Capital contabiliza 20,3 mil mortes e 689,7 mil casos de Covid-19
Segundo dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus publicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, até a última segunda-feira (22/3) a capital paulista contabilizava 20.362 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 689.714 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 981.863 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta terça (23/3), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 91,7%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última segunda (22/3), foi de 42%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
MAIS SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS
O novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode permanecer ativo no organismo por um período superior aos 14 dias de isolamento recomendados no Brasil, mostram estudos conduzidos no IMT-USP (Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo).
O artigo divulgado na plataforma medRxiv, em processo de revisão por pares, descreve o caso de duas mulheres de aproximadamente 50 anos, moradoras de São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo.
Uma delas foi atendida pela primeira vez em meados de abril de 2020 e relatou que vinha há 20 dias vivenciando sintomas como tosse seca, dor de cabeça, fraqueza, dor no corpo e nas articulações. Um exame de RT-PCR feito 22 dias após o início do quadro confirmou a presença do vírus no organismo e, nos dias seguintes, a paciente apresentou náusea, vômito, perda de olfato e paladar. Um segundo teste molecular feito 37 dias após o início dos sintomas também teve resultado positivo. Em meados de maio, a maioria das queixas havia desaparecido, exceto dor de cabeça e fraqueza.
No segundo caso relatado, a paciente apresentou febre, dor de cabeça, tosse, fraqueza, coriza, náusea, dor no corpo e nas articulações em meados de maio. O primeiro teste de RT-PCR foi feito cinco dias após o início dos sintomas e deu positivo. Como o problema persistiu, um segundo teste foi feito no 24º dia e, novamente, a presença do RNA viral foi confirmada. Ao todo, a paciente permaneceu sintomática durante 35 dias, relatam os pesquisadores.
Segundo os autores do estudo, por se tratarem de casos atípicos, as amostras de secreção nasofaríngea coletadas para diagnóstico foram levadas ao IMT-USP para uma análise aprofundada. Após diversos testes, foi confirmado que o vírus ali presente ainda estava viável, ou seja, era capaz de se replicar e de infectar outras pessoas.
As duas mulheres foram atendidas no âmbito do Programa Corona São Caetano, uma plataforma on-line criada para organizar o monitoramento remoto de moradores com sintomas por equipes de saúde e a coleta domiciliar de amostras para diagnóstico. A iniciativa envolve a prefeitura local, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, a startup MRS – Modular Research System e o IMT-USP.
Com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o grupo acompanhou durante seis semanas outros 50 participantes atendidos no programa para estudar o tempo de persistência do vírus no organismo. Foram coletadas semanalmente amostras de saliva, urina, fezes (swab anal), secreção nasofaríngea e sangue. Todo o material foi levado ao IMT-USP e inoculado em culturas celulares para verificar a presença de vírus ainda infectante.
Como resultado, as análises indicam que o RNA viral permanece detectável por mais tempo na saliva e na secreção nasofaríngea. Em 18% dos voluntários, o teste de RT-PCR nesse tipo de amostra permaneceu positivo por até 50 dias. Entre estes, 6% mantiveram-se transmissores (com o vírus ainda se multiplicando) durante 14 dias.
Na avaliação dos autores da pesquisa, portanto, os dez dias de isolamento recomendados atualmente pelo CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos para casos leves podem não ser suficientes para evitar novas contaminações.
Outro braço da pesquisa conduzida no IMT-USP envolve o monitoramento de indivíduos imunossuprimidos infectados pelo novo coronavírus. Até o momento, dez voluntários já foram incluídos no projeto e um deles permanece com a infecção ativa no organismo há mais de seis meses.
De acordo com os pesquisadores, trata-se de um paciente submetido a um transplante de medula óssea antes de ocorrer a infecção. As análises indicam que a carga viral em seu organismo é elevada e que o vírus é altamente infectante. Por esse motivo ele continua em isolamento, mesmo passado um longo período após o início dos sintomas.
Os autores do artigo ressaltam a necessidade de monitorar com atenção casos como esse, que oferecem condições ideais para o surgimento de variantes virais potencialmente mais agressivas, uma vez que o fato de o vírus permanecer se replicando no organismo por tanto tempo favorece a seleção de mutações que conferem vantagens ao microrganismo. Dessa forma, destacam os pesquisadores, também é preciso se preocupar com a parcela da população que apresenta graus mais leves de imunossupressão, como os portadores de doenças autoimunes que fazem uso de fármaco imunossupressores, por exemplo.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Até a noite da última segunda-feira (22/3), pelo menos 84% dos idosos entre 72 e 74 anos já haviam sido vacinados na capital. Com isso, os 18 drive-thrus instalados pela Prefeitura de São Paulo em pontos estratégicos da cidade foram desativados temporariamente já a partir desta terça-feira (23/3).
Os drive-thrus retomarão as atividades após a chegada de nova remessa de doses da vacina contra o novo coronavírus destinadas à faixa etária de 69 a 71 anos. A campanha de vacinação na capital segue os critérios dos programas Estadual e Nacional de Imunização.
A campanha de imunização segue normalmente nos demais postos fixos. Os integrantes dos grupos elegíveis podem procurar a vacina em umas 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), nos 17 Serviços de Assistência Especializada e nos três centros-escolas.
No último domingo (21/3), o município atingiu a marca de 1.367.797 doses aplicadas, sendo 1.028.531 da primeira dose e 339.266 da segunda.
*Ouça aqui a versão podcast boletim Coronavírus