Brasil abre a semana próximo das 110 mil vítimas da Covid-19
Segundo informações desta segunda-feira (17/8) disponibilizadas no painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) no Brasil, o país totaliza 108.536 vítimas fatais da Covid-19, sendo 684 óbitos registrados nas últimas 24 horas.
Também desde o início da pandemia, o Brasil soma 3.359.570 diagnósticos positivos para a doença. Nas últimas 24 horas, de acordo com contagem do órgão, houve a confirmação de 19.373 novos infectados pelo novo coronavírus.
O número é o mesmo divulgado no boletim diário do Ministério da Saúde desta segunda-feira: nas últimas 24 horas, segundo a pasta, foram 684 mortes e 19.373 diagnósticos confirmados do novo coronavírus, totalizando óbitos 108.536 e 3.359.570 casos da doença desde o início da quarentena.
Epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou nesta segunda-feira (17/8) 47 óbitos causados pela Covid-19 em 24 horas – no mesmo período, houve 3.172 diagnósticos confirmados do novo coronavírus.
No total, são 26.899 vítimas fatais da doença, com 702.665 pessoas infectadas. Dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 643 cidades, sendo 506 com um ou mais óbitos.
Em relação à capacidade do sistema de saúde do Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados ao tratamento do novo coronavírus é de 57,4% no Estado e de 55,5% na Grande São Paulo.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal medida de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social no Estado de São Paulo no último domingo (16/8) foi de 52%, enquanto na capital o índice chegou a 53%.
Os dados são Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Nesta segunda-feira (17/8), a administração estadual anunciou que o Estado de São Paulo registrou queda de 1% no número de óbitos pelo novo coronavírus entre os dias 9 e 15 de agosto em comparação com a semana anterior, de 2 a 8 de agosto. Foram registrados 16 óbitos a menos. Na semana passada, houve 1.764 mortes e, na semana anterior, 1.780 óbitos.
A queda de óbitos ocorreu mesmo com a modificação da diretriz do Ministério da Saúde para confirmação de casos e óbitos, que passou a incluir o método de análise clínica e diagnóstico por exames de imagem, mesmo sem análise laboratorial. Essa alteração resultou no acréscimo de 221 mortes que aconteceram no decorrer da pandemia e foram inseridas em boletim da última semana.
A Região Metropolitana de São Paulo, sem a capital, teve uma queda de 4% no número de óbitos. A redução ocorre também no interior e na Baixada Santista, com queda de 5%. Todos os municípios mantém uma taxa de ocupação de leitos de UTI menor do que 80%. Além disso, mais de 502 mil pacientes se recuperaram da Covid-19.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Uma análise, baseada em dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) do Ministério da Saúde, feita por pesquisadores da FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo) com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) aponta que o risco de morrer por Covid-19 em São Paulo é 50% maior em áreas de menor nível socioeconômico.
Segundo o levantamento, moradores de bairros como Parelheiros ou Capão Redondo, ambos situados nas franjas da capital paulista, correram, em média, 50% mais risco de morrer de Covid-19 entre os meses de março e junho do que os paulistanos que residem em vizinhanças centrais e de alto nível socioeconômico, como Vila Mariana ou Moema.
A análise mostra que a diferença no risco de morrer entre os bairros paulistanos de menor e maior nível socioeconômico pode chegar a 66% no período analisado, caso sejam incluídos na conta os óbitos suspeitos, muitas vezes não confirmados por falta de testes.
Como levantamentos anteriores já sugeriam, o padrão de mortalidade observado no estudo da FSP-USP foi se modificando com o passar dos meses. Até meados de abril, o risco de morrer por complicações causadas pelo novo coronavírus era maior nos bairros paulistanos centrais e de maior poder aquisitivo.
A tendência se inverte na semana epidemiológica de número 16 – de 12 a 18 de abril – e, a partir desse momento, ter um bom nível socioeconômico passou a ser um fator de proteção contra a doença.
Outro ponto destacado na análise dos pesquisadores da USP indicou ainda que os óbitos por Covid-19 na cidade de São Paulo atingiram o pico na semana epidemiológica de número 20, entre 10 e 16 de maio. Depois disso, foi possível observar uma tendência de estabilização, que ainda não pode ser confirmada.
AÇÕES E ATITUDES
Dois testes para Covid-19 desenvolvidos pelo ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) da USP (Universidade de São Paulo), que apresentam alta confiabilidade, utilização de reagentes nacionais, baixo custo e tiveram sua eficácia comprovada, já podem ser aplicados imediatamente em todo o Brasil e viabilizarão o aumento da testagem e rapidez nos resultados.
Um dos testes tem como base o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, na sigla em inglês), que revela se o paciente está com vírus no corpo. O outro, voltado para o diagnóstico sorológico e baseado no método de Elisa, indica se o paciente esteve em contato com o novo coronavírus.
Os testes poderão ser realizados em cidades de pequeno e médio porte, com baixo custo e resultados até no mesmo dia – o que possibilita que a pessoa infectada receba o tratamento correto e seja isolada o mais rapidamente possível.
A inovação que permitiu o desenvolvimento desses testes em um prazo relativamente curto – eles começaram a ser estudados em março – concentrou esforços em adequar ao diagnóstico de Covid-19 equipamentos e metodologias já utilizados anteriormente para o diagnóstico de diversas outras doenças.