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Capital abre a semana totalizando 12,9 mil mortes e 337,2 mil casos de Covid-19

Por Daniel Monteiro | 05/10/2020

De acordo com boletim diário desta segunda-feira (5/10) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), a capital paulista contabiliza um total de 12.903 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 337.206 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 420.091 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 454.528 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta segunda-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, nesta segunda-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 41,9%.

Já no último domingo (4/10), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 49%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Coordenado por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e divulgado em uma plataforma on-line para artigos científicos, um estudo traz novas evidências de que o novo coronavírus é capaz de infectar e de se replicar no interior de linfócitos, podendo levar essas células de defesa à morte e comprometer ao menos temporariamente o sistema imunológico.

Dessa forma, apontam os autores, o novo coronavírus atua por um mecanismo semelhante ao do HIV, causador da Aids. Segundo os pesquisadores, os dois vírus afetam um tipo de linfócito responsável por coordenar a chamada resposta imune adaptativa. Essa coordenação se dá por meio da liberação de moléculas sinalizadoras conhecidas como citocinas.

Os resultados do estudo sugerem que, em alguns pacientes, o novo coronavírus pode causar um quadro de imunodeficiência aguda não apenas porque mata parte desses linfócitos, mas também porque prejudica a função dessas células. Isso faz com que certos linfócitos se proliferem menos e outros produzam anticorpos com menor afinidade e duração, em um efeito semelhante ao do HIV, só que agudo.

As conclusões do artigo, ainda em processo de revisão por pares, estão baseadas principalmente em experimentos com culturas primárias de linfócitos (isolados do sangue de voluntários não infectados e de pacientes com Covid-19) conduzidos no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes do Instituto de Biologia da Unicamp, com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Já outro estudo internacional, com participação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, na capital paulista, levantou informações genéticas da população sul-americana para ampliar a base de dados sobre os genes locais. O objetivo é auxiliar o desenvolvimento de diagnósticos e vacinas que detectem e previnam a Covid-19 com base em nos genes HLA – que expõem o vírus para as células de defesa do corpo.

A partir desse levantamento em populações de todo o mundo, o estudo apontou as partes do vírus com mais chances de serem identificados pelos genes HLA, o que será essencial na criação de kits de diagnóstico e vacinas específicas para uso na região.

Os genes HLA (sigla em inglês para antígeno leucocitário humano) expressam proteínas nas superfícies das células humanas que reconhecem e exibem as proteínas (antígenos) dos patógenos para as células do sistema imune, processo conhecido como “apresentação de antígenos”. Esse processo permite que células de defesa como os linfócitos possam eliminar as células infectadas pelos patógenos como, por exemplo, o vírus da Covid-19. Ao mesmo tempo, também acontece a ativação de outras importantes células de defesa, a produção de anticorpos capazes de neutralizar o vírus e ainda a geração da memória imunológica, que aumentaria a resposta imune frente a novas infecções pelo vírus.

Segundo os autores da pesquisa, os resultados do trabalho podem auxiliar outros estudos que vêm sendo conduzidos para entender melhor a relação entre os genes HLA e a suscetibilidade à Covid-19 e explicar por que algumas pessoas apresentam menor ou maior severidade da doença. As informações genéticas reunidas pelo estudo poderão contribuir ainda com pesquisas sobre doenças infecciosas, além de doenças endêmicas, autoimunes e câncer.

AÇÕES E ATITUDES

Criado pelo InformaSUS, projeto de extensão da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) que divulga informações sobre a pandemia de Covid-19, o projeto “Experiências da Atenção Primária à Saúde – invenção e resistência em tempos de pandemia” tem o objetivo de mostrar a importância da Atenção Básica à Saúde no enfrentamento do novo coronavírus, além de divulgar e documentar experiências desenvolvidas em municípios, territórios e comunidades junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) e com participação social – por meio de lives transmitidas nas redes sociais do InformaSUS e reportagens, também veiculadas no portal do projeto de extensão.

Outra missão do projeto é exibir a potência do SUS como uma política pública universal no enfrentamento às desigualdades regionais e sociais do Brasil. O desenvolvimento da ação também contou com o apoio de diversas universidades, como a USP (Universidade de São Paulo), universidades federais Fluminense (UFF), da Grande Dourados (UFGD), do Oeste do Pará (UFOPA), Rural do Semi-Árido (UFERSA), de Santa Maria (UFSM), além da própria UFSCar.

Até o momento, já foram transmitidas lives divulgando experiências de Atenção Primária à Saúde: na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo; em Mossoró, no Rio Grande do Norte; em Rurópolis, no Pará; em Niterói, no Rio de Janeiro; em Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul; e pelos ribeirinhos do Abaré, em Santarém, no Pará.

As lives apresentam detalhes das experiências, articulando perspectivas de gestores, trabalhadores, usuários, movimentos, universidades, compondo os olhares, suas produções e significados. Todas as lives e reportagens estão disponíveis no site do InformaSUS.

Mais informações sobre o projeto podem ser solicitadas pelo e-mail contatoinformasus@ufscar.br.

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