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Brasil bate recorde e registra 600 mortes por Covid-19

Por Daniel Monteiro | 05/05/2020

Segundo novo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (05/5), nas últimas 24 horas o Brasil registrou 6.935 novos casos e 600 mortes ocasionadas pelo novo coronavírus (causador da Covid-19). Com o aumento, o país soma agora 114.715 pessoas infectadas pelo vírus e 7.921 óbitos decorrentes da Covid-19.

Estado com o maior número de registros e mortes pelo novo coronavírus, São Paulo também registrou aumento de 1.866 casos e 197 óbitos nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, são 34.053 pessoas infectadas 2.851 e mortos pela Covid-19.

A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é de 68,9% no Estado e de 86,9% na região metropolitana da capital. São 3.457 pessoas internadas em UTI e 5.408 em enfermarias.

Ainda sobre São Paulo, o índice de isolamento social no Estado foi de 47% na última segunda-feira. O percentual é medido pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que analisa dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social.

Com esses dados, é possível apontar em quais regiões a adesão à quarentena é maior e em quais as campanhas de conscientização precisam ser intensificadas, inclusive com apoio das prefeituras.

O isolamento social é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e por autoridades sanitárias a principal medida contra a pandemia do novo coronavírus.

Além disso, balanço divulgado na última segunda-feira aponta que a média de mortes confirmadas diariamente no Estado de São Paulo ocasionadas pelo novo coronavírus cresceu 280% no último mês.

Hoje, São Paulo registra uma média de 118 por dia na última semana. Um mês atrás, no começo de abril, a média era de 31 mortes por dia.

A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada em www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

O risco de morrer por conta do novo coronavírus pode ser dez vezes maior para as pessoas que vivem nas regiões com os piores indicadores de qualidade de vida e de desenvolvimento humano da cidade de São Paulo.

Segundo boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura da capital, a taxa de mortalidade nos bairros mais privilegiados, chamada área de inclusão, é de 0,7 por 100 mil habitantes para a faixa etária entre 40 e 44 anos de idade.

Nessa mesma faixa de idade, a mortalidade por Covid-19 chega a 6,7 a cada grupo de 100 mil pessoas nas áreas classificadas como exclusão 2, que abrange as regiões com pior qualidade de vida da cidade.

Na faixa de 65 a 69 anos, a diferença é mais do que o dobro entre os bairros mais ricos e os menos estruturados, variando de 25,9 para cada 100 mil habitantes na área de inclusão para 56,1 a cada grupo de 100 mil pessoas na área de exclusão 2 e ficando em 48,1 na área de exclusão 1, intermediária entre as duas.

A taxa de mortalidade geral, em relação a todas as idades, fica em até 8,3 para cada 100 mil habitantes em bairros da parte Oeste da cidade, como a Vila Sônia, o Butantã e o Jardim Paulista. Enquanto nos bairros menos estruturados da zona Leste, como São Miguel Paulista, Guaianases, São Mateus e Iguatemi, a taxa fica acima da média municipal, de 16,5 por 100 mil habitantes, com variações entre 24,8 e 31,1 para cada grupo de 100 mil pessoas.

Também entra nessa faixa de mortes Brasilândia, na zona Norte. Já Marsilac, na zona Sul, e  Pari, na região Central, alcançaram a faixa de 33,1 e 43,2 mortes a cada 100 mil residentes.

A área de inclusão e os dois níveis de área de exclusão são definidos a partir de uma série de indicadores de qualidade de vida e desenvolvimento humano.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

A Prefeitura de São Paulo interditou, até agora, 283 estabelecimentos não essenciais que não acataram a decisão de fechamento prevista no decreto municipal que trata da quarentena na capital.

Desde o dia 20 de março, cerca de 2 mil agentes têm trabalhado em todas as regiões da cidade na conscientização de ambulantes e comerciantes em manterem os estabelecimentos fechados.

Os locais que descumprem o exposto no decreto estão sujeitos à interdição imediata de suas atividades e, em caso de resistência, cassação do alvará de funcionamento. Segundo a Prefeitura, o objetivo não é multar, mas sim evitar aglomerações para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus e proteger a população.

AÇÕES E ATITUDES

Uma parceria entre a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a Embraer vai viabilizar o processamento de 40 mil testes de diagnóstico de Covid-19 a serem realizados em regiões do interior de São Paulo.

O aumento na realização de testes para diagnóstico do novo coronavírus na população é considerado pelas autoridades de saúde a medida mais importante para orientar a adoção de políticas públicas adequadas para conter a pandemia e proteger as pessoas, ajudando a dimensionar aquelas já em andamento, como o distanciamento social.

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