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Capital paulista continua na fase amarela do Plano São Paulo e quarentena é prorrogada no Estado

Por Daniel Monteiro | 04/09/2020

Segundo informações desta sexta-feira (4/9) disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) na capital paulista, o município totaliza 11.652 vítimas fatais da Covid-19 e 304.754 diagnósticos positivos para a doença.

Até esta sexta-feira, 411.144 pessoas com diagnóstico de Covid-19 receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Veja abaixo os números completos disponibilizados pela administração municipal:

Crédito: Prefeitura SP

Em relação à capacidade do sistema de saúde pública paulistano, nesta sexta-feira a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados ao tratamento do novo coronavírus é de 51,5% na Grande São Paulo.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal medida de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo na última quinta-feira (3/9) foi de 42%.

Os dados são Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

O Governo de São Paulo informou, na tarde desta sexta-feira (4/9), a prorrogação da quarentena em todo o Estado até o dia 19 de setembro. O anúncio ocorreu durante a 12ª atualização do mapa do Plano São Paulo de recuperação econômica e retomada das atividades.

De acordo com as informações oficiais da administração estadual, o município de São Paulo continua na fase amarela do plano, quando é permitido o funcionamento, com restrições, do comércio de rua, shoppings centers, escritórios, bares e restaurantes, academias, salões de beleza e barbearias.

Também foi anunciado que cinco regiões avançaram da fase laranja para a fase amarela e, agora, 95% da população paulista está na fase amarela do Plano São Paulo.

Ainda em relação aos números estaduais, foi registrada tendência de queda nos índices internações e óbitos. Conforme informações oficiais do Governo do Estado, pela quarta semana consecutiva foi registrado 13,5% de redução nos óbitos em relação à semana epidemiológica anterior. Além disso, pela quinta semana seguida, houve também queda de 6,5% no número de internações se comparado à semana anterior, regredindo para os índices registrados em maio.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Nesta sexta-feira (4/9) a administração municipal anunciou o fechamento do hospital de campanha do Anhembi. O motivo alegado é a queda dos números da pandemia de Covid-19 na capital paulista.

Segundo a Prefeitura, o hospital deixou de receber pacientes na última quinta-feira e deve ter as atividades completamente encerradas até o dia 10 de setembro. Aberto em 11 de abril, o hospital contava com 1.800 leitos e já havia sido parcialmente desativado. Dados oficiais do município apontam que 6.350 pessoas foram atendidas na unidade.

No final de junho, o hospital de campanha do Pacaembu já havia sido fechado. Já na semana passada, o governo do Estado anunciou a desativação do hospital de campanha de Heliópolis, na zona sul de São Paulo.

AÇÕES E ATITUDES

Segundo resultados preliminares de uma pesquisa em andamento no CEGH-CEL (Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco), há evidências da participação de fatores genéticos na determinação da suscetibilidade ou resistência à Covid-19.

O objetivo dos autores é tentar explicar o caso de pacientes jovens com formas letais da doença e a existência de idosos ‘resistentes’ à Covid-19. Para isso, o grupo optou por pesquisar os dois extremos: jovens que devem ter variantes genéticas de risco e idosos que são assintomáticos ou tiveram poucos sintomas e, portanto, devem ter variantes genéticas de proteção.

Por exemplo, até agora os pesquisadores já coletaram amostras biológicas e informações de oito pares de gêmeos infectados pelo novo coronavírus. No grupo dos irmãos monozigóticos (originados a partir de um mesmo óvulo que se dividiu), quatro dos cinco pares responderam de forma idêntica à doença. Já entre os irmãos dizigóticos (formados a partir de dois óvulos e dois espermatozoides diferentes), os três pares apresentaram respostas diferentes à infecção.

Além disso, o grupo já recebeu mais de 800 e-mails de pessoas que querem participar do estudo. Dessas, 300 tiveram recolhidas amostras biológicas e formulários epidemiológicos preenchidos, com exames anexados.

Há 85 casos de casais chamados discordantes, em que um foi afetado pela doença e o outro não. A pesquisa tem ainda dados de 30 adultos com menos de 60 anos, incluindo crianças, que morreram por Covid-19. As mulheres compõem 70% dos assintomáticos na pesquisa, um dado compatível com estudos internacionais que vêm mostrando a maior suscetibilidade dos homens à doença.

Além disso, seis centenárias que foram expostas ao vírus tiveram material coletado: uma com 104, outra com 106 e três com 100 anos. A de 104 mora com a filha e a neta, que tiveram Covid-19, mas ela mesma não teve nenhum sintoma, apesar do histórico de internações, como a retirada de um rim em 1967, cirurgias de esôfago e bexiga nos anos 1980 e sessões de hemodiálise, realizadas entre 2005 e 2014.

A expectativa é, a partir das amostras coletadas, estabelecer diferentes linhagens celulares para estudos funcionais, principalmente dos centenários curados e dos indivíduos assintomáticos. A ideia é verificar como essas células se comportam na presença do vírus e tentar entender por que são resistentes.

Vinculado ao IB-USP (Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo) na capital paulista, o CEGH-CEL é um dos CEPIDs (Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão) financiados pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

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