Brasil se aproxima de 40 mil mortes por Covid-19
Há algumas semanas, o Ministério da Saúde vem atrasando o horário de divulgação do boletim diário com dados sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) no Brasil.
Inicialmente apresentadas à imprensa às 17h, as informações sobre a doença passaram a ser liberadas sem horário fixo, após às 19h. A situação se agravou na semana passada, quando a pasta decidiu divulgar o número de infectados e mortos pela Covid-19 depois das 22h.
Além disso, o portal oficial do governo federal sobre o novo coronavírus apresentou inconsistências, como estatísticas incompatíveis com as divulgadas pelos estados e a omissão dos históricos e dados consolidados referentes ao combate à doença.
Na última sexta-feira (5/6), inclusive, o site oficial da Covid-19 foi tirado do ar para uma manutenção não anunciada. Quando voltou a funcionar, no final de semana, o portal deixou de apresentar o detalhamento dos dados, como números consolidados sobre a doença e o histórico de sua evolução desde o primeiro caso brasileiro.
Diante dessa situação, o Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), entidade que reúne os gestores dos 26 estados e do Distrito Federal, inaugurou no último domingo (7/6) um portal próprio para divulgar os dados da pandemia do novo coronavírus no país.
E, como forma de dar transparência às informações relacionadas à Covid-19 no Brasil, a partir desta terça-feira (9/6) o Boletim Coronavírus da Câmara Municipal de São Paulo passa divulgar tanto as informações disponibilizadas pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, quanto pelo Ministério da Saúde.
Segundo atualização do Conass, nesta terça-feira foram registrados 1.272 óbitos e 38.406 novos casos confirmados do novo coronavírus nas últimas 24 horas. Na contagem do Conselho, desde o início da pandemia o Brasil teve 38.406 mortes e 739.503 infectados pela doença.
O boletim diário divulgado pelo Ministério da Saúde desta terça-feira também mostra os mesmos números: nas últimas 24 horas, 1.272 pessoas morreram vítimas das Covid-19, com 38.406 novas infecções. De acordo com a pasta, foram óbitos 38.406 e 739.503 casos confirmados do novo coronavírus desde o início da pandemia.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Considerado epicentro da pandemia no Brasil, o Estado de São Paulo registrou nesta terça-feira (9/6) recorde de 334 óbitos causados pela Covid-19 em 24 horas – no mesmo período, houve 5.545 diagnósticos confirmados do novo coronavírus.
No total, são 9.522 vítimas fatais da Covid-19, com 150.138 pessoas infectadas. Dos 645 municípios do território paulista, houve pelo menos uma pessoa infectada em 549 cidades, sendo 283 com um ou mais óbitos.
Em relação à capacidade do sistema de saúde paulista, a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados ao tratamento do novo coronavírus é de 68,6% no Estado e de 74,1% na Grande São Paulo.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal medida de contenção da pandemia do novo coronavírus, isolamento social no Estado de São Paulo, na última segunda-feira (8/6) foi de 47%, enquanto na Capital o índice chegou a 48% dos habitantes.
Os dados são Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
O Governo do Estado anunciou na última segunda-feira (8/6) a distribuição simultânea, nesta semana, de 150 respiradores a municípios da Baixada Santista, Campinas e Grande São Paulo.
No total, 18 cidades terão reforço com os equipamentos, para abertura de novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde), com foco na assistência aos pacientes com Covid-19.
Do total, 100 respiradores têm como destino unidades de saúde da Grande São Paulo; 35 serão enviados para a Baixada; e outros 15 vão para o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Campinas.
AÇÕES E ATITUDES
Um estudo realizado pelo Grupo de Química Medicinal e Biológica do IQSC (Instituto de Química de São Carlos) da USP (Universidade de São Paulo) vai testar mais de 500 substâncias bioativas para eventual uso no combate à Covid-19.
O objetivo é investigar se há a possibilidade de que alguma dessas substâncias possa destruir uma enzima utilizada pelo novo coronavírus para se replicar. Se o estudo obtiver sucesso, poderão ser desenvolvidos medicamentos antivirais contra o vírus.