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Coronavírus: como é feita a contagem do número de infectados e de óbitos da doença

Por Mariane Mansuido | 08/06/2020

Ainda que as taxas de transmissão da Covid-19 tenham uma grande variação de acordo com a realidade de cada país e das medidas adotadas pelas autoridades no combate inicial ao coronavírus, tanto no Brasil, como em outros lugares do mundo, há quem levante desconfiança em relação às taxas de letalidade da doença.

O fato é que não existe um protocolo universal e único para que os países realizem a contagem de número de infectados e de mortes pelo coronavírus. Cada país tem adotado medidas de acordo com a sua capacidade, buscando desenhar o panorama da doença em cada região.

BRASIL

Mesmo com o anúncio do governo federal, sobre a intenção de recontar o número de mortes pela Covid-19 no país, colocando em cheque a contagem feita pelos estados, a metodologia empregada pelas secretarias estaduais de saúde permanece inalterada. Importante esclarecer que o principal mecanismo utilizado é a testagem da população, seja em casos suspeitos vivos ou de pessoas que faleceram com os sintomas da doença.

Apesar da testagem no Brasil ser muito baixa diante da realizada por outros países, como os Estados Unidos, esta tem sido a principal fonte do avanço do coronavírus no território brasileiro. Especialistas acreditam que, com o pequeno número de testes, além da subnotificação da doença, a porcentagem de mortos sobre o total de infectados também é elevada.

Importante esclarecer que, no Brasil, as certidões de óbitos não são acrescentadas nas notificações de mortes pela Covid-19, que considera unicamente os testes que deram positivo para o vírus. Mesmo que a certidão aponte a causa da morte pelo coronavírus, esse dado só entrará na contagem oficial quando o resultado do exame feito na pessoa em vida, ou no corpo, confirmar essa informação. É por essa razão, inclusive, que é divulgado o número de mortes suspeitas nos boletins diários de saúde. São casos que estão aguardando resultado dos laboratórios que confirmem a infecção pelo coronavírus, constatação que pode demorar até um mês.

CONTAGEM EM OUTROS PAÍSES

Nos Estados Unidos, país com o maior número de casos da Covid-19 atualmente, a testagem em massa é a principal ferramenta para não só diagnosticar o número de infectados e de mortes, como também prever um cenário para reabertura da economia. Até a primeira metade do mês de maio, cerca de dez milhões de testes foram realizados.

Na Itália, país que foi o epicentro inicial da Covid-19 na Europa, a contagem é feita de forma diferente. No primeiro momento, todos os pacientes que testaram positivo para a doença, e que morreram, são registrados como vítimas do coronavírus, independente de outras comorbidades. Posteriormente, é que é realizado um estudo mais aprofundado para diferenciar as pessoas que, de fato, morreram com o coronavírus, mas não em decorrência do próprio vírus, detalhando o histórico clínico.

Na França e Espanha, inicialmente, as autoridades contavam apenas os óbitos pela Covid-19 em hospitais, ignorando os casos de mortos em suas próprias casas ou em residências de idosos, postura que mudou após o crescente número de mortes fora do ambiente hospitalar.

Fonte: Ministério da Saúde, El País

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