Brasil abre a semana com 87,6 mil mortes e 2,4 milhões de infectados pela Covid-19
Segundo dados do painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), o Brasil registra nesta segunda-feira (27/7) 614 óbitos e 23.284 casos confirmados do novo coronavírus (causador da Covid-19) nas últimas 24 horas. Na contagem do Conselho, desde o início da pandemia, o país teve 87.618 mortes e 2.442.375 infectados pela doença.
O boletim diário do Ministério da Saúde traz os mesmos dados: 614 óbitos e 23.284 novos casos confirmados do novo coronavírus nas últimas 24 horas, totalizando 87.618 mortes e 2.442.375 infectados pela doença desde o início da pandemia no país.
Considerado epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou, nesta segunda-feira (27/7), 21.676 vítimas da Covid-19, sendo 70 óbitos registrados nas últimas 24 horas.
Há, ainda, 487.654 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus – aumento de 3.672 novos diagnósticos entre domingo e segunda-feira. Dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 639 cidades, sendo 455 com um ou mais óbitos.
Em relação ao sistema de saúde público paulista, nesta segunda-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 no Estado é de 65,7%. Na Grande São Paulo, o índice chega a 63,3%.
No último domingo (27/7), o isolamento social no Estado de São Paulo foi de 51%, enquanto na Capital o índice chegou a 52%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Nesta segunda-feira (27/7), o Governo do Estado anunciou novos critérios para o Plano São Paulo de retomada econômica e enfrentamento ao novo coronavírus. Agora, para uma região avançar da fase amarela à verde, o percentual de ocupação de leitos poderá variar entre 75% e 70%, além de permanecer por 28 dias consecutivos na etapa intermediária. As regras começam a valer a partir da próxima sexta-feira (31/7).
De acordo com a administração paulista, a mudança dos parâmetros visa garantir mais estabilidade no ajuste de fases, sobretudo na transição da amarela para a verde. Com as novas margens de capacidade hospitalar e de evolução da pandemia, as regiões ficam menos sujeitas a alterações de fase no Plano São Paulo sem uma mudança relevante nesses indicadores.
A principal alteração definida pelo Governo do Estado é a alteração do índice de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que atualmente precisa estar abaixo de 60% e, a partir de 31 de julho, subirá para até 75%. A medida permite que os municípios liberem leitos de UTI reservados a pacientes graves com o novo coronavírus para outras especialidades médicas que tiveram o atendimento adiado ao longo da pandemia.
Além disso, para garantir que a fase verde – a quarta menos restritiva nas cinco etapas do Plano São Paulo – seja alcançada por regiões que estejam caminhando para o controle da epidemia, qualquer Departamento Regional de Saúde ou sub-região deverá passar 28 dias consecutivos na fase amarela.
Outra atualização é que os indicadores de variação das internações e variação dos óbitos exigirão números absolutos por 100 mil habitantes. Os novos índices ainda deverão ser aprovados pelos especialistas do Centro de Contingência de novo coronavírus, mas devem ficar abaixo de entre 30 e 40 internações e de três e cinco mortes por 100 mil habitantes.
Também nesta segunda-feira, a administração estadual informou que o Estado de São Paulo registrou queda de 4% no número de óbitos causados pelo novo coronavírus na semana de 19 a 25 de julho em relação à semana anterior, de 12 a 18 de julho.
No mesmo período, a diminuição de mortes provocadas pela Covid-19 na capital foi de 27%. Novas internações tiveram queda de 4% na cidade de São Paulo e também de 4% no Estado.
No interior, houve aumento de 16% de óbitos na comparação entre as duas semanas. Por outro lado, o interior do Estado registrou, pela primeira vez, queda nas internações, de 2%. O índice de letalidade no Estado também é o menor já registrado: 4,47%.
AÇÕES E ATITUDES
Publicado no último dia 24 de julho e ainda sem revisão por pares, um estudo desenvolvido em colaboração com cientistas do Brasil, Portugal e Reino Unido estima que o limiar de imunidade coletiva ao novo coronavírus – também conhecido como imunidade de rebanho – pode ser alcançado em uma determinada região se algo entre 10% e 20% da população for infectada.
Entre os coautores do artigo estão o professor do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo) Marcelo Urbano Ferreira e seu aluno de doutorado, Rodrigo Corder.
Caso sejam confirmados na prática, os desdobramentos da projeção tendem a ser positivos em dois aspectos. Primeiro porque significa que é pequeno o risco de ocorrer uma segunda onda avassaladora da pandemia nos países que adotaram medidas para conter a disseminação da Covid-19 e hoje já registram queda no número de novos casos.
Em segundo lugar porque indica ser possível para uma cidade, um Estado ou um país alcançar o limiar de imunidade coletiva mesmo tendo adotado medidas de distanciamento social que ajudam a evitar o colapso do sistema de saúde e a minimizar o número de mortes.
O estudo ainda mostra que não é preciso sacrificar a população deixando-a circular livremente para que a imunidade coletiva se desenvolva. Por outro lado, também sugere que não há necessidade de manter as pessoas em casa durante muitos e muitos meses, até que se aprove uma vacina.
Como ressaltam os autores do artigo, o fato de o limiar de imunidade coletiva ser menor que o inicialmente previsto não diminui a importância das medidas de saúde pública para conter a disseminação do vírus e reduzir o número de mortes.