Capital fecha a quarta-feira com 13,3 mil mortes e 352,9 mil casos confirmados de Covid-19
Segundo dados do boletim diário sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta quarta-feira (21/10) a capital paulista contabiliza 13.358 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 352.953 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 462.961 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 501.060 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta quarta-feira.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, nesta quarta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 40,5%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última terça-feira (20/10), foi de 41%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Publicado no Journal of the Royal Society of Medicine, um artigo de autoria do professor Alexandre Steiner, do Departamento de Imunologia do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo), na capital paulista, propõe que os médicos repensem a administração de antitérmicos nos estágios iniciais da Covid-19.
A febre, de acordo com o pesquisador, tem um importante papel não só no combate de infecções como no desenvolvimento da memória imunológica, que é criada após o primeiro contato com um agente infeccioso.
Segundo o autor da pesquisa, inclusive, alguns estudos já mostraram que o uso de antitérmicos no início de infecções pode ajudar a prolongá-las e aumentar o risco de complicações. A memória imunológica ou imunidade adquirida é outro processo que pode ser influenciado positivamente pela febre. Assim, aponta ele, o uso indiscriminado de antitérmicos no início da infecção poderia afetar o desenvolvimento de uma imunidade de rebanho contra o novo coronavírus.
O pesquisador ressalta que, embora a febre tenha um custo metabólico, seus benefícios excedem os custos na fase inicial de uma infecção, pois o organismo ainda não está debilitado pelo combate ao patógeno. Ele propõe, com base em todas as evidências, não interferir na febre nos primeiros dias de infecção e dar uma chance maior para o organismo combater a doença por conta própria, reduzindo assim as chances de desenvolver um quadro grave. O pesquisador tem o apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo).
A CÂMARA DURANTE A PANDEMIA
Em Sessão Extraordinária na última terça-feira (20/10), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeiro turno, com 39 votos favoráveis e dois contrários, o PL (Projeto de Lei) 620/2016, do Executivo. Após a votação, os vereadores aprovaram duas emendas ao projeto.
Uma delas institui o Programa de Renda Básica Emergencial na cidade de São Paulo. A emenda prevê R$ 100 por mês, no período de três meses ou enquanto permanecer o estado de calamidade pública decorrente da pandemia do novo coronavírus, para munícipes cadastrados no Programa Bolsa Família, do governo federal, e também para trabalhadores ambulantes inscritos no programa “Tô Legal” e que possuem o TPU (Termo de Permissão de Uso).
A emenda determina ainda que, no caso de família monoparental, com dependentes menores de 18 anos, o valor do benefício da mãe ou do pai responsável será de R$ 200. A estimativa é de que 1,3 milhão de pessoas sejam beneficiadas. O recurso será de aproximadamente R$ 300 milhões e custeado pelo Tesouro Municipal.
A outra emenda aprovada pelos parlamentares limita o valor do benefício para três pessoas do mesmo grupo familiar. Inicialmente, a proposta contemplava dois membros da mesma família. Com a aprovação, o PL aguarda ser incluído novamente na pauta do Plenário para ser apreciado em segunda e definitiva votação antes de ser encaminhado para sanção do prefeito.
AÇÕES E ATITUDES
Em setembro foi lançada a edição especial do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, que traz uma análise dos mais de seis meses da pandemia que vem impactando a saúde das populações e desafiando a ciência em todo o mundo.
Realizada por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, a investigação abrange os principais aspectos relacionados à Covid-19, sejam esses sociais, econômicos, estruturais ou epidemiológicos.
O Boletim reúne textos analíticos, dados e infográficos que aprofundam temas como organização dos serviços de saúde, impactos da doença em profissionais da saúde e outros trabalhadores, e questões relacionadas a desigualdades raciais, povos indígenas, idosos, populações em favelas, assim como desafios referentes à bioética e à justiça social. Uma “Linha do Tempo” destaca os acontecimentos mais marcantes até o momento e um texto final sistematiza as ações da Fiocruz durante a pandemia.
O Boletim mostra, por exemplo, que a curva da evolução de casos e óbitos por Covid-19 no Brasil apresentou, desde o início da pandemia, um padrão diferente dos outros países e alerta para a manutenção de um patamar ainda muito alto do número de óbitos no país, nos próximos meses, caso o cenário atual permaneça.
O estudo revela o lento processo de aumento desses casos e a formação de um prolongado patamar de transmissão desde junho, com ligeira tendência de queda a partir de setembro. Dados das Síndromes Respiratórios Agudas revelam que, mesmo com queda, o país ainda está em um patamar elevado de casos e óbitos.