Capital avança no Plano SP e estará na fase amarela a partir de segunda-feira
Em nova reclassificação do Plano São Paulo, apresentada em coletiva nesta sexta-feira (5/2), o Governo do Estado informou que seis regiões, inclusive a capital paulista, avançam da fase laranja para fazer a amarela do plano a partir da próxima segunda-feira (8/2).
Segundo a administração estadual, a reclassificação foi possível graças à queda no número de internações hospitalares em todo o território paulista, pela terceira semana consecutiva, e a abertura de novos leitos em hospitais de nove regiões do Estado.
“As projeções que nós tínhamos, no meio do mês de janeiro, eram extremamente preocupantes e levaram a recomendações de aumento de restrições de atividades. Isso permitiu, ao longo desta semana, termos seu efeito observado principalmente na redução do indicador de novas internações por 100 mil habitantes”, explicou Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19.
Além da Grande SP, entram na fase amarela as regiões de Campinas, Registro, Araçatuba, Baixada Santista e Presidente Prudente (66% da população do Estado). Com a mudança, todos os setores de serviços estão autorizados a funcionar das 6h às 22h, com a capacidade de ocupação de 40%.
Apesar do avanço, algumas medidas restritivas ainda estão vigentes. Das 22h às 6h, por exemplo, apenas serviços considerados essenciais podem funcionar. “Um ponto que eu queria lembrar também é o de que alguns ambientes têm maior risco. Então, a venda de bebidas alcoólicas é permitida até as 20h e o consumo e atendimento no local apenas para clientes sentados”, destacou a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Patricia Ellen.
Na atualização desta sexta, também entram em fases menos restritivas do Plano SP as regiões Barretos, Ribeirão Preto, Marília e Taubaté, que saem da fase vermelha e passam para a laranja. Além dessas quatro regiões, as áreas de São José do Rio Preto, São João da Boa Vista, Piracicaba, Araçatuba e Sorocaba (27% da população) ficam na fase laranja. Nesta fase, a atividade econômica é permitida das 6h às 20h. Após esse horário, apenas serviços considerados essenciais podem funcionar.
Na reclassificação, uma região teve piora em seus indicadores: Araraquara vai regredir, a partir de segunda-feira, da fase laranja para a vermelha. Na fase mais restritiva do plano, também estão as regiões de Bauru e Franca (8% da população).
Vacinas
Na coletiva, o Governo do Estado anunciou a entrega, hoje, de mais 1,1 milhão de doses da vacina do Instituto Butantan para o Ministério da Saúde, para a distribuição do imunizante em todo o país. Desse total, 248 mil doses ficam em São Paulo, segundo o princípio de proporcionalidade do Plano Nacional de Imunização.
Com esse novo lote de vacinas, o Instituto Butantan totaliza 9,8 milhões de doses de vacinas entregues ao Ministério da Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Imunizações. “Teremos mais vacinas brevemente, com o lote de insumos que chegou essa semana da China. A partir do dia 23 de fevereiro pretendemos liberar 600 mil doses por dia”, observou o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
O Governo de São Paulo aguarda, para o próximo dia 10 de fevereiro, a chegada de um segundo lote com 5,6 mil litros de insumos vindos da China, que vai possibilitar a produção de mais 8,7 milhões de doses da vacina no Butantan.
Sobre a vacinação no Estado, a administração estadual informou que mais de 2 milhões de pessoas já fizeram o pré-cadastro para vacinação em São Paulo através do site www.vacinaja.sp.gov.br. “Com o preenchimento desse pré-cadastro no site, economiza-se cerca de 90% do tempo da pessoa que vai se vacinar e ajuda-se a evitar aglomerações nos locais de vacinação. Estamos chamando atenção neste momento para o Vacina Já porque isto vai permitir que a vacinação das pessoas com mais de 90 anos e mais de 85 anos possa ser mais rápida, mais planejada e, consequentemente, mais segura para aquelas pessoas que possam ir aos locais de vacinação”, pontuou o governador João Doria (PSDB).
Leitos de UTI
Ainda na coletiva, o Governo do Estado criticou o Ministério da Saúde após a pasta desabilitar 3258 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com Covid-19 em São Paulo. “Apesar do agravamento da pandemia do novo coronavírus, houve uma drástica redução de leitos de UTI exclusivos para o tratamento de pacientes da Covid-19 financiados pelo Ministério da Saúde”, comentou Doria.
“Nós utilizaremos todos os canais se o Ministério da Saúde mantiver essa decisão. Vamos judicializar, vamos ao Supremo Tribunal Federal e esta súmula do Supremo Tribunal Federal, se for favorável a São Paulo, vai ser favorável também a todos os demais Estados brasileiros”, completou o governador do Estado.
Também participaram da coletiva o coordenador executivo do Centro de Contingência do Covid-19, João Gabbardo; o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn; o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; e a coordenadora do Centro de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Segundo dados do boletim diário sobre a pandemia do novo coronavírus publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta sexta-feira (5/2) a capital paulista contabiliza 17.546 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 581.240 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 827.295 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 818.061 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta sexta.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta sexta, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 66%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quinta, foi de 38%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Uma vez que todas as 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município estão abastecidas para vacinar idosos com mais de 90 anos, a Prefeitura de São Paulo determinou que o início da vacinação para esse público fosse antecipada de segunda-feira (8/2) para esta sexta-feira (5/2).
Segundo o plano de imunização, nessa etapa serão vacinados cidadãos com idade igual ou superior a 90 anos. Também terá início a vacinação domiciliar, para a mesma faixa etária, de pessoas que tiverem restrição de mobilidade.
A orientação é que o idoso com mais de 90 anos vá até a UBS mais próxima de sua residência e apresente o Cadastro de Pessoas Físicas, a carteira de vacinação e o Cartão SUS, se tiver.
O horário de vacinação nas UBSs será das 7h às 19h. A lista completa com a localização das unidades básicas de saúde do município pode ser acessada neste link.
Deverão ser obedecidos todos os protocolos sanitários vigentes, como distanciamento físico, uso de máscara e higienização com álcool em gel. Para evitar aglomerações, a orientação é que os idosos dependentes sejam acompanhados por apenas uma pessoa.
Já a partir da próxima segunda-feira (8/2), além de toda a rede municipal de saúde, também serão disponibilizados cinco locais em que os idosos poderão ser vacinados sem sair do carro, no sistema drive-thru, e em quatro centros-escolas do município. A vacinação nos drive-thru ocorrerá de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, enquanto os centros-escolas atenderão de segunda a sexta, das 7h às 19h.
Na capital, os postos de drive-thru serão montados na Praça Charles Miller – Estádio do Pacaembu (zona Oeste); na Neo Química Arena Corinthians (zona Leste); no Autódromo de Interlagos, rua Jacinto Júlio, Portão EHN (zona Sul); no Centro de Exposições do Anhembi, rua Olavo Fontoura, portão 38 (zona Norte); e Igreja Boas Novas, rua Marechal Malet, 611, Parque da Vila Prudente (zona Leste).
Os quatro centros-escola de vacinação são: Centro-Escola Barra Funda, Av. Dr. Abrahão Ribeiro, 283; Centro-Escola Vila Mariana, Rua Ambrosina de Macedo, 94; Centro-Escola Geraldo de Paula Souza, Av. Dr. Arnaldo, 925; e Centro-Escola Samuel Barnsley Pessoa – Butantã, Av. Vital Brasil, 1.490.
Os idosos com dificuldade ou incapacidade de locomoção atendidos pelo Programa Saúde da Família serão vacinados em suas casas.
Além disso, na próxima terça-feira (11/2) terá início a vacinação dos profissionais de saúde autônomos com idade acima de 60 anos.
A CÂMARA DURANTE A PANDEMIA
Na Sessão Ordinária da última quinta-feira (4/2), a Câmara Municipal de São Paulo reuniu vereadores no Plenário 1º de Maio e por meio do sistema virtual do Legislativo paulistano para debater assuntos de interesse público.
Na abertura dos trabalhos, o presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), informou que a Câmara irá antecipar a eleição das comissões temáticas de 17 de fevereiro para a próxima quinta-feira (11/2), a partir das 11h.
O objetivo da mudança de data é dar celeridade à tramitação do PL (Projeto de Lei) que prorroga por três meses a Renda Básica Emergencial na capital paulista. O Projeto, de autoria do Executivo, foi entregue na quinta-feira à Câmara pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
Com a antecipação da eleição das comissões temáticas da Casa, o PL que trata de renda emergencial deverá ser apreciado, em primeira votação, no próprio dia 11. O projeto deverá beneficiar 1,2 milhão de pessoas e o investimento será de R$ 420 milhões.
Aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em outubro do ano passado, o PL da renda emergencial previu o pagamento de R$ 100, durante três meses, para as pessoas cadastradas até 30 de setembro de 2020 no Programa Bolsa Família, do governo federal. A medida ainda propôs o benefício aos trabalhadores ambulantes inscritos no programa “Tô Legal” e com o TPU (Termo de Permissão de Uso) regularizado.
O Legislativo paulistano também incluiu no Projeto a família monoparental, formada por um dos pais e os filhos, com R$ 200 para a mãe ou para o pai responsável. O mesmo valor também foi concedido para cada pessoa com deficiência integrante de um grupo familiar contemplada na proposta, exceto para o munícipe beneficiado com o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
AÇÕES E ATITUDES
Uma pesquisa feita com 209 pacientes com Covid-19 grave internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e no Hospital de Campanha do Ibirapuera, na capital paulista, indica que o fato de os pacientes terem o hábito de se exercitar regularmente antes da internação não foi determinante para o melhor enfrentamento da doença, não resultando em diferenças no tempo de internação, na necessidade de ventilação mecânica ou de tratamento intensivo.
A Covid-19 é uma doença viral infecciosa que pode progredir para casos inflamatórios mais graves. Como ainda não existe um medicamento específico para combater o vírus causador, o tratamento hospitalar consiste em lidar com os vários sintomas da infecção e dar suporte respiratório aos pacientes, se necessário.
Já a prática de atividade física é reconhecida por seu efeito protetor contra doenças crônicas. Ela também fortalece o sistema imune, prevenindo, parcialmente, algumas doenças infecciosas respiratórias, uma vez que o exercício físico tem um efeito sistêmico no organismo da pessoa.
Mas os resultados da pesquisa indicam que, para os casos graves de Covid-19, a presença de fatores de risco como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e idade avançada foi mais determinante no prognóstico do que a prática pregressa de exercícios.
Os mais de 200 voluntários do estudo tiveram seu histórico de atividade física no trabalho, no esporte e no lazer avaliado assim que foram hospitalizados. A informação foi obtida por meio de um questionário validado. Também tiveram o diagnóstico de Covid-19 confirmado por exame de RT-PCR.
Foram incluídos pacientes que apresentavam dificuldade para respirar (mais de 24 respirações por minuto) e índice de saturação de oxigênio no organismo menor do que 93%. Além disso, tinham fatores de risco para Covid-19, como idade avançada, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, neoplasias, imunossupressão, tuberculose pulmonar e obesidade.
Como resultado, os dados referentes à atividade física não foram associados com nenhum dos desfechos clínicos observados, como hospitalização, necessidade de ventilação mecânica ou internamento em UTI e mortalidade.
Os dados completos da pesquisa, que contou com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), foram divulgados em artigo publicado em uma plataforma especializada, ainda sem revisão por pares.
*Ouça a versão podcast do boletim Coronavírus neste link