que requer cautela e atenção da população. Precisamos de solidariedade, de responsabilidade e esforço de todos para seguirmos essa luta contra o coronavírus”, comentou a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Patricia Ellen.
Entrega de vacinas
Na coletiva, o Governo do Estado acusou o Ministério da Saúde de omitir informações, em nota divulgada à imprensa, para tentar responsabilizar o Instituto Butantan pelo atraso na entrega das vacinas ao governo federal.
No documento enviado à imprensa, o Ministério da Saúde afirmou que “receberá apenas 30% das doses da vacina do Butantan acordadas para fevereiro”. Em sua defesa, o Butantan destacou que “o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina”. O instituto pontuou que, apesar dessa situação, tem cumprido o cronograma de entregas das vacinas acordado com o governo federal.
Também participaram da coletiva o governador João Doria, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn; o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; o coordenador executivo do Centro de Contingência do Covid-19, João Gabbardo, o coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, João Paulo Menezes; e a coordenadora do Centro de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula.
MAIS SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS
Segundo dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus publicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, até a última quinta-feira (18/2) a capital paulista contabilizava 18.158 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 611.547 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 758.241 casos suspeitos sob monitoramento. Até a última quinta, 863.174 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta sexta (19/2), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 66%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quinta (18/2), foi de 38%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Nesta sexta-feira (19/2), a cidade de São Paulo completa um mês da campanha de vacinação contra a Covid-19. Segundo balanço parcial com dados coletados até a última quinta-feira (18/2) pelo município, 533.177 doses já haviam sido aplicadas na capital paulista. Desse total, 438.623 foram aplicações de primeira dose e 94.554 de segunda dose.
No dia 19 de janeiro foi entregue ao município o primeiro lote contendo 203 mil doses da vacina, que foi destinada inicialmente à imunização dos profissionais da linha de frente da saúde, idosos residentes em Instituições de Longa Permanência, indígenas aldeados e quilombolas.
No dia 20 de janeiro, teve início a aplicação da primeira dose aos indígenas aldeados da capital. No dia 5 de fevereiro, foi a vez dos idosos a partir de 90 anos começarem a receber a vacina. Para atender esse público, a Prefeitura implantou cinco postos drive-thru para garantir conforto, acessibilidade e segurança no momento da vacinação.
A partir do dia 9 de fevereiro, o cronograma de imunização foi ampliado também para profissionais de saúde com 60 anos ou mais e idosos de 85 a 89 anos, que começaram a receber as primeiras doses no dia 11 de fevereiro. O último grupo incluído no Plano Municipal de Imunização foi o das pessoas em situação de rua com 60 anos ou mais, com a aplicação da primeira dose a partir de 12 de fevereiro.
Dados oficiais do município mostram que 64.915 idosos entre 85 e 89 anos já foram vacinados com a primeira dose e 2.491 com a segunda dose. Entre os idosos com mais de 90 anos, 44.657 já tomaram a primeira aplicação e 2.675 a segunda.
Seguindo os critérios dos programas Estadual e Nacional de Imunização, nesta fase da campanha o Programa Municipal de Imunização realiza a segunda aplicação da vacina nos profissionais de saúde da linha de frente, nos idosos que vivem nas Instituições de Longa Permanência, nas pessoas com deficiências abrigadas em instituições sociais e nos indígenas aldeados da capital.
O município informa que todas as salas de vacina das 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de São Paulo estão abastecidas de maneira a garantir o acesso às vacinas dos grupos prioritários elegíveis no momento.
Para agilizar o atendimento e evitar aglomerações e agilizar o processo de vacinação, a recomendação é o preenchimento do pré-cadastro no site Vacina Já. A ação economiza 90% no tempo de atendimento para imunização.
As UBSs funcionam de segunda a sexta, das 7h às 19h. Os endereços das unidades podem ser acessados pela ferramenta Busca Saúde.
As UBSs com sistema drive-thru operam das 8h às 17h. Neste link você encontra os endereços destes postos de vacinação da capital.
Já as AMAS/UBSs Integradas funcionam das 7h às 19h, inclusive aos sábados. Para acessar a lista de endereço destas unidades, clique aqui.
Os cinco postos no sistema drive-thru do município estão abertos de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e estão localizados na Praça Charles Muller – Estádio do Pacaembu (Zona Oeste); Arena Corinthians (Zona Leste); Autódromo de Interlagos – Rua Jacinto Júlio, altura do nº 589 – Portão 9, entrada KRF (Zona Sul); Centro de Exposições do Anhembi – Rua Olavo Fontoura – Portão 38 (Zona Norte); e Igreja Boas Novas, na Vila Prudente – Rua Marechal Malet, 535 – Parque da Vila Prudente (Zona Leste).
Por fim, os três centros-escolas que estão imunizando os públicos-alvos na cidade funcionam de segunda a sexta, das 8h às 17h. São eles: Centro-Escola Barra Funda – Av. Dr. Abrahão Ribeiro, 283, Bom Retiro; Centro-Escola Geraldo de Paula Souza – Av. Dr. Arnaldo, 925, Sumaré; e Centro-Escola Samuel Barnsley Pessoa – Av. Vital Brasil, 1.490, Butantã.
AÇÕES E ATITUDES
Um estudo inédito realizado no Incor (Instituto do Coração) analisou as consequências cognitivas que a Covid-19 pode deixar no indivíduo. A pesquisa foi motivada pelo fato de que muitos pacientes que tiveram a doença relataram sinais e sintomas após se recuperarem.
Os primeiros resultados apontam que não só aqueles que tiveram a Covid-19 na forma mais grave sofreram com alguma sequela cognitiva, mas também aqueles que tiveram sintomas mais leves, incluindo os assintomáticos.
Segundo os autores do estudo, a pesquisa teve início em meados de março, quando foi levantada a hipótese de que a falta de oxigênio no cérebro ou no organismo humano poderia causar um grande prejuízo nas funções cognitivas. Inicialmente, foram avaliados 185 pacientes. Agora, o Incor tem 430 pacientes em avaliação.
Os resultados completos da pesquisa sobre diagnóstico e reabilitação da disfunção cognitiva pós-Covid ganharam importância uma vez que a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) aguarda os dados finais do estudo, com o intuito de adotar a metodologia desenvolvida pelo Incor em âmbito mundial.
Sequelas envolvendo o sistema cardiorrespiratório, pressão arterial e diabete são mais comuns de serem citadas em pacientes que tiveram Covid-19, mas o aspecto cognitivo também é afetado. Mesmo sendo mínimo e não tão perceptível, uma falha de memória ou uma falta de atenção podem ser sinal de alguma sequela provocada pela doença.
Além de confirmar se há sequelas cognitivas, o estudo desenvolvido no Incor é importante pois, com o diagnóstico precoce, o tratamento e o acompanhamento funcionam de forma mais eficiente, já que o cérebro humano trabalha em uma condição de quanto melhor for o estímulo e mais rápido for este estímulo, melhor a pessoa vai ficar no futuro, algo que independe da idade.
*Ouça abaixo as edições da versão podcast do boletim Coronavírus