Capital registra 107 óbitos por Covid-19 em 24h e soma mais de 11,1 mil mortes pela doença
Segundo informações desta terça-feira (25/8) disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) na capital paulista, o município totaliza 11.115 vítimas fatais da Covid-19, sendo 107 óbitos registrados nas últimas 24 horas.
Também desde o início da pandemia, a cidade de São Paulo soma 286.979 diagnósticos positivos para a doença. Nas últimas 24 horas, de acordo com a contagem oficial do município, houve a confirmação de 2.808 novos infectados pelo vírus.
Até esta terça-feira, 341.895 pessoas com diagnóstico de Covid-19 receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Em relação à capacidade do sistema de saúde público da capital, nesta terça-feira a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados ao tratamento do novo coronavírus é de 53,2% na Grande São Paulo.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal medida de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo na última segunda-feira (24/8) foi de 43%.
Os dados são Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Uma pesquisa, com participação do IMTSP (Instituto de Medicina Tropical de São Paulo) e da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), usou um modelo que simula a disseminação da Covid-19 a partir de números oficiais de distanciamento social para analisar o comportamento da doença na cidade de São Paulo.
O objetivo foi buscar entender como se deu a redução do número de casos, mortes e de ocupação de leitos a partir de julho, quando, após quatro meses de epidemia na capital paulista, teve início uma fase de relaxamento das medidas de distanciamento social, que trouxe o temor de piora da situação.
Publicado como pré-print (versão prévia de artigo científico, sujeita a verificação), o estudo concluiu que a diminuição de casos de Covid-19 na cidade de São Paulo pode ser causada pela formação de bolhas de proteção local, onde os infectados estão rodeados de pessoas imunes, ao mesmo tempo em que se esgotam as redes de contágio.
O modelo utilizado pela pesquisa combina o cronograma oficial da taxa de distanciamento social divulgado pelo governo do Estado de São Paulo com a hipótese de redução da taxa de distanciamento social para 20% em média em 100 dias, a partir de 12 de julho.
Os dados obtidos mostram que a curva epidêmica média após 238 dias de simulação, contados desde o primeiro caso da doença, registrado em 25 de fevereiro, mostram uma taxa de 12,71% de infectados e 0,12% de mortes, ou seja, 0,9% de letalidade. A simulação mostra, ainda, a curva de transmissão diminuindo, mesmo com uma redução drástica do isolamento social, com um aumento leve e temporário a partir do 150º dia.
De acordo com os autores do estudo, o resultado parece contraditório ao levar em conta que devido à baixa taxa de imunidade, a imunidade de rebanho está distante. Por isso foi levantada a hipótese do surgimento de bolhas locais de proteção na cidade. As bolhas seriam locais onde existem pessoas infectadas, mas rodeadas de pessoas já imunes, quer seja pela doença sintomática ou assintomática, e estas protegendo os suscetíveis dessa mesma região.
Devido à formação dessas bolhas, as pessoas infectadas teriam dificuldade em encontrar as suscetíveis pela barreira das imunes. Assim, tais bolhas reduziriam a velocidade de propagação do vírus, causando reduções curtas e temporárias na curva epidêmica, mas se manifestam como um equilíbrio instável.
Uma explicação adicional para a redução do contágio é o esgotamento da rede de infecção. Isso ocorre quando o vírus está presente em uma parte da população por um período relativamente longo, nesse caso, de 138 dias desde o primeiro caso registrado. Um número substancial de infectados não encontra muitas pessoas suscetíveis no ambiente para infectar durante o período de transmissão, o que seria suficiente, a princípio, para diminuir a taxa de transmissão.
Os autores da pesquisa apontam que esses resultados podem ser encontrados em outras situações, como as de Manaus e Estocolmo, que também tiveram queda de casos após relaxamento das políticas de distanciamento social.
Apesar disso, o estudo destaca que, dado o baixo número de pessoas imunes no município de São Paulo apresentado pelos inquéritos sorológicos, essa redução representa um equilíbrio instável, que é fundamentalmente diferente da estabilidade esperada da imunidade de rebanho.
Os autores ressaltam que essas bolhas de proteção podem estourar ou as redes de infecção podem ser reiniciadas, ou seja, novas ondas de transmissão podem ocorrer se o distanciamento social cair muito ou houver uma reintrodução do vírus em regiões da cidade onde poucas pessoas foram infectadas e, portanto, não se tornaram imunes à doença.
Para diminuir o risco de rompimento das bolhas, o estudo sugere que a adoção de políticas de testes em massa ou com a combinação de testes seletivos e rastreamento de contato seria uma estratégia razoavelmente eficaz na redução da cadeia de transmissão.
A CÂMARA DURANTE A PANDEMIA
Nesta terça-feira (25/8), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a atuação das concessionárias de serviços na capital.
Um dos principais focos de atuação da CPI será a apuração sobre o elevado número de queixas relacionadas às contas de energia elétrica, serviço que é oferecido pela Enel. Durante a pandemia do novo coronavírus, muitos consumidores passaram a reclamar de contas de luz emitidas com valores elevados.
AÇÕES E ATITUDES
Após analisar resultados de exames laboratoriais de quase 179 mil pessoas testadas para Covid-19 no Brasil – 33,2 mil delas com diagnóstico confirmado – um grupo de pesquisadores identificou diferentes perfis clínicos da doença que são influenciados pelo sexo e pela idade do paciente, bem como pela gravidade do quadro.
Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e com participação da FCF-USP (Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo), foram descritos em artigo publicado em uma plataforma especializada, ainda sem revisão por pares. Segundo os autores, os achados podem servir de referência para os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia.
Uma das expectativas é que o estudo possa ajudar no processo de avaliação e tratamento dos pacientes, uma vez que o novo coronavírus pode desencadear um amplo espectro de manifestações clínicas, variando de doença assintomática ou leve a doença grave e morte.
Os parâmetros laboratoriais também variam muito de acordo com a idade e o sexo do paciente e, muitas vezes, os médicos têm dificuldade para interpretar os resultados dos exames e identificar uma alteração significativa. Os dados do estudo também poderiam preencher essa lacuna.