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Brasil encerra a semana totalizando mais de 106 mil vítimas da Covid-19

Por Daniel Monteiro | 14/08/2020

Segundo dados do painel do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), o Brasil registra nesta sexta-feira (14/8) 1.060 mortes causadas pelo novo coronavírus (causador da Covid-19) nas últimas 24 horas, totalizando 106.523 vítimas fatais da doença. Na contagem do Conselho, entre quinta e sexta-feira, o país teve 50.644 novos casos confirmados, somando 3.275.520 infectados com o vírus.

Em relação às últimas 24 horas, o boletim diário do Ministério da Saúde traz os mesmos números: 1.060 óbitos e 50.644 novos casos confirmados do novo coronavírus, totalizando 106.523 mortes e 3.2750.520 infectados pela doença desde o início da pandemia no país.

Considerado epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou, nesta sexta-feira (14/8), 26.613 vítimas da Covid-19, sendo 289 óbitos nas últimas 24 horas. Há, ainda, 686.122 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus – aumento de 11.667 diagnósticos entre quinta e sexta-feira. Dos 645 municípios, houve pelo menos uma pessoa infectada em 643 cidades, sendo 503 com um ou mais óbitos.

Em relação ao sistema de saúde público paulista, nesta sexta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 no Estado é de 57,8%. Na Grande São Paulo, o índice chega a 56,4%.

Na última quinta-feira (13/8), o isolamento social no Estado de São Paulo chegou a 42%, enquanto na capital paulista o índice foi de 43%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Nesta sexta-feira (14/8), o Governo do Estado apresentou a 11ª atualização de classificações regionais do Plano São Paulo de enfrentamento ao novo coronavírus e retomada consciente da economia.

Pela primeira vez em três meses, nenhuma região de saúde regrediu para etapas mais restritivas, com a maioria dos municípios do estado na fase amarela. Hoje, 84 % da população de São Paulo está em áreas localizadas na fase amarela.

A estabilidade de evolução da pandemia na maior parte do território paulista também culminou no menor índice estadual de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) por pacientes infectados que estão em estado grave. Na semana epidemiológica entre os últimos dias 7 e 13, a ocupação hospitalar média foi de 57,8% em todo o Estado.

Nas médias regionais, a capacidade hospitalar também registrou índices considerados positivos. Em todas as 17 áreas de Departamentos Regionais de Saúde, o índice de ocupação hospitalar por pacientes graves contaminados pelo novo coronavírus ficou abaixo de 80%.

Sem mudanças em relação à semana passada, a classificação vigente do Plano São Paulo tem apenas as regiões de Franca e Registro na fase vermelha, com restrição total atendimento presencial em comércios e serviços não essenciais. Na fase laranja, estão as áreas de Barretos, Presidente Prudente e São José do Rio Preto, além das sub-regiões Norte e Oeste da Grande São Paulo.

A etapa amarela, que permite funcionamento restrito de bares, restaurantes, salões de beleza e academias, contempla as regiões de Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Bauru, Campinas, Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Sorocaba, Taubaté e as sub-regiões Leste, Sudeste e Sudoeste da Grande São Paulo, além da capital.

A próxima reclassificação de fases do Plano São Paulo está prevista para a próxima sexta-feira (21/8). Com a conclusão de mais um período de duas semanas epidemiológicas, a 12ª atualização poderá registrar novas progressões de fase se os índices de controle da pandemia e capacidade hospitalar se mantiverem com viés de queda na capital, interior e litoral.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Em anúncio nesta sexta-feira (14/8), a Prefeitura de São Paulo informou que o número de leitos ocupados por pacientes com Covid-19 e o número óbitos provocados pela doença diminuiu na cidade na capital paulista.

Atualmente a cidade tem 1200 leitos e, há três dias, metade deles estão ocupados, num total abaixo de 600 leitos. Em maio, mês mais crítico da pandemia na cidade, havia cerca de 48 pedidos de internação por dia. Agora, em agosto, há 29 pedidos diários.

Também nesta sexta-feira, foi anunciado que o Estado de São Paulo já realizou mais de 3 milhões de exames para diagnóstico do novo coronavírus e ampliou em 3.000% a média diária de testagem.

De acordo com o balanço apresentado, 3.034.650 exames foram realizados até 12 de agosto. Desse total, 41,6 mil foram feitos em março; 150,8 mil em abril; 438,1 mil em maio; 867,8 mil em junho e 1,2 milhão em julho. O balanço preliminar de agosto registra 277,2 mil exames.

A CÂMARA DURANTE A PANDEMIA

Na última quinta-feira (13/8), a Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude se reuniu para debater “O Desafio para a volta às aulas” na capital paulista.

O assunto continua em destaque mesmo com o anúncio do Governo do Estado de São Paulo, na última sexta-feira (7/8), do adiamento da data estimada para o retorno das aulas presenciais das escolas públicas e privadas para 7 de outubro.

A previsão inicial era 8 de setembro e a retomada das atividades escolares recebeu uma nova data por recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus.

Também na última quinta-feira, a Comissão Extraordinária de Apoio ao Desenvolvimento do Turismo, do Lazer e da Gastronomia realizou reunião virtual para discutir o futuro dos setores de eventos e turismo e os desafios para a retomada das atividades da área, paralisadas em função da pandemia do novo coronavírus.

Mesmo sem data definida para liberação, o Governo de São Paulo já anunciou algumas restrições que deverão ser seguidas. Os protocolos são válidos para atividades culturais e para eventos do setor comercial, como feiras e congressos e convenções.

Foram estabelecidas regras como ocupação máxima de 40% da capacidade do local, funcionamento máximo de 6 horas por dia, público sentado e assentos com distanciamento mínimo de 1,5 metro e uso obrigatório de máscara.

AÇÕES E ATITUDES

Pesquisas iniciadas em maio deste ano por pesquisadores brasileiros de várias instituições científicas verificaram que soros produzidos por cavalos para o tratamento da Covid-19 têm, em alguns casos, até 100 vezes mais potência em termos de anticorpos neutralizantes do vírus gerador da doença.

Os resultados foram apresentados na última quinta-feira (13/8) durante simpósio sobre Covid-19 na Academia Nacional de Medicina. Também foi anunciado o depósito de patente para garantia do processo tecnológico produzido no Brasil.

Os pesquisadores inocularam uma proteína do novo coronavírus em cinco cavalos e, após 70 dias, os plasmas dos equinos apresentaram anticorpos neutralizantes 20 a 100 vezes mais potentes contra o novo coronavírus do que os plasmas de pessoas que tiveram Covid-19 e estão em convalescência.

Os resultados positivos levaram ao pedido de patente, relativo ao processo de produção do soro anti-Covid-19, a partir da glicoproteína da espícula (coroa) do vírus com todos os domínios, preparação do antígeno, hiperimunização dos equinos, produção do plasma hiperimune, produção do concentrado de anticorpos específicos e do produto finalizado, após a sua purificação por filtração esterilizante e clarificação, envase e formulação final.

Outra vantagem do estudo é que ele é complementar às possibilidades de vacinas contra o vírus, cuja maioria se baseia na proteína da coroa. A ideia é que o soro produzido a partir dos plasmas dos equinos inoculados seja usado como tratamento, por meio de uma imunoterapia, ou imunização passiva. A vacina seria complementar.

Após a aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), o grupo de pesquisadores vai iniciar os testes clínicos, com foco nos pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 que estejam internados, mas não se encontram em unidades de terapia intensiva. Os testes vão comparar quem recebeu o tratamento com quem não recebeu.

Para esta etapa, os pesquisadores pretendem firmar parcerias com outros laboratórios semelhantes que produzem soro no Brasil, localizados em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo.

O trabalho científico envolve parceria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, IVB (Instituto Vital Brazil), Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa tem apoio financeiro da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

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